Fanfic: O segredo de Amugã.

*Despertador tocando*
Acordo com dificuldade. Meus olhos não me obedeciam de jeito nenhum,meu sono parecia de alguém que deixou de dormir durante três dias.
Me levanto da cama e passo alguns minutos sentada com o queixo escorado em uma das mãos fitando a paisagem da janela do quarto: A vida sempre parece mais fácil do outro lado da janela - sussurei.
Tomo coragem e fico de pé e caminho até a janela,toco o vidro e percebo que estou me esforçando para me sentir em casa.
De tanto observar as árvores batendo uma na outra por causa do vento,eu percebi que havia um poço entra as mais altas da parte escura do Vale. Engraçado é que quando cheguei aqui eu não tinha percebido ele antes - passei todo final de semana sem explorar o lugar mas também não percebi nada -
Mas quanto mais eu a olhava mais eu podia jurar que ele estava me chamando e essa sensação ficava mais forte,cada vez mais forte. Eu podia jurar que mãos me tocavam a cintura me puxando para lá...
- BUUU!
- Que susto! - O velho Malu me assustou,ele adorava me pegar distraída. - o que faz aqui? - perguntei enquanto ele permanecia na porta.
- Avisar que você vai se atrasar para o colégio e dizer que você vai perder o café da manhã,de novo. - ele saiu rindo. Malu parecia uma criança vestida de velho,(essa é a minha única explicação)
Já tinha me esquecido,hoje seria o primeiro dia de um verdadeiro manicomio... pelo o que eu me conheço eu saberia que não ia me da bem com as pessoas assim tão fácil,ás vezes sou ignorante demais e costumo arrumar confusões rápido.
Na minha antiga escola eu tinha amigos e tudo mais,nada de ser excluida em grupos ou na hora da escolha para jogos. Sempre fui do tipo de impedir injustiças ou não suportar as patricinhas de lá,de qualquer forma se tivesse alguma confusão na escola pode apostar que eu estava por perto.

Meu banho foi D`flash: Farda,arrumar o cabelo,comer... ooops,comer? Pior que Malu tinha razão,eu acabei ficando sem café da manhã. Ele e o Benny detonaram tudo.
- Marzita? - gritei pela governanta da casa. Uma amiga da família.
- Sim querida? - perguntou. No dia em que eu cheguei ela não estava de serviço,acredito que tenha sido sua folga. É uma senhora admiravél e guerreira por suportar o Malu.
- Deixaram nada pra eu comer - fiz bico.
- Não se preocupe,deixei o seu separado,se não aqueles dois iam atacar tudo! - ela riu maravilhosamente.
Sabe,quando conheci a Marzita,ela abriu seus braços grandes e cheinhos para me receber. Foi um aconchego de uma mãe ao receber um filho que estava viajando. É um amor.
Assim que comi olhei para meu relógio de pulseira preta e transparente - 7h15 ? - gritei
O horário de entrada eram as 7h30,eu precisava aprender a voar logo se eu não quisesse chegar atrasada.
- Tchau Marzita! - sair gritando sem ouvir uma resposta.
Na medida em que eu corria parecia que o Vale não chegava na entrada. Ele se longava mais e mais,sendo que algo me fez parar,esquecer do atraso. Olho para o lado: O poço.
A sensação de ser chamada novamente invadia meus sentidos,a curiosidade começou a crescer dentro de mim.
-Analu - sussuraram. Meus pêlos do braço subiu rapidamente. Calafrio. Não estava ficando doida,eu realmente ouvir alguém me chamar.

Depois de ter ouvido essa voz que mais parecia um eco,eu fui até lá. Só para espiar. Quanto mais eu chegava perto,mas a voz ficava nitida e por incrivel que pareça,reconhecida.
-Ma...Mãe? - falei para mim. Acelerei o passo e olhei para dentro do poço. - Será que realmente ouvir minha mãe? - me perguntei.
-Olá? - chamei com a cabeça já enfiada na lateral do poço mas a resposta só eram meus próprios ecos. Ok,eu chamei por alguém que provavelmente estaria em um poço e dai? eu ouvi uma voz.
Ri um pouco da minha suposta imaginação e dei as costas.
-Amuuuugã - A voz parecia está atras de mim,pulei de susto mas nada tinha. Me afastei mais do poço e só deu tempo de sussurrar: Amugã? De repente um fogo tomou conta do meu peito,gemi de dor pondo a mão por cima tentando fazer com que amenizasse,por surpresa comecei a ser puxada por uma força invisivel. Meu peito passou de: Um fogo ardente, para: Um brilho ofuscante. Enfiei meus dedos na terra mas não adiantou,sair arranhando a grama sem nenhum feito.
Quando me dei conta,eu estava caindo no poço.
                                                                               ...

Au! que dor de cabeça! - resmunguei pondo a mão na testa e me sentando. Minha cabeça parecia está pesando lá seus 50 kilos.
Reparei que eu estava toda suja de terra e estava descabelada,havia pouca luz mas conseguir ver alguma coisa. - O que aconteceu? - Me perguntei com dificuldade.
Olhei ao meu redor e minha mente clareou: Eu cair no poço mas COMO?
- Que ótimo,além de ser novata eu,com certeza,ganharia alguma suspensão por atraso.- bufei.
Subir a escada que no poço tinha. Ainda meio zonza conseguir chegar ao topo e sair do poço. Me escorei na madeira,exausta. Olhei para o relógio e ele estava parado, ainda eram 7h45,levantei a cabeça e vi o horizonte bem diferente. Havia árvores demais ,diversas por sinal.
Me levantei,até a dor de cabeça sumiu no momento,girei no mesmo lugar,tentei procurar a casa mas só haviam árvores e mais árvores. Tentei voltar para a trilha,mas não tinha nenhuma.
Segui em frente mesmo assim e logo a frente tinha um: V-I-L-A-R-E-J-O ?
Onde que estou ? - falei em voz alta.
Peguei meu celular e estava sem sinal. Levantei ele jurando que resolveria de algo mas continuava do mesmo jeito.
- Mas que droga! - resmunguei.

- Amugã... - Olhei para trás e uma mulher velha apontava sua mão errugava para minha direção,olhei para os dois lados para tirar a prova e sim,ela apontava para mim. - Me entregue a Amugã criança -
Eu nada respondi.
-A M U G Ã - gritou. Dessa vez a voz dela saiu aguda demais, me lembrou o som de quando meu professor Zé Sombrança (chamavamos ele assim na sala por causa da sua sombrancelha grande),fazia quando bagunçavamos muito. Ele simplesmente pegava o piloto e o pressionava no quadro onde aquele som agudo nos encomodava.
 - O que é Amugã ?. - perguntei com as pernas trêmulas.
Quem é essa mulher que é mais velha e misteriosa do que o Malu? O que é este lugar?