Fanfic: FatWilly, o segredo do amor | Tema: William Bonner e Fátima Bernardes

 Fátima, tomada por uma raiva incrível, começou a chorar enquanto começava a arrumar o quarto. As lágrimas que caíam não eram de tristeza e tão pouco felicidade. Eram de raiva, raiva das palavras, da discussão, do mal estar em que se encontrava, da dúvida entre ser a mocinha ou a vilã da história, e também de ter que arrumar sozinha uma bagunça que não era só dela. Mas apesar disso, a última coisa que ela queria e precisava era de seu marido por perto. Em vários momentos do casamento ela já havia se perguntado se era mesmo melhor continuar casada. As brigas eram constantes, sua mãe não gostava dele, eles não tinham muito a ver um com o outro, ela tinha suas dúvidas em relação aos seus sentimentos, mas apesar disso ela também se sentia bem ao lado dele. Então, ainda com raiva ela sempre decidia por ficar, aguentar mais um pouco e tentar ir mais além. Mas pra tudo dar certo ela só precisaria da compreensão e da ajuda de Pedro, até porque um casamento é composto por duas pessoas: o marido e a mulher!

 Pedro terminou de tomar seu café, arrumou a mesa e lavou a louça. Calmamente olhou em volta e viu que a sala também precisava de um jeito. Pensou, pensou e decidiu deixar tudo como estava. Ele já tinha esperado a esposa duas vezes e nas duas ele tinha se dado mal. Já que ela tinha sido tão má com ele, ele decidiu tratá-la mal também.

 - Ah é? Só ela que pode? Eu me ralo, espero, me mordo por dentro pra não fazer nada de errado e ela vem, me trata mal e ainda me esnoba? Ah tá bom! Acho que eu posso me dar o luxo de ser mauzinho agora também! - dizia ele pra si mesmo.

 Não demorou muito e Fátima guardou todas as roupas e os sapatos que estavam atirados no quarto, além de ter arrumado a cama e aberto as janelas. Olhou para o relógio e eram quase 11 horas. Pensou em descer e fazer o almoço, mas optou por lavar o banheiro. Como teria que descer pra pegar os materiais de limpeza, foi tirar as cortinas das janelas para levá-las até a área de serviço do prédio. Subiu na cadeira que tinha no quarto e acabou caindo. Caiu e gritou. Pedro chegou a ouvir o grito da esposa, mas achou que fosse fiasco e não subiu para acudí-la. Fátima, cheia de dor começou a gritar pelo marido, com o receio de que ele não escutasse ou não fosse até ela.

 - PEDRO! PEDRO! ME AJUDA... PEDRO!

 Quando ele ouviu seu nome e o pedido de ajuda ele decidiu subir. Mas ainda assim, por pensar que se tratava de uma barata ou aranha, subiu calmamente as escadas, como se nada tivesse acontecendo. Quando abriu a porta do quarto e encontrou as cortinas caídas, a mulher no chão e a cadeira atirada, correu para pegar sua esposa nos braços e colocá-la na cama.

 - Obrigada! Achei que você não fosse vir.

 - Eu não ia mesmo, mas fiquei preocupado. O que aconteceu?

 - Eu subi na cadeira pra tirar as cortinas, me desequilibrei e caí. Eu tentei me segurar nas cortinas, mas não adiantou e elas acabaram caindo também.

 - Você tá louca? Você sabe muito bem que essas tarefas que envolvem altura você tem que deixar pra mim!

 - Eu sei, desculpa...

 - Você e esse seu gênio! Tá doendo?

 - Sim! Me ajuda?

 - Aonde doi?

 - Meu tornozelo. Você vai chamar um médico?

 - Você prefere que eu chame ou prefere ir no hospital?

 - Eu prefiro não sair de casa!

 - Além de geniosa é preguiçosa também! Em que buraco eu fui me meter!

 Os dois riram. Pedro, apesar de tudo, cuidava da esposa como ninguém. Ele ligou para o médico e ele foi até ela. A examinou e viu que não passara de uma leve torção. Seria necessário gelo e também um analgésico caso a dor continuasse. Não seria necessário repouso, porque com o gelo ela já estaria bem, mas seria melhor se ela ficasse em casa. Pedro deixou a mulher no quarto, levou o médico até a porta e foi buscar o gelo. Ele chegou no quarto e a achou um pouco chateada.

 - Tudo bem que tenhamos brigado, mas eu acho que você não tá chateada por isso, não é?

 - É que eu acabei me machucando, mas temos que nos encontrar com o nosso casal de amigos daqui a pouco, lembra? E se eu não puder ir?

 - Nós desmarcamos, ué. Mas você vai ficar boa, é só passar o gelo. - disse estendendo a toalha e também o próprio gelo.

 - Obrigada! Mas qualquer coisa você os leva, tudo bem?

 - Se você não melhorar e não se importar eu levo sim! Mas enquanto você fica aí passando o gelo e descansando eu vou tentar arrumar a cortina. Aproveito e faço o almoço! Não sai da cama, tá bem? Qualquer coisa grita.

 Apesar de tudo, Pedro era um bom marido. Ele acabou lavando o banheiro e por falta de tempo incomendou uma pizza. Fátima já estava bem melhor e foi terminar de arrumar a casa. Desceu, arrumou a sala e ajudou o marido a preparar a mesa. Pedro ligou para os amigos e avisou que iriam se atrasar um pouco. Apesar do clima de aproximação, Fátima e Pedro mal se falavam. Os dois almoçaram e arrumaram a bagunça de dentro de casa. A única coisa que eles não conseguiram arrumar foi a bagunça em que se encontrava a relação dos dois.