Fanfic: Par perfeito.

— E agora que ele aceitou seu convite, você vai ter que orga­nizar um coquetel para uma porção de gente que mal conhece...

— Conheço. Trabalho com eles. Vou convidar não somente as secretárias, mas também os subgerentes, os repórteres e os fo­tógrafos. Eles estão sempre prontos para uma festa e bebidas grátis.

O tom da voz de Christian tornou-se paternal:

— Dulce, você não está em condições de bancar uma festa dessas. Está toda endividada! Teve que deixar o último aparta­mento porque não podia pagar o aluguel e seu emprego atual representa mais cartaz que um bom salário. Você chega ao fim do mês fazendo milagres para pagar as despesas. Você tem ideia de quando custa uma festa dessas?

— Não tenho, por isso espero que você me ajude. É a minha oportunidade de ser glamourosa, de Luis me ver de uma outra forma, não mais como a moça que atende o telefone no jornal. Estou pensando em prender o cabelo num coque sofisticado, com­prar um lindo vestido no Harrod`s e quando ele chegar, pretendo estar rodeada por uma porção de gente bonita e sofisticada.

Seu olhos amendoa se estreitaram antevendo a cena.

— Eu estarei radiante e espirituosa, fazendo todo mundo rir... Ou, talvez, daria mais certo parecer distante e misteriosa? O que você acha, Chavez?

— Para ser franco, garota, não posso imaginar você parecendo distante e misteriosa...

— Realmente — ela assentiu, com um suspiro. Embora tivesse sempre ansiado por uma aparência de sedutora, nada se pode fazer quando parece ter 18 anos, dona de um par de inocentes olhos verdes e de cabelos vermelhos. — Mas tenho de ser e serei a alma da festa — decidiu. — Luis vai me ver tomando coquetel, me divertindo a valer, no meio de amigos incrivelmente sofisti­cados. Isso vai fazê-lo me ver de uma forma diferente. Não vai, Christian?

— Na teoria sim, agora, na prática, onde você vai arranjar esse amigos sofisticados?

— Muito simples — Dulce respondeu —, é só uma questão de vestir um smoking ou um longo pretinho e de não rir muito. Vai ser ótimo! — Dulce segurou a mão de Christian. — Nada vai dar certo sem sua ajuda. Você vai me ajudar, não vai?

Christian, apesar de manter uma grave fisionomia de desaprovação, devido ao que considerava uma absurda extravagância de quem não tinha onde cair morta, acabou se rendendo, ao perguntar:

— O que você quer que eu faça?

— Preciso de você para preparar os coquetéis. Ninguém pre­para um martíni como você. E Marco bem que podia dar uma mãozinha.

— Está bem — respondeu Christian, com ar resignado —, pelo me­nos vou ver que cara tem esse famoso Luis Reyes. Agora, para que o coquetel seja apresentado adequadamente, precisarei de copos adequados. E um coquetel requer canapés variados. Amen­doim torradinho e pipoca estão descartados.

Dulce pegou uma caneta na bolsa e escreveu: copos, canapés variados.