Fanfic: FatWilly, o segredo do amor | Tema: William Bonner e Fátima Bernardes

 William mantia-se incrédulo. "Ela não pode pensar que a traí", pensava ele. Já se encontrava sozinho em seu camarim, mas sentia a forte presença de uma armação no ar. Sabia que Fátima não apareceria em seu camarim "do nada", sem um propósito. E quanto ao amor da Juliana, ele não conseguia acreditar.

 Saiu do camarim; ele estava nervoso. Mal podia olhar para os lados, tamanha raiva. Não deixaria, jamais, uma mulher estragar um relacionamento seu. Ainda mais sendo a mulher que era.

 Andou e andou, até encontrar Fátima. Ela estava concentrada nas edições, então ele ficou de pé, ao seu lado.

 - Eu acho que precisamos conversar.

 - Tem alguma dúvida em alguma matéria?

 - Tenho, sim. Preciso de ajuda pra editar!

 - Me manda por email, que edito pra você.

 - Não. Venha até meu camarim, por favor.

 - Tudo bem, eu vou.

 Fátima seguiu com William até seu camarim. Assim que chegaram, o silêncio foi o dono da vez.

 - Foi pra isso que você me chamou, William?

 - Não. E você sabe que não.

 - E então porquê foi?

 - Acho que lhe devo explicações, não é verdade?

 - Será que deve, mesmo? Eu lembro que tínhamos terminado, então você não me deve nada.

 - Eu sei que devo. Eu falei pra você que iria lhe esperar, e estou lhe esperando. Eu não beijei a Juliana, ela quem me beijou.

 - Quando um não quer, dois não fazem. Você nunca ouviu isso?

 - Já, sim. Acontece que fiquei sem reação. Ela chegou aqui dizendo que me amava, que era louca por mim, pediu pra eu não abandoná-la. Eu fiquei completamente sem reação! E então ela me beijou e eu não fiz nada. Nem pra tirá-la de perto de mim, nem pra colocá-la mais próxima ainda. Eu juro, não queria beijá-la.

 - Acontece que a beijou! E sem reação, William? Eu acreditaria se você não tivesse a beijado de volta!

 - Tudo bem, você está no seu direito.

 - E outra, seu passado te condena! Você sempre foi namorador. Não dá pra confiar tanto em uma pessoa assim!

 - Vai da confiança de cada um. É aquela questão do "não mude um fio de cabelo por mim", conhece essa música?

 - Não, não conheço.

 - Pois é. Eu não posso mudar o meu passado.

 - Mas pode, muito bem, mudar o futuro. O problema é que você não quer.

 - É claro que eu quero! Você não viu quem era a mulher? Era a Juliana. Você sabe a fama que ela tem e não está cruscificando-a por isso!

 - Acontece que eu não namorava ela. Não foi pra ela que eu pedi um tempo.

 - Não. Foi pra mim, o amor da sua vida!

 - Amor da minha vida? Será mesmo? - Fátima o encarou com os olhos lacrimejantes. - Será que o amor da minha vida me deixaria tão triste? Ou será que ele só mais um?

 - Isso só você quem vai poder dizer. Mas se você ainda sente ciúmes de mim, é porque sentimento existe.

 - Eu não sou ciumenta.

 - Ah! Não é? Então por que ficar tão brava com um beijo, sendo que já tínhamos terminado tudo?

 - Porque você disse que me esperaria! - Fátima estava confusa. - E não tente virar o jogo!

 - Fa, eu amo você! Não beijei a Juliana, fui beijado. E não estou tentando virar o jogo, apenas estou vendo que está com ciúme!

 - Cale a boca! Vá se ferrar! - disse Fátima, já descontrolada.

 William se aproximou, enquanto isso Fátima o xingava de todas as maneiras. Ela tentou se afastar, mas acabou encostada na parede, sem chance de fuga. William a olhava de maneira devastadora, como se a comesse com os olhos. Ela ficou com medo, sabia que não iria se controlar.

 - Saia daqui. - disse ela, por fim.

 William fingiu que não escutou e apoiou as duas mãos na parede, sem encostar em Fátima. Piscou um dos olhos e sorriu. Ela sentiu o corpo arrepiar. William não se conteve e grudou seus lábios nos dela. Ela, simplesmente, colocou seus braços em volta de seu pescoço, como se não desejasse outra coisa, além do beijo.

 Assim que se deram conta do que estavam fazendo, desgrudaram seus lábios, mantendo juntos apenas seus corpos.

 - Não devíamos ter feito isso.

 - Tanta coisa que não devemos fazer...

 - Beijar você não era necessário.

 - Eu sei. - e William soltou Fátima. - Desculpe, Fátima. Eu não resisti! Você sabe como mexe comigo...

 - Eu disse que não devíamos ter nos beijado, que não era necessário. Não falei que foi ruim e tão pouco que não queria.

 - Mas é que - William foi interrompido.

 - Eu estou muito magoada, além de não estar mais junto com você! Mas isso não significa que eu tenha deixado de amar você, querer o seu beijo e também não significa que não o quero mais.

 - Você nunca vai acreditar que não beijei a Juliana?

 - Nunca vou acreditar que você não teve reação. Apenas isso.

 - Mas Fa - William foi novamente interrompido.

 - Chega, William. Você faz o que quiser, enquanto estivermos separados. Mas se for pra me esperar, me espere livre! Além disso, se afaste da Juliana se acha que não terá nenhuma reação. Essa foi a primeira e a última vez.

 - Tudo bem, ficarei livre te esperando! Além disso, me afastarei da Juliana, pode ter certeza. Mas por favor, não demore muito. Você sabe que a amo muito e que tenho sede de você!

 - Demorarei o tempo necessário! - e Fátima se afastou. Quando estava quase na porta, não deixou de comentar. - Essa é sua segunda e última chance. Mais uma falha, e pode esquecer que um dia voltarei pra você! E caso isso acontecer, o que eu farei com o amor? Guardarei pra entregar à outra pessoa.

 Dizendo isso, jogou um beijo no ar para William, que engoliu a seco as palavras de Fátima. Ele a amava, sabia que não a trairia, mas de qualquer forma, tinha medo de cair em outra armação.

 - O quê? Cara, essas mulheres de hoje em dia não perdoam nada! - Felipe estava na sala do café, ouvindo a última história de William.

 - Eu não sei o que é pior: eu ter caído na armação, ou ter ouvido as palavras da Fátima!

 - De todo o jeito, ela provou que ama mesmo você! Só de ter sentindo ciúmes, já mostrou isso.

 - Verdade! Você não sabe como me senti feliz!

 - O ser humano é mesmo esquisito! Se sente feliz ao saber que alguém sentiu ciúmes! Esse sentimento é horrível!

 - Sim, eu sei. Mas do mesmo jeito, ela me ama!

 William terminou o café e Samara entrou na sala.

 - Wil! Que bom que você está aí...

 - Aconteceu alguma coisa?

 - O que você vai fazer hoje a noite?

 - Nada, por quê?

 - O que acha de saírmos pra jantar?

 - Hum... Está marcando um encontro com o bonitão, é? - Felipe teve que brincar.

 - Ah! - Samara pareceu ficar sem jeito. - É que eu não gosto de comer sozinha, o Wil também não, que eu sei!

 - É verdade, Sa. E onde podemos ir?

 - Sou nova aqui, então você quem escolhe!

 - Tudo bem. Depois do jornal, pode ser?

 - Tem que ser. Obrigada, Wil! Você é um anjo!

 Samara saiu dali vitoriosa, se sentindo uma verdadeira rainha. Sabia que, se o beijo da Juliana não tivesse dado certo, a sua noite com seu primo daria.

 - Cara, se a Fátima descobrir que você vai jantar com a Samara, ela vai querer matar você!

 - Ela sabe que a Sa é minha prima. E além disso, eu a amo muito e respeito minha prima, por isso não vai rolar nada. Ainda que a Sa queira alguma coisa. O que eu acho muito difícil, até porque ela é noiva!

 - Noivado não mostra caráter de ninguém. E além disso, sua prima é recatada demais. Se eu fosse você, tomava cuidado!

 - Sabe que eu não confio na Samara? Ela é minha prima, respeito muito ela, mas sempre achei estranho o jeito dela! Sempre esteve muito próxima de mim, apesar de ser noiva. Aliás, não conheço esse noivo, está sempre viajando! Mas nunca contei nada pra ninguém.

 - Fique tranquilo, não vou espalhar. Mas tome cuidado! E a propósito, não acha melhor contar pra Fa?

 - Eu não sei. Será que devo?

 - É um risco não contar. Talvez ela se sinta enganada!

 - Você está certo. Eu irei falar! Obrigado, Felipe!

 - De nada, Wil!

 William saiu da sala do café, deixando Felipe sozinho. Ele iria contar que jantaria com Samara para Fátima, a fim de evitar novas complicações.