Fanfic: FatWilly, o segredo do amor | Tema: William Bonner e Fátima Bernardes

 Fátima demorou mais que o normal para tomar seu banho e isso fez com que Pedro fosse até o banheiro, preocupado para saber o que tinha acontecido.

 - Meu amor, tá tudo bem?

 - Sim, Pedro. Eu demorei um pouco porque acabei me cortando sem querer, mas já vou sair!

 - Tá bem, eu to na cozinha qualquer coisa.

 - Ok!

 Depois de mais 2 minutos, Fátima saiu um pouco apressada para se arrumar. Enquanto escolhia a roupa, falava consigo mesma.

 - Ai meu Deus, que roupa eu ponho? Será que tá frio? Se bem que é só jogar um casaco por cima...

Quando estava quase pronta, o telefone toca. Era sua mãe, Eunice.

 - Alô mamãe!

 - Minha filha, tudo bem?

 - Tudo sim, e com a senhora?

 - Tudo bem, graças a Deus!

 - Mamãe, por que a senhora me ligou e a essa hora?

 Dona Eunice não costumava ligar para a filha de manhã, principalmente aos sábados, pois sabia que era o dia onde Fátima podia dormir até mais tarde. Apesar de ser 10 horas da manhã, para Fátima ainda era cedo.

 - Eu liguei porque eu quero saber se você vem almoçar!

 - Ah! Mamãe, hoje não vai dar.

 - Por que não, filha?

 - Eu e o Pedro combinamos de sair a tarde com um casal de amigos. Tenho que arrumar a casa antes de sair, a senhora não acha?

 - Ah! O Pedro...

 De todos os namoradinhos que Fátima teve, o que ela escolheu para ser seu marido era justo aquele que sua mãe menos gostava. Dona Eunice sempre achou que Pedro era ciumento demais e que também tinha uma péssima mania de querer colocar em uma balança o amor que Fátima sentia por ele e por sua mãe. Dona Eunice também achava que Pedro queria a Fátima mais focada nele, no casamento e na casa. Na verdade, ela sempre achou que Pedro não quisesse ver sua esposa trabalhando.

 - O que tem o meu marido, mamãe?

 - Não tem nada, é que eu achei que vocês poderiam vir aqui hoje.

 - Eu vou falar com ele e se der nós passamos aí mais tarde! Pode ser?

 - Tudo bem! Mas se vocês quiserem vir, fiquem a vontade!

 - Tá bem, mamãe! Mas agora eu vou ter que desligar, tenho que descer pra tomar café e dar um jeito nessa bagunça aqui!

 - Vai lá, filha! Beijos!

 - Beijos, se cuida!

 Fátima olhou em volta e viu a "pequena" bagunça em que tinha que dar um jeito! Realmente, não seria nada fácil arrumar a cama, varrer o quarto, colocar as cortinas pra lavar, colocar todas as roupas que estavam atiradas dentro do guarda-roupa, guardar os sapatos e, sem esquecer de lavar o banheiro. Mas tudo isso ela faria depois. Respirou fundo, deu uma leve risada e desceu para tomar o café.

 Pedro teve que pensar duas vezes antes de esperar a esposa pra tomar café. Primeiro porque estava com muita fome, pois não havia jantado na noite passada e segundo porque ele já havia a esperado para levantarem juntos e ela havia tratado ele muito mal. Ainda assim, ele decidiu dar uma nova chance à esposa e a esperou. Ele não quis ficar sentado na mesa com tantas coisas boas pra comer estando com fome e decidiu sentar na sala e assistir televisão enquanto a esperava.
Fátima descia as escadas como uma verdadeira princesa, e ele, a vendo de longe parecia babar.

 - Pronto! Vamos comer?

 - Nossa! Demorou, mas valeu a pena!

 Fátima vestia uma saia pouco acima do joelho um pouco rodada e uma camiseta rosa. Seu sapato preto tinha um salto não muito alto, mas já a deixava quase do tamanho de Pedro, que ainda estava de pijama.

 - Obrigada amor! Mas por que você ainda está de pijama?

 - Eu não achei que você fosse demorar tanto, mas depois acabei esquecendo.

 - Tudo bem, vamos comer?

 - Vamos, minha esfomiada!

 No café da manhã dos dois tinha um pouco de tudo. Pão, geleia, café, leite, goiabada, mel, chá, frutas, bolachas...

 - Você quem fez tudo?

 - Depende, eu arrumei a mesa.

 - É, já é alguma coisa!

 Os dois começaram a comer e conversar. Fátima queria saber em quais locais iriam, perguntou se iriam demorar, queria saber o que iriam fazer depois de dar o passeio. Perguntas essas que deixou Pedro meio confuso.

 - Nós ainda nem fomos e você já tá pensando em voltar?

 - Não, amor. É que a mamãe me ligou.

 - Ah! Sua mãe...

 - Sabe que ela teve a mesma reação quando eu falei de você?

 - Ual! Eu e a sogrinha estamos em uma super sincronia!

 - Haha! Eu tava pensando em ir na casa dela depois do passeio, topa?

 - É que temos que arrumar a casa, né? Você já viu a bagunça que tá?

 - Se você já tá reclamando antes de ir até o quarto, nem pense em entrar lá!

 - Só imagino...

 - Depois do passeio nós vamos, tá bem? A gente dá uma arrumada agora de manhã e quando voltarmos a gente arruma o resto!

 - Tem certeza? Eu tava pensando em levar você ao cinema!

 - Mesmo? Pois pra mim parece que você não quer ir na minha mãe.

 - Não é isso, é que...

 Os dois começaram uma leve discussão, que se tornou grandiosa quando ele, novamente, colocou na balança o amor que Fátima sentia pelos dois.

 - Lá vem você de novo com essa história!

 - Mas às vezes parece que você não me ama tanto assim!

 - Eu amo a mulher que me deu a vida, que me ensinou grande parte de tudo que sei. Eu amo ela incondicionalmente e eu nunca vou deixá-la desamparada! É óbvio que eu a amo mais, muito mais que você! Mas é um amor diferente. Eu quero ficar com a minha mãe pro resto da minha vida. E com você eu também quero, mas é do lado, é como parceiro, companheiro. Não como um pilar.

 - Mas não é isso que parece na prática. Se bem que você sempre falou e escreveu muito bem! Já fazer...

 - O que é, hein? Tá achando muito ruim? Eu amo a minha mãe, mas eu também amo você! Acontece que a minha mãe vem, sempre veio e sempre vai vir antes de tudo!

 - Até mesmo do seu trabalho, é?

 Além de não gostar tanto da relação de Fátima com a sua mãe, Pedro também implicava com seu trabalho. Ele realmente achava que o lugar dela era dentro de casa, cuidando dele e de tudo que tivesse no pacote. Trabalhar era bom, mas ela não precisava ganhar tanto, se expor tanto e ficar tanto tempo longe. Ainda que ele também trabalhasse bastante.

 - Chega! Não vou ficar aqui discutindo com você a manhã inteira! Parabéns, você conseguiu! Pelo menos tem um lado bom: eu não como e acabo por ficar mais magrinha. Meus parabéns! Continua comendo se você ainda quiser, porque eu perdi a fome!

 - Vai lá, foge mal agradecida! Eu sou um burro, um idiota mesmo! Esperei tanto por você de manhã e você me tratou mal, foi estúpida e grossa comigo. E agora de novo. Esperei pra tomar café junto com você, num clima mais romântico e novamente você foi grossa, estúpida comigo! Mas eu não vou deixar de tomar o meu café pelo modo como você me trata! Já perdi meu tempo mesmo, meu café eu não perco!

 Fátima ouviu as últimas palavras dele com raiva e um certo "fogo" nos olhos. Se ficasse ali mais um minuto, no meio daquela discussão toda, ela não sabia se conseguiria se controlar. Fingiu que não ouviu, virou as costas e subiu para arrumar toda a bagunça que deixara no quarto. Fazendo isso ela tentava esquecer ou engolir as palavras que ouvira no café da briga, quer dizer, manhã.