Fanfic: Inocência Roubada. | Tema: Laliter

Capitulo 11 

Desde pequena Mariana havia levado uma vida difícil. As memórias de sua infância eram basicamente dos dias em que ficava em casa sozinha enquanto sua mãe saía e ás vezes demorava dias para voltar. Aos sete anos, quando não tinha suas irmãs, sua vida era ainda mais solitária, pois quando sua mãe sumia por uma semana era o tempo em que ela ficava sozinha e sem ter o que comer.

Ninguém nunca entendera aquela garotinha. Apesar de ter nascido e sido criada naquele bairro pobre e violento ela sempre fora dócil, nunca hostil como a maioria das crianças dali eram. De vez em quando a vizinha do apartamento debaixo batia na porta para saber se estava tudo bem... Era uma senhora sozinha e rabugenta que detestava crianças – bom, pelo menos era no que ela queria que todos acreditassem. Mas Mariana acabara descobrindo uma velhinha solitária e carente quando, em uma manhã de um domingo chuvoso, ela entrou em seu apartamento e pegou pela mãozinha magricela.

Mariana sempre fora pequenina, o que deixava sua aparência ainda mais doentia pela magreza. Ela nunca tinha muito o que comer, apenas quando sua mãe aparecia com alguns alimentos vencidos que achava nos fundos da mercearia da vizinhança. Mas ela havia se acostumado com a fome, a sentir a dor aguda na boca do estomago, então passava a maior parte do dia dormindo para evitar senti-la, o que não era muito difícil uma vez que sua anemia lhe causava um cansaço excessivo.
Naquela manhã, mal sabia a velha Sra. Petry que estava salvando a vida da menina. Sua mãe desaparecera por quatro meses, e se a senhora não houvesse a levado para sua própria casa, a menina provavelmente já estaria morta e decompondo-se no apartamento sujo.

“Você vai a escola, Mariana?”, a velha perguntara-lhe naquela manhã enquanto a garotinha devorava um pão amanhecido com um pouco de margarina. Mariana apenas negara com a cabeça.

“Sabe menina, eu não sou nenhum gênio, mas posso ensiná-la algumas coisas...”
A Sra. Petry, havia ensinando-a ler e a escrever naqueles quatro meses, mas mais do que isso havia lhe ensinado sobre a vida e sobre os seres humanos. Mariana havia descoberto que nem todos eram maus como ela pensava e que havia um mundo lá fora que ela não conhecia.
Depois de ver o desenho de “Peter Pan” na TV chamuscada da senhora Petry, Mariana passou a chamá-la de “Nana”, como a cadelinha das crianças do desenho. A menina havia associado à senhora com o animal por ambas cuidarem das crianças, ainda que de maneira distinta.

Quando sua mãe regressou finalmente, a Sra. Petry exigira que ela matriculasse a menina na escola, mas Vivian, a mãe, havia armado um escândalo e a ameaçara se ela novamente chegasse perto de sua filha.
Foi um mês mais tarde que a senhora bateu na porta de Vivian Espósito ao escutar os gritos e risadas vindas do apartamento de cima. Quando Vivian abriu a porta o apartamento cheirava a álcool e outras coisas que a Sra. Petry não sabia e preferia não identificar. Quando se esgueirou para dentro viu Mariana encolhida no canto da sala enquanto três homens a intimidavam. Aquela fora a gota d’água. Disse a Vivian que se não permitisse que ela cuidasse de Mariana por bem ela iria a policia naquele mesmo instante.

Mariana morou com Nana por dois anos até a senhora sofrer um ataque cardíaco e ela ter que voltar para casa. Ela nunca a havia visto como uma mãe, mas como algo mais divino como um anjo das histórias que havia escutado quando a senhora Petry lia trechos da bíblia para ela. Então, mesmo que estivesse voltando para casa ela não sentia medo, pois naquele momento sabia da existência dos anjos de Deus e que Nana estaria ao lado deles, pedindo que eles tomassem conta dela.

Até amanha fofas s2

maresposito: Postadoo

brandolly: Beeeeeeem Vindaaa *--*