Fanfic: Sonho Meu! *Portinon* (Finalizada) | Tema: portinon

~ Dulce ~

Ainda bastante lerda por causo do sono busquei meu celular com a mão no criado mudo ao lado de minha cama, tentei enxergar a hora, mas foi inútil a minha tentativa meu celular estava desligado, sem bateria. Sentei-me a cama sem pressa e me espreguicei passando a mão no rosto em seguida. Levantei calçando os chinelos e fui em direção a cozinha. A casa estava escura e pelo que parecia estava vazia. Olhei a hora no grande relógio da parede que marcavam exatamente oito e meia da noite. Havia dormido mais do que o esperado… Bebi um copo de suco que Ucker havia feito de manha e belisquei um pedaço de queijo que estava na geladeira. Meio sem rumo dentro da minha própria casa eu andei até a sala me jogando no sofá. Liguei a televisão procurando algo que prestasse para eu ver e a única coisa que parecia visível foi um filme chamado Imagine eu e você, nunca tinha nem ouvido falar daquele filme, muito menos sabia do que se tratava. Sem dar a mínima para o filme viajei em meus pensamentos e quando chegou à parte em que a florista foi jantar na casa dos recém casados que eu comecei a prestar atenção. Nem imaginava que era um filme gay, mas sei que amei o filme e chorei horrores quando elas ficaram juntas no final. Eu estava verdadeiramente sensível. E ainda chorando e vendo os créditos do filme subir alguém abriu a porta da sala, olhei para a porta e vi Ucker com aquele sorriso de apaixonado que ele tem.

Ucker: Esta melhor minha princesa?

 Dulce: Não sei. – eu ainda estava com os olhos cheios de lagrimas por causa do filme.

 Ucker: Meu deus, porque esta chorando assim? – sentando rapidamente ao meu lado.

 Dulce: Porque… porque – eu estava soluçando – elas são… são.. linda de – funguei – de mais.

 Ucker: Hã? Não to entendo nada.

 Dulce: Elas – respirei fundo – Elas ficam juntas e foi lindo.

 Ucker: Quem ficou junto com quem?

 Dulce: No filme, elas ficaram juntas para sempre… – eu ainda chorava um pouco – todos tem finais felizes menos eu.

 Ucker: Final feliz? Que final Dulce? Sua vida não ta nem na metade ainda meu amor.

Eu consegui engolir o choro e voltei a mim antes que ele começasse a falar mais.

 Dulce: Ta desculpa, é que o filme foi lindo de verdade me emocionei.

 Ucker: Ok, tudo bem. – passou a mão em meu rosto tentando limpar todas as minhas lagrimas escorridas – Mas me diz dormiu bem? Ta melhor?

 Dulce: Dormi sim, acordei não faz nem 2 horas direito. E eu to bem sim.

 Ucker: Hum, eu fui trabalhar como sabe e depois fui dar uma passadinha rápida na cada Poncho, já que hoje é sexta e eu não vou sair porque não quero te deixar sozinha.

 Dulce: Que isso Ucker, não precisava se preocupar!

 Ucker: Como não? Você passou a noite numa cadeia, eu tinha que ficar com você!

É incrível como eu sempre me sentia completamente acolhida quando Ucker falava assim comigo.

Ucker: Então, vamos comprar umas pizzas, comprar um filme pela TV, e tentar esquecer as coisas?

 Dulce: Tudo bem. – eu sorri de canto – Mas e Pietra, onde ela ta?

 Ucker: Ah minha filha, ela foi trabalhar e depois só deus sabe o que ela foi fazer. Hoje é sexta Dulce, ela não vai chegar antes das 5 da manha em casa!

 Dulce: Bom para ela – eu suspirei - deve esta com a Maite!

 Ucker: Duvido muito. Poncho me disse que ela ta com a Anahí porque ta sendo brabo para ela conseguir desmentir algo…

Dulce: Caralho, é mesmo tinha me esquecido disso. – peguei o controle com pressa.

Rapidamente eu coloquei no canal onde passava fofocas o dia todos não esperei nem um minuto e lá estavam falando da gente.

 Dulce: É a coisa ta feia!

 Ucker: Cara, tira daí, eles adoram por lenha na fogueira.

 Dulce: Não! Eu quero ver como esta a situação.

É… Não estava nada agradável. Fotos dela saindo da delegacia apareciam toda hora, fotos minhas também apareciam com freqüência… Mas o mais esperado da noite era a entrevista com o policial que nos flagrou. Ele foi entrevistado pela emissora de televisão uma hora depois de sermos flagradas, dizia a apresentadora nojenta do programa de fofoca.

 Ucker: Chega, você não vai mais ver isso! – ele pegou o controle da minha mão e desligou a TV.

 Dulce: Não por favor, eu quero ver!

 Ucker: Mas para que se você já sabe de tudo? Para ficar ai se torturando, para se ferir ainda mais? – chegou a cara por uns segundo – Não mesmo, se eu to aqui do seu lado é para te por para cima e não para ver você se afundar mais nesse poço!

Ele me deixou sem palavras, eu não sabia o que dizer. Apenas afirmei com a cabeça e me deitei em seu colo deixando-o que afagasse meus cabelos para que eu me sentisse melhor.

Literalmente a minha vida estava uma merda, para começar estava mais que complicado arrumar um novo emprego, quando estava na fabrica sempre via um monte de lugares precisando de pessoas para trabalhar agora eu já não vejo mais nada. Estou comendo que nem uma porca. E pelo que sei Anahí não quer nem olhar na minha cara. Já havia se passado mais de duas semanas e lá estava eu sentada do sofá da sala tomando sorvete e vendo desenho animado. Eu já havia até decorado a programação do canal infantil e os de seriados. Passava Padrinhos Mágicos na hora em que o telefone tocou

 Ucker: Dulce? – estava muito barulho onde ele estava.

 Dulce: Que?

 Ucker: O que você ta fazendo?

 Dulce: Não to te ouvindo. – tentando entender o que ele dizia.

 Ucker: O QUE VOCÊ ESTA FAZENDO? – berrando.

 Dulce: NÃO PRECISA BERRAR! – berrando também.

 Ucker: Ta, mas me diz, o que ta fazendo?

 Dulce: O de sempre, vendo televisão e comendo.

 Ucker: Aff – ele resmungou – vem para cá porra, ta mó zona aqui!

 Dulce: Nem to afim.

 Ucker: Vem caralho!! Ta geral aqui.

 Dulce: Geral quem?

 Ucker: Pietra, eu, Poncho, Maite, Christian, até Karla esta aqui.

 Dulce: Karla da fabrica?

 Ucker: Sim ela mesma!

 Dulce: Manda um beijo para ela.

 Ucker: Você mesma vai da, é só se arrumar pegar um taxi e parar em frente à Adega.

 Dulce: Ucker eu não quero sair e eu não tenho grana nem para ir à esquina!

 Ucker: Dulce, já esta na hora de você da as caras e sair desse buraco.

 Dulce: Eu sair ontem,

 Ucker: Você foi à banca de jornal comprar cigarro.

 Dulce: Já é alguma coisa.

 Ucker: Ta bom vai logo se arrumar e para de doce e vem para !

 Dulce: Não Ucker, já disse não tenho grana!

 Ucker: Foda-se eu tenho e eu vou pagar tudo.

Dulce: Não cara não quero assim.

 Ucker: Olha aqui Dulce Maria, ou você vem por bem ou vem por mal. Vai se arrumar logo e se você não parecer aqui em uma hora eu vou ai te buscar e te puxar pelos cabelos.

 Dulce: Puta que pariu em! – respirei fundo – vou me arrumar e em uma hora eu to ai, como eu pago o taxi?

 Ucker: Assim que eu gosto, bem obediente! – riu – Pega o taxi ai e quando chegando aqui me liga que eu vou até a porta e te dou a grana.

 Dulce: Ok, beijos até – irritada.

 Ucker: Beijos meu amor.

Me arrumei de qualquer jeito, uma calça jeans uma blusa verde um sapato alto preto e um rabo de cabalo super mal feito, nem me maquiar direto eu me maquiei, passei um base no rosto e um lápis no olho. Peguei minha bolsa de guerra coloquei meu cigarro, minha carteira, minhas chaves e mais alguns pertences. Desci o elevador com aquela cara de morta peguei o primeiro taxi pedindo para ir diretamente para a Adega.

Chegando à adega foi nem preciso ligar para Ucker, ele já estava ali na frente me esperando de braços cruzados. Ela me cumprimentou e pagou o taxista

 Ucker: Pensei que teria de te buscar.

 Dulce: Eu disse que vinha.

 Ucker: Mas só depois de muita insistência minha!

 Dulce: Ta, mas eu já to aqui né?! – fechei a cara – Vamos entrar antes eu volte para casa.

 Ucker: Calma, Antes de entrar tenho que te dizer que uma pessoa que não vinha acabou vindo.

 Dulce: Quem? – respirei fundo – É ela né?

 Ucker: Sim, ela tinha avisado que não vinha por isso te obriguei a vir, mas ela acabou aparecendo.

 Dulce: Ta relaxa.

 Ucker: Não é só isso.

 Dulce: Fala.

 Ucker: Ela trousse um rapaz, um tal de Rodrigo. – ele fez uma cara horrível – E ela ta dizendo que é namorado dela.

 Dulce: Hum. – senti meu chão sumir.