Fanfic: O segredo de Amugã.

A morte é inevitável,justo quando é com alguém que você ama incondicionalmente. Você acha que não vai perder a pessoa tão cedo e o destino,ironicamente apronta com você e o chão se deteriora bem diante dos seus olhos.
Fazem 3 dias que meus pais faleceram mas parece que foi ontem. A presença deles ainda está na casa,o cheiro,as roupas sujas,a presença continua ali de alguma forma.
A notícia foi meio difícil a ser dada e ainda a ficha não caiu. Os políciais acreditam que foi assalto e depois um assassinato com ocultação de cadaveres -seus corpos permanecem desaparecidos -.
As manchas de sangue continuam no carro,alguns resídios de pedaços de carnes achados no local foram confirmados pela perícia que são realmente deles.
É ruim não saber como seus próprios pais foram assassinados,pior ainda de uma forma TÃO cruel,e penso: POR QUE com eles?
O mundo está tão desequilibrado e fora de ordem,as vezes acho que não sou daqui,essa não é minha época ou meu mundo,sou só alguém que foi perdida no tempo por alguma pessoa atrapalhada que me deixou cair. É engraçado pensar assim mas infelizmente não tem como mudar um passado para o nosso futuro poder ser transcrevido melhor.

Seres humanos nasceram para sofrer e quando algo de bom aconteci o momento é ligeiro e o imã de coisas ruins vem sempre atona.
-INJUSTO!! - pensei alto,mas não adianta se lamentar,minha mãe sempre dizia: ``Levante a cabeça querida,olhe para a frente e dê um passo de cada vez``, por seguir esse conselho cedir em morar com o vovô Malu,um velho sábio e cheio das histórias de que quando eu era criança gostaria de viver todas elas.
Vai ser ótimo para mim e o Benny viver em um lugar longe de tudo que poderia nos fazer lembrar com frenquência da parte ruim de nossas vidas.
No momento,merecemos tempos com dias pacatos.

Com os pensamentos voando a fora,terminei de encaixotar meus pertences nas caixas que estavam disponiveis para mim,verifiquei mas uma vez o quarto para ver se não esqueci de nada.
Assim que terminei de lacrar fui ver como Benny estava indo na organização dele. Caminhei até seu quarto,a porta estava encostada e a empurrei
- Mano,terminou tudo? - dei uma pausa quando percebi que ele alisava um porta retrato onde na foto tinha ele,a mamãe e o papai.
- Oi? - disse pondo a foto na mala.
- No que estava pensando? - perguntei sentando-me em sua cama.
- No quanto eles fazem falta. - Sua cabeça estava baixa,ele não conseguia me olhar. Desconfiei que tenha chorado e estaria com vergonha que eu visse. Me levantei da cama e fui para as costas dele e o abracei,baixei minha cabeça e encostei meus lábios em seu cabelo e o beijei.
- Não se esqueça,estarei sempre aqui com você! - sussurrei.
Eu sabia naquele momento que eu deveria ser forte para o Benny. Para nós dois.
Benny tocou no meu braço que o arrodeava e apertou.
- Promete?
Meu coração congelou na hora,eu queria chorar,mas me segurei e confirmei com a cabeça.
- Eu te amo,seu pateta. - sorri e bati em sua bunda - agora termine tudo,vovô nos espera para o almoço e eu estou morrendo de fome.
Ele sorri maravilhosamente.
- Pateta é você! - gritou sorrindo.
-Custa dizer que me ama também? - falei saindo naquele instante do seu quarto.

Eu e Benny nos tornamos coitadinhos na visão dos vizinhos,mas o que eles nao sabem é que somos fortes juntos e que Deus está a par de nossas vidas.
A dor de perder quem amamos é dolorosa. RUIM.
O buraco que se torna em nossos corações é fundo,sensível e devo deixar o tempo amenizar para a cicatriz não fazer tanto efeito.
Não sou tão fácil de me abater,só que a partir de agora,a caminho da nossa nova vida eu vou deixar esse assunto dos meus pais de lado e ser o que Benny precisa que eu seja: FORTE e sua IRMÃ.

2 Horas se passaram e o Benny começou a reclamar que estava com fome,ele é pior do que eu em matéria de: `` quem come mais?``
Alguns minutos depois do lanche de Benny eu decidir ligar o rádio do carro,como já estavamos entrando na cidade onde vô Malu mora as estaçoes que eu mais ouvia começaram a falhar e as unicas que funcionavam eram as estações locais.
- Nossa,que música horrível! - disse Benny tapando os ouvidos. Eu ri.
Não era só o ritmo que irritava e sim as vozes. Era torturante.
Depois de alguns minutos conseguimos chegar na entrada do Vale Malu e
para conseguir chegar na casa do Senhor Malu,devíamos entrar em uma trilha onde tinha diversas arvores altas e um lago logo a frente (que também pertencia a ele). Nunca tinha ido para a sua casa,ele sempre ia nos visitar mas nunca víamos para cá.
Já tive a ideia de passar as férias do colégio em sua casa mas mamãe sempre proibia,por qual motivo eu AINDA não sei.
Antes de entrarmos com o carro na trilha tinha uma placa feita de madeira com as letras esculpidas que dizia: ``Você está preparado para realmente seguir o seu verdadeiro destino?``
Vovô Malu e seu modo de deixar o momento esquisito. Estranho.
Segui a caminho da trilha,Benny estava empolgado pelo espaço ainda mais pelo lago,e que LAGO!!
- Oi... crianças - um velho com um chapéu de palha e uma calça folgada com boca de sino,saiu em disparado na frente do carro.
- Vovô,cuidado! - gritei freiando.
- Meu Deus como estão enormes! - veio animado abrindo a porta do carro - venham logo,o almoço nos espera.
- Obaa! - gritou Benny. Saiu correndo para dentro da enorme casa do nosso velho. Tinha espaço de sobra.
- Eu ainda me pergunto como você herdou tudo isso. - falei em direção ao porta - malas.
- Herança de família - sorriu com êxito.
- Sei... mas é díficil acreditar. - calei
- Eu sei que minha criança está passando por um momento dificil mas tudo vai mudar,acredite. Estou animado e depois você vai entender! - Ele sorriu,me deu as costas e saiu andando com os braços para trás.
- Cheio de segredos.. como sempre! - sussurrei