Fanfic: Mamãe Sem Querer {AyA - Adaptada} | Tema: AyA | Ponny
Anahí percebeu o que ia dizer e interrompeu-se abruptamente, mas Alfonso ouvira e lançou-se à frase incompleta como um gato atacando a presa.
- A perda da? Por que não me disse que era virgem?
- Você faz parecer como se fosse o crime do século. Há uma ou duas de nós por aí, sabia? Ou melhor, havia. Sei que é antiquado, mas nem todos têm as suas oportunidades.
Ela estava despejando toda a amargura, a dor e o desconsolo com que vivera por quase seis semanas. Poderia perdoar Alfonso por quase tudo, exceto por algo que a atormentava desde aquela noite, corroendo-a como ácido.
Aparentemente, Nora Brennan estava certa. Durante todos aqueles anos, brigara com a mãe, defendendo a honra de Alfonso, insistindo que ela estava errada. Agora, porém, tinha que encarar a possibilidade de ele ter estadomesmo interessado em uma coisa só. A cada dia que ele se mantinha afastado, a suspeita crescia, a ponto de ela não saber mais se o amava ou odiava.
- Você envia flores a todas as suas conquistas?
- Não penso nelas como conquistas! E as flores foram para agradecer a bebida... por você estar aqui... por me ouvir. Pretendia algo muito mais valioso para...
- Pelo presente que foi o meu corpo!
O tom foi de sarcasmo, para ocultar a angústia que ela sentia no coração. Agora, ele queria pagarpela noite que tinham passado juntos. Se a intenção era fazê-la sentir-se barata e suja, ele não poderia ter encontrado melhor forma.
- Oh, por favor, não se preocupe com isso. Afinal, como disse, ser virgem na minha idade é bastante inacreditável, não é?
Se ela falasse abertamente no assunto, talvez ele não visse o que ela tentava esconder.
- Quero dizer... tinha que acontecer algum dia, não é? — A tentativa de risada dela não causou reação no semblante impassível. — Não ia querer ir para o túmulo como uma solteirona.
Ela assustou-se com a mudança de expressão. Ele não se pronunciara desde que ela partira para o ataque, mas o olhar que bem poderia ter sido esculpido em granito era muito mais perturbador do que se ele tivesse se levantado e gritado com ela.
- Tinha que acontecer um dia, Alfonso — repetiu, insegura.
- E é para isso que servem os amigos... — O cinismo dele era insuportável, tanto que ela sentiu vontade de se abraçar para não se despedaçar na frente dele. — E agora que aconteceu?
- Não podemos simplesmente esquecer?
Anahí não tinha muita esperança de que ele concordasse e não ficou surpresa quando ele balançou a cabeça, impiedoso.
Alfonso insistiu no assunto:
- Agora que aconteceu, e você ficou grávida, não há como esquecer. A questão óbvia é... o que vou fazer a respeito?
- Você não tem que fazer nada!
Ela temera, desde o começo, que Alfonso se sentisse obrigado a fazer alguma coisa.
- Tenho o dever...
Dever! Anahí ficou desesperada de dor.
- Como sabe que é seu?
Seguiu-se um silêncio aterrador, havia ameaça no ar e ela estremeceu involuntariamente. Mas Alfonso varreu suas palavras tolas com a tolerância de quem lida com um mosquito.
- Após a sua colocação anterior, eu seria idiota em imaginar outra coisa. E, sendo esse o caso, só vejo uma solução possível. Teremos que nos casar...
- Esta não é uma possibilidade!
Anahí achava impossível que a expressão dele ficasse mais sombria, mas o olhar frio pareceu virar um raio paralisante bem à sua frente.
- Você não estava pensando em...
- Não... Oh, não. — Nem para desafiá-lo, Anahí jamais pensou em aborto. — Mas não posso me casar com você. — Não assim, com ele sentindo-se forçado a isso.
- Por que não?
- Bem, por que deveria?
- Você não precisa parecer entusiasmada com a ideia!
O tom monótono de Alfonso não poderia nem remotamente ser classificado como entusiástico, e a proposta de casamento estava a anos-luz daquela que ela sonhara. Mas, claro, os sonhos eram apenas isso... fantasias tolas que nunca se tornariam realidade.
Sentindo-se desamparada, reconheceu a ironia da situação. Durante todos aqueles anos, sonhara com o dia em que Alfonso a pediria em casamento, e agora ele estava fazendo exatamente isso, mas as circunstâncias deixavam claro que ele não queria se casar, de modo que o sonho virara pesadelo.
- Você não quer se casar comigo! — acusou, raivosa.
Alfonso encolheu os ombros, tomando o protesto como irrelevante.
- Por que não? Estava planejando me casar, de qualquer forma... tenho trinta e três anos e me parece uma boa idade para me estabelecer. Como já disse, sempre quis ter filhos. E não há mais ninguém competindo pelo posto.
A indiferença casual magoava mais do se ele a tivesse rejeitado violentamente, deixando-a à própria sorte.
- Você faz parecer uma espécie de emprego: precisa-se de uma esposa, com idade entre vinte e vinte e cinco anos, capaz de engravidar, horário de trabalho...
Ela deteve-se ao ver a expressão ameaçadora dele.
- Se você vê a coisa assim — conformou-se Alfonso. — Antes de prosseguirmos, acho melhor deixarmos um assunto claro... você não está apaixonada por mim?
- Apaixonada...
Se algo garantiria que ela nunca iria lhe dizer o que sentia era a pergunta fria, a total falta de emoção na voz, a expressão distante e enigmática de Alfonso. Apaixonada! Naquele momento, bem poderia tentar entregar o coração a uma estátua de mármore, pois talvez não fosse tão fria e pouco receptiva.
- Apaixonada por você? — repetiu e ficou agradecida por ter conseguido dizer pelo menos isso, embora a declaração soasse rígida e frágil, como que caísse e se esfacelasse sobre o carpete. — O que o faz pensar tal coisa?
Se ele encolhesse os ombros daquele jeito novamente, ela iria gritar.
- Pensei que assim tudo ficaria mais fácil.
Mais fácil para quem? Para Alfonso, naturalmente, pois, se ela fosse tola o suficiente, sob o ponto de vista dele, para estar apaixonada, então, ela seria muito mais maleável e seria mais fácil convencê-la a fazer o que ele queria.
- Você me disse uma vez que me amava.
Autor(a): anninha_camillo_ponny
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Por um segundo, Anahí fechou os olhos para aplacar o desânimo. Por que ele tinha que se lembrar de um momento de fraqueza seu, quando ela não estava em condições de lidar com a questão? - Quando eu tinha dezoito anos? — Forçou-se a abrir os olhos, sorrindo sarcástica. Até conseguiu dar uma risa ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 14
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franmarmentini Postado em 20/07/2014 - 23:32:20
:( pelo jeito vc desistiu da fic* se voltar a postar me avisa por msg ;)
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franmarmentini Postado em 29/01/2014 - 17:26:41
continua postando...................... vou ter um treco....
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franmarmentini Postado em 23/12/2013 - 15:52:24
Quero deixar um recadinho!!! AMANHÃ NÃO VOU PODER COMENTAR EM NENHUMA FIC* POIS É MEU NIVER!!!...KKKKKKK E VOU ESTAR NA CORRERIA POR CAUSA DA MINHA VIAJEM... VOU PRA MACEIÓ :) PRAIAAAAAAAAAAAA IUPÍ...ENTÃO VOU FICAR +- ATÉ DIA 10/01/14 SEM COMENTAR...MAS NÃO IREI ABANDONAR A FIC* :) BJUS E FELIZ NATAL E ANO NOVO PRA VC E PRA TODOS DA FIC* E QUE VENHA 2014!!!!!! ;)
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franmarmentini Postado em 19/12/2013 - 10:29:05
posta posta posta...
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franmarmentini Postado em 08/12/2013 - 15:36:40
continuaaaaaa
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franmarmentini Postado em 05/12/2013 - 15:08:12
;)
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franmarmentini Postado em 05/12/2013 - 15:07:57
posta posta posta!!!!!!!!!!!!!!
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franmarmentini Postado em 05/12/2013 - 15:07:41
eu acho que ele já ta apaixonado por ela!!!!!!!!!!!!!!!!!
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franmarmentini Postado em 05/12/2013 - 15:07:23
continuaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa
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franmarmentini Postado em 04/12/2013 - 22:32:43
olá vou começar a ler!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!