Fanfic: A arte da sedução (adaptado) | Tema: Vondy

— Ainda temos de conversar. Você fugiu antes de terminarmos, ontem. Eu sei quando você pega Danny, e me pareceu um lugar e uma hora apropriados para nos encontrarmos.

— Não tinha o direito de ir até a creche dele. — Dulce abraçou o bebê de um ano de forma protetora. — E a Sra. Plewman não tinha de deixá-lo entrar!

Ela sabia que não era justo com a gerente da creche. Mas mesmo quando a Sra. Plewman ressegurou que nunca deixaria um estranho pegar Danny, um frio percorreu sua espinha. Ucker tinha feito um belo trabalho ao ser charmoso com a gerente. Não havia como saber o que aconteceria se ela não tivesse chegado.

— Meu sobrinho não deveria estar naquele lugar apavorante — replicou Ucker. — Quis ver por mim mesmo que tipo de tratamento ele estava recebendo, e francamente não estou impressionado. Ele não passará mais tempo naquele ambiente desagradável. Esta não é a maneira como uma criança Uckermann deve ser tratada.

— O nome dele pode até ser Uckermann — disse Dulce. — Mas Sophie e Leônidas não queriam que ele fosse criado como um Uckermann.

— Os pais dele estão mortos. Ele é minha responsabilidade agora — falou Ucker, com a expressão dura e ilegível.

—Agora? Ele já tem quase um ano! Muito responsável de sua parte perder quase um ano da vida dele!

Dulce soube que o irritara no segundo seguinte em que as palavras saíram de sua boca.

— Não pretendo perder nem mais um ano da vida dele — respondeu Ucker. — Agora precisamos encontrar um lugar para conversarmos.

— Danny tem de ir para casa. Não é justo mantê-lo aqui fora neste tempo.

— Então eu lhe dou uma carona. — Ucker indicou uma limusine preta que acabara de estacionar. — Quando a criança estiver bem, poderemos conversar.

— Não preciso de uma carona, obrigada — disse Dulce. — Ficaremos muito bem no ônibus, como em todos os dias.

— Não seja ridícula. Só porque você não gostou de mim, não significa que meu sobrinho tenha de sofrer o desconforto de um ônibus.

— Não há nada de errado com o ônibus. Não é todo mundo que tem uma limusine particular.

De repente, lembrou-se de ver Ucker entrar na creche. Se ele tivesse pegado Danny e o colocado naquele carro, ela talvez nunca mais tornasse a vê-lo. Eles poderiam passar por ela e Dulce nunca saberia que Danny estaria escondido dentro desse sinistro vidro escuro.

— Não vou entrar em um carro com você. Mal o conheço.

— A criança não parece bem — disse Ucker. — Não deixe seu orgulho e o fato de não gostar de eu fazê-la ignorar o que é melhor para Danny.

— Ele não está doente. — Dulce mordeu o lábio enquanto estudava Danny e colocava a mão no rosto dele. — O nascimento dos dentes pode fazer os bebês ficarem quentes e zangados, mas não os faz adoecer.

Naquele momento, começou a chover. Danny gemeu quando os primeiros pingos tocaram seu rosto, e Dulce olhou ao redor com desânimo. A hora do rush estava a pleno vapor, e a ideia de pegar um ônibus lotado ou um trem cheio de pessoas com suas sombrinhas pingando, empurrando-a e tropeçando no carrinho de Danny, foi horrorosa.

Mas ela não podia aceitar uma carona de Ucker. Era verdade que mal o conhecia, e ainda suspeitava de seus motivos para ter ido à creche. Então Danny começou a chorar mais alto e, quando ela tocou a bochecha dele para acalmá-lo, pareceu ainda mais quente. Dulce devia levá-lo para casa imediatamente.

— Vou lhe dar uma carona, querendo você ou não. Dê o endereço a meu motorista.