Fanfic: FatWilly, o segredo do amor | Tema: William Bonner e Fátima Bernardes

[O outro lado do mesmo capítulo]

 Camila dormia profundamente. Ela estava cansada, precisava descansar urgentemente. Pôde perceber que Maurício não dormia ao seu lado, mas pensou que ele pudesse estar na sala. 

 Samara não conseguia se controlar. Enquanto dirigia, era como se passassem filmes e filmes na sua cabeça. Nada parecia ser real.

 - QUEM ELE PENSA QUE É PRA NÃO ME AMAR? ME DEIXAR SOZINHA, ENQUANTO IA PROCURAR A IDIOTA DA FÁTIMA? QUEM ELE PENSA QUE É? - Samara gritava consigo mesma em seu carro, sozinha.

 Enquanto gritava, grossas lágrimas saltavam de seus olhos, desenhando seu belo rosto. Já estava completamente borrada, mas ainda queria chorar mais.

 A sinaleira fechou e ela tirou de dentro da sua bolsa um espelho. Como demorou para encontrá-lo, quando achou o sinal havia aberto. Ela queria muito ver seu estado, então foi trocar de marcha com o espelho na mão. Acabou se atrapalhando e como colocou muita força na mão, o espelho acabou cortando e sua mão ficou cortada.

 - Mas que droga, também! - reclamou Samara, que sentia dores na mão.

 Encostou o carro na calçada, saindo do meio da rua e dando passagem para os outros motoristas que já estavam impacientes. Com a mão cortada cheia de sangue, ela tirou o cinto de segurança e foi pegar o espelho. Quando o achou, sentiu um caco de vidro mover-se dentro da sua mão.

 - William, você me paga!

 Ela pegou o espelho e foi se olhar. Imediatamente, voltou a chorar. A cena era terrível. Os olhos fundos, borrados e manchados de preto. Haviam marcas de lágrimas pelo rosto e também algumas manchas de sangue, pois ela havia passado a mão no rosto, a fim de tirar o cabelo da frente dos olhos. O espelho estava sujo de sangue, o que piorava a visão. Sentiu seu rosto dividido. Uma parte sorria maliciosamente, planejando uma vingança. Já a outra parte chorava por um amor não correspondido.

 - Meu Deus, me salve! - Samara resolveu apelar.

 Elevou as mãos ao teto do carro, liberando, mais uma vez, novas lágrimas.

 - POR QUE ISSO ACONTECE COMIGO? - Samara gritava, na intenção de um Ser Maior a ouvir. - NÓS ÉRAMOS TÃO FELIZES QUANDO PEQUENOS! O WIL ME AMAVA! POR QUE ISSO TEVE QUE ACABAR? POR QUÊ?

 Samara se viu descontrolada quando estava batendo sua cabeça incessantemente na direção. Pegou o espelho e se olhou novamente. Desta vez, estava um pouco melhor. O mesmo lado que pedia uma vingança, estava calmo, sereno, tranquilo. Ainda sorria, mas desta vez de uma maneira bonita, tranquila.

 Colocou novamente o sinto, tirou a blusa preta da bolsa e enrolou-a na mão, que ainda sangrava. Ligou o carro e tornou a dirigir. Estava mais calma, mas ainda não tinha controle sobre as ações.

 Camila acordou com a campainha tocando. Parecia que quem tocava, queria tirar o pai da forca. Ficou com medo de acordar Maurício, então saiu apressada do quarto.

 Estava descendo as escadas quando se preocupou com a ausência do marido. Sorriu ao pensar que poderia ser ele que tivesse saído e esquecido de levar a chave. Desceu correndo os últimos degraus e logo chegou até a porta.

 - Samara? - Camila observou o estado da amiga. - O que aconteceu?

 - Camila, deu tudo errado! O idiota do William, a ridícula da Fátima... Eles, eles se merecem! - Samara gaguejava.

 - O QUÊ? Como assim?

 - Posso entrar?

 - Claro, entre! - Samara entrou e Camila fechou a porta. - O que aconteceu?

 - Eu e o Wil fomos jantar. Então fui até o banheiro e troquei de roupa. Fiz minha maquiagem e voltei pra mesa. Contei tudo pra ele, abri o jogo. Falei, inclusive, do meu amor. Ele fez pouco caso, disse que não sentia o mesmo e me deixou sozinha no restaurante.

 - Eu não consigo acreditar!

 - Eu até quero lutar pelo amor dele, mostrar pra Fátima que sou eu quem ele ama, mas tenho medo de sofrer de novo. E fora que eu quebrei meu espelho! - Samara, além de tudo, era supersticiosa. - Terei alguns anos de azar!

 - Cale a boca! Não é hora pra falar besteiras.

 - Não é besteira, eu to falando sério! Não quero sofrer pelo idiota do William.

 - Você não o ama?

 - Mais que a mim mesma, desde o dia que nasci.

 - Então trate de lutar por ele, ué!

 - Cale a boca, Camila. Você acha que é fácil assim? Enquanto você está feliz, dormindo ao lado do amor da sua vida que é, coincidentemente, seu marido, eu estou dormindo sozinha, com frio, querendo estar com o Wil! Você tem a vida ganha, não tem do que reclamar, mas eu não.

 - Casei com o Maurício porque lutei por ele!

 - Aposto que não tinha nenhuma Fátima Bernardes no seu caminho, não é mesmo?

 - Não, de fato, não tinha.

 - Acontece que eu tenho. E além de ser linda, o ama também. E outra, estamos falando de sentimentos.

 - Ainda assim, você tem que tentar.

 - Vou tentar pela última vez. Estou indo até a casa da idiota da Fátima. Tudo vai depender da conversa que terei com ela.

 - Tudo bem. Eu vou voltar a dormir! Boa sorte!

 - Obrigada.

 Samara saiu dali e foi direto para a casa de Fátima, sem ao menos dormir. Camila deitou novamente, mas, desta vez, não conseguiu descansar. Pensou no que Samara lhe disse e queria saber onde seu marido estava.

 Samara estacionou seu carro em frente ao apartamento de Fátima. Ela não sabia o número do apart hotel, apenas sabia que era naquele prédio. Pôde observar um carro parecido com o de William, em frente ao prédio, então lembrou da última frase de William: "Se você me dá licença, eu preciso ser feliz!". Assim que lembrou da cena, tornou a chorar.

 - Por que, Wil? Por quê? - Samara parecia inconformada.

 Saiu do carro e pediu, em pensamento, para conseguir ir até o apartamento de Fátima.

 - Boa noite! - cumprimentou o porteiro, assustado com a aparência de Samara.

 - Olá, boa noite!

 - O que a senhorita deseja?

 - Ergh... Bem, eu vim entregar uns papeis para a Fátima, mas não sei o número de seu quarto.

 - Fátima? Que Fátima?

 - Fátima Bernardes, a apresentadora do Jornal da Globo. Eu sou Samara Melo, jornalista também.

 - É que a dona Fátima não me informou nada.

 - Foi de última hora, acabei de ligar pra ela.

 - Mas dona Samara - porém foi interrompido.

 - Ela precisa editar essas matérias, mas não vai ser possível se não tiver com elas em mãos! Por favor, tente me entender!

 - Mas a senhora deixa elas comigo, que amanhã entrego à ela.

 - Não posso. Eu adoraria, não vejo problema nenhum nisso, acontece que prometi para o nosso editor-chefe que entregaria nas mãos dela. Por favor.

 - Tudo bem. O apart dela é o 608, no sexto andar. Só vou avisá-la antes.

 - Obrigada!

 Samara entrou no elevador e esperou um tempo até chegar no andar de Fátima. Os corredores estavam vazios, silenciosos. Samara estava se sentindo em um filme de terror.

 Assim que chegou na porta, estremeceu de medo. Fátima abriu a porta no mesmo instante que ela parou.

 - Que matérias que eu terei que editar?

 - O William está aí com você, não é?

 - O seu primo? O que ele estaria fazendo aqui?

 - Amando você!

 - Samara, você bebeu? Você tá com uma aparência terrível, deve ser sono! Vá embora, amanhã nos falamos. - Fátima tentou fechar a porta, mas Samara a impediu, colocando o pé. - O que é isso?

 - Você não vai fugir. - e Samara entrou no apart de Fátima.

 - Você tá maluca? Saia daqui! Vou chamar os seguranças!

 - FAÇA ISSO! ASSIM MAIS PESSOAS VÃO SABER DO SEU CASO COM O BONNER!

 Fátima não se conteve. Ao ouvir a frase de Samara, sentiu raiva nos olhos. Não segurou mais suas mãos e uma delas foi ao encontro do rosto de Samara. Ela, que já estava manchada de maquiagem e sangue, estava agora com as marcas da mão de Fátima.

 O tapa foi tão "bem dado", que William, que estava no quarto, pôde ouvir. Ele ficou preocupado e foi até a sala para socorrer a namorada.

 - SUA IDIOTA! SUA RIDÍCULA, VOCÊ ME PAGA! - e Samara foi pra cima de Fátima.

 Porém, Fátima era mais forte. Não deixou Samara lhe bater e com os dois braços, a jogou no chão.

 William viu Samara corrida e abraçou Fátima.

 - Meu amor, você está bem?

 Samara, caída no chão, sentia nojo ao ver a cena.

 - Claro que está! Você não tá vendo quem tá caída no chão?

 William virou o rosto e viu sua prima completamente desconcertada. Um lado do rosto estava completamente vermelho. Seus olhos pareciam ter continuação através das manchas da maquiagem e havia sangue também.

 - Fa, foi você quem fez isso?

 - Apenas dei o tapa. O sangue e as manchas já estavam ali.

 William estendeu a mão para a prima, que começou a chorar.

 - Eu não preciso da sua ajuda. Nem da pena de vocês! E que você guarde esse tapa pra sempre, Fátima. Foi através dele que você se livrou de mais uma dor de cabeça!

 Samara levantou do chão sem a ajuda de William. Ela chorava, como se tivesse perdido alguém. Nada parecia fazer sentido, mas ao mesmo tempo, estava tudo muito claro.

 Fátima abraçou William, que ficou olhando a prima ir embora.

 - Eu não queria que fosse assim...

 Fátima começou a beijar a bochecha e a orelha de William de maneira carinhosa, enquanto Samara saía dali e fechava a porta.

 - Fica tranquilo, amor. Foi melhor assim!

 William pegou Fátima no colo e a levou até o quarto. Lá, a fez sua mulher, mais uma vez.

 Samara entrou no carro e começou a dirigir, sem rumo. Estava decidida a nunca mais atrapalhar seu amor, até porque sabia que seria em vão.