Fanfic: -Estranha obsessão - | Tema: Romance, Amor, Tragedias, sexo, prostituição, etc
Capitulo I
Uma infância marcada pela dor...
Não tive uma infância nada fácil, aprendi desde nova que falar a verdade nem sempre é a melhor alternativa. Paguei alto preço por tentar contar a verdade, ainda me lembro quando era criança, eu estava em meu quarto e era de noite, quando estava ainda segurando meu ursinho, como amava aquele ursinho, ainda o segurando senti que não estava sozinha, olhei pensando que era minha mãe, mas ao invés dela estava meu novo padastro, ele era legal, sempre estava brincando comigo, ou fazendo graça, me sentia bem com ele, como qualquer criança inocente eu sorri e estendi minhas pequena mãos para que ele viesse me pegar, esperando que ele fosse me contar minha historia favorita, amava ouvir sobre meus personagens favoritos: princesas, bruxas, mágicos, príncipes...
Ele pegou o livro e se sentou ao meu lado, sempre olhando para mim, por algum motivo seus olhos estavam dessa vez diferente, mas em minha santa inocência apenas deixei-me sonolenta em suas mãos.
Em algum momento cai no sono e dormi, mas ainda senti que alguém estava tirando minha roupa, sonolenta nada fiz, a não ser resmungar achando ruim, queria dormir.
Foi quando ouvi ele em meu ouvido falar bem baixinho para não fazer nenhum barulho, caso contrario contaria a minha mamy que eu era uma filha ruim e teria que ser castigada, ainda ouvi ele perguntar : Você não quer isso não é minha princesa?.
Como magia todo o sono passou, fiquei atenta, o que estava afinal ocorrendo?
Tive vontade de chorar, mas minha boca foi tampada pelas suas mãos grandes e eu balancei a cabeça confirmando que seria uma boa menina.
Arregalei os olhos, respirar estava difícil, queria falar, gritar – Pare! Mamãe nunca fez isso! Pare papai.
Sim eu já o chamava de papai, eu confiei nele, ele me traiu, mas ele não foi o único.
Em meu ouvido ele dizia para não fazer barulho, caso contrario eu seria uma menina má e seria castigada, tinha apenas 7 anos quando o filho da puta abusou pela primeira vez de mim.
Do mesmo modo que ele entrou ele saiu, como se nada tivesse ocorrido, não antes de sorrir, me abraçar e dizer que eu era sua menina predileta, que nunca deixaria nada de ruim acontecer comigo e que sempre estaria comigo, que me amava.
Chorei, como chorei, porque meu pai estava me tratando assim? O que fiz para receber isso?
Chorei em silencio, não queria contar a ninguém ou que soubessem o que tinha ocorrido, ao mesmo tempo queria entender porque ele fez isso comigo, ele me amava!.
-
Não saberia dizer o porque nunca contei a minha mãe antes o que ocorria, tinha medo, medo dela brigar comigo, me bater.
Medo dele me machucar ou mesmo de não ser mais aceita pelas pessoas, devido isso calei-me por um longo tempo.
Da criança gentil, calma, faladeira, me tornei calada, seria, medrosa e futuramente muito rebelde.
Se minha mãe achou isso estranho nunca mostrou interesse, ela era linda e estava sempre ocupada ao contrario de meu padastro que por ser escritor sempre estava em casa.
Ele era muito bom no que fazia, já tinha vários livros Best-seller e era respeitado pelas pessoas.
Queria saber o que essas mesmas pessoas que o abraçavam, elogiando seu trabalho faria se soubessem do que ele era capaz de fazer.
Se por um lado quando era mais velha o odiava, minha mãe o amava e o idolatrava, e confiava plenamente nele, com o tempo eu já bem maior e mais madura, percebi que esse amor era doentio, ela era ciumenta, possessiva e era só uma mulher olhar para ele, que brigavam, por ironia do destino ela só ficava feliz quando ele estava em casa escrevendo, pois ali não tinha nenhum perigo, ele não iria trazer alguma mulher lá. Ela só não imaginava que ele me desejava como mulher e que me tinha em suas mãos.
Passei a odiar ele e ela.
Como ela não percebia o que estava ocorrendo dentro da sua própria casa?
Perdi a conta das vezes que ele me abusou, estuprou, fez chantagens, chorou em meus braços pedindo para não contar a ninguém, dizendo que me amava, precisava de mim...
Se por um lado eu tinha medo, por outro eu tinha pavor de ser mandada embora, de minha mãe não me perdoar pelo que ocorreu.
Aceitei isso por um longo tempo, mas aos meus 15 anos de idade me apaixonei por um rapaz do colégio.
Ele era bem rebelde assim como eu, ainda lembro dele me convidar para sair e ir ao apartamento dele, pois ia ter uma festinha com alguns amigos por lá.
Eu aceitei claro, mas sabia que se meu padastro soubesse que ia sair, não deixaria por isso escondida sai de casa e fui a festa.
Fazia tempo que não tinha rido tanto, me divertido tanto.
Pela primeira vez em minha vida bebi, e também senti o que era ser tocada por outro homem além do meu padastro.
Ao contrario do meu padastro nada aconteceu ali além de beijos, mas me senti tão bem que entendi o que era prazer de ser tocada por um homem, não havia ali sentimento de culpa.
Quando retornei a minha casa, sem fazer barulho, fui andando de forma silenciosa.
Mas para minha surpresa a luz se acendeu e minha mãe fora de si começou a bater em mim, dizendo que não tinha criado uma sem vergonha, uma puta, que eu iria aprender a não fazer isso de novo.
Aquilo para mim foi o meu limite, empurrei ela e sem pensar nas consequências falei.
Porque não pergunta a seu marido o que ele acha dessa puta? Porque ele não esteve reclamando durante esses anos!
Quando falei isso coloquei minha mão sobre a boca, com os olhos arregalados, como pude falar isso a ela?
Ainda assim, minha mãe começou a me esbofetear, eu chorava, pedindo para parar, dizendo que eu não queria, nunca quis ele.
Ela estava fora de si, puxava meus cabelos, e batia com toda sua força, dizendo que tinha uma cobra dentro de casa.
Ainda tentando me soltar pois se ela continuasse ia morrer em suas mãos, vi ele no quarto nos olhando.
Ele apenas balançava a cabeça, como dizendo quem mandou falar? Eu não te avisei?
Meus olhos começaram a ficar turvos, mas meu ódio era tão grande que a empurrei,ela caiu e bateu a cabeça, não liguei, não conseguia tirar meus olhos dos deles, sem perceber fui até ele e comecei a bater em seu peito, o esmurrava com todas as minhas forças, não queria, mas lagrimas corriam por meus olhos, meu pior pesadelo tinha ocorrido, minha mãe descobriu, ainda me recordo de perguntar a ele Por que? Por que eu? Por que fez isso comigo?.
Não poderia dizer de onde tirei tanta força, apenas esbofeteava-o, arranhava, cheguei a cuspir em seu rosto, esperava que ele fosse me bater, mas ele apenas me agarrou, me levantou e levou para o quarto e por mais que eu gritasse, tentasse fugir não conseguia.
Ele me abraçou, e chorou em meus peitos, eu já não conseguia me levantar ou reagir.
Ele começou a beijar e lamber minhas lagrimas.
Fechei meus olhos e chorando disse que o odiava, que ele era um porco.
Ele apenas me beijou, mordi sua boca com raiva, mesmo assim ele me disse que há muito tempo eu não o via apenas como um porco, que eu só não queria admitir.
Fiquei petrificada, isso não era verdade, eu odiava ele!
ODIAVA, ODIAVA, ODIAVA...
Ainda olhando para ele senti ele entrando dentro de mim.
Ele me beijou e disse, pode me odiar mas ainda me deseja.
Pela ultima vez, ultima vez ele tocou em mim, ainda ouvi ele dizer em meu ouvido, que eu era especial, que nunca me deixaria ir embora, que era a menininha dele, só dele.
Essas foram as ultimas palavras antes de minha mãe enfurecida e cega pela dor apontar um revolver na cabeça dele, eu vi, podia ter dito cuidado! Podia tentar correr pela minha vida, mas nada para mim fazia diferença, apenas calei e aceitei. Aceitei que ele ia morrer e eu também.
Acho que a emoção foi muito grande e devo ter desmaiado, pois eu acordei e vi o quarto todo ensaguentado, ali naquele quarto havia duas pessoas mortas, mas não era eu, meu padastro estava morto e minha mãe caída sobre ele também estava.
Se tivesse calado, se tivesse ido embora, se tivesse nunca falado disso, ela ainda estaria viva.
E o mais assombroso de tudo isso, ele ainda estaria vivo, foi quando descobri que eu o odiava, mas ainda o queria vivo, me acostumei com a situação.
Em que monstro ele tinha me transformado?
Eu me odiava por isso!
Chorei, pela primeira vez chorei alto, minha dor ficou exposta ao mundo, gritei, xinguei, chamei por Deus e Briguei também. Minha dor era tão grande que jurei nunca mais, nunca mais ser vitima de novo, ser dependente de outra pessoa, ou amar! Aprendi da pior forma o que o amor pode fazer a uma pessoa.
Minha mãe amava aquele monstro e o olha do que ele era capaz? Odeio os homens, odeio pessoas medrosas, eu jurei nunca mais me esconder.
Só não imaginei que tudo isso mudaria um dia.
Autor(a): Juciline
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 4
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pathy Postado em 22/11/2013 - 22:52:16
Muiiito legal.
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hotsexhot Postado em 27/09/2013 - 15:40:34
Awns to amando posta mais
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juciline Postado em 10/08/2013 - 09:50:53
que bom ^^ obrigada por comentar fico super feliz que esteja gostando
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unicornia Postado em 09/08/2013 - 23:57:22
Primeira a comentar *--* to amando