Fanfic: A arte da sedução (adaptado) | Tema: Vondy

Apesar do protesto de Dulce, Ucker pegou Danny dos braços dela e o colocou em uma cadeira de criança, que já estava na posição, na parte de trás da limusine. Dulce tornou a morder o lábio, perguntando-se o que fazer. Chovia, e Danny precisava ir para casa.

Um minuto depois ela estava no conforto da limusine luxuosa, com Ucker. Danny chorava muito alto, e nada que ela fizesse parecia fazê-lo se sentir melhor.

A assistente da creche pensara que estavam nascendo dentes. Eles tinham anos de experiência com bebês, e sempre pareciam saber sobre o que falavam. Mas Dulce começava a temer que Danny estivesse doente. Ele realmente não parecia bem.

— Não devia ter ido à creche — falou Dulce, de repente. — Devia ter esperado por mim. Sabia que chegaria a alguns minutos.

— Você não teria me deixado entrar — replicou Ucker. — Não gostei de ver o menino naquele lugar, sendo cuidado por estranhos. Ele deveria estar sendo cuidado por sua família.

— Aquelas pessoas não são estranhas para Danny — disse Dulce, tirando um brinquedo da bolsa e tentando animar o bebê.

A creche pode ser um pouco velha e pobre, mas eu a escolhi porque pude ver que os empregados amam crianças.

— Não é o mesmo de estar com a família dele — insistiu Ucker.

Dulce o olhou. Algo no tom de voz de Ucker a fez ficar nervosa. A creche não parecia mais um lugar seguro. Como poderia ela saber se era seguro deixá-lo lá quando tinha de trabalhar?

De repente, Danny aumentou o volume de seu choro e a atenção dela foi para ele. Pobre criança. Dulce não poderia imaginá-lo doente. E se ele estivesse, em vez de ter os dentes nascendo, ela não poderia viajar com o menino para a Espanha com uma cliente. Odiava deixar alguém na mão, ainda mais uma amiga valiosa e uma cliente como Elaine, mas Danny era mais importante que qualquer outra coisa.

— Aqui. — Ucker pegou uma bolsa de brinquedos de bebê e deu-a a Dulce.

Ela pegou a bolsa e puxou um chocalho colorido que parecia ser operado por uma bateria, com luzes e música. Danny normalmente gostava de brinquedos barulhentos.

Para alívio de Dulce, depois de alguns soluços ele ficou em silêncio, esticou a mão e pegou o chocalho. Ela ligou o brinquedo, e começaram as luzes e música.

Danny passou a gritar instantaneamente.

— Talvez não seja a melhor escolha de brinquedo — o comentário de Ucker irritou Dulce. — Não acho que barulho e luzes são bons, se ele estiver com dor de cabeça.

Dulce rangeu os dentes e se inclinou para desligar o brinquedo. Danny não era o único com dor de cabeça.

—Não tem como desligar! — disse ela, desesperada. — Oh! Odeio brinquedos barulhentos que não se consegue desligar depois de ligados.

— Tenho certeza de que ele vai gostar quando estiver se sentindo melhor.

O rosto dele estava a centímetros do de Danny, e mesmo assim ele não estava fazendo nada além de olhar o bebê, que parecia querer chamar sua atenção. O bebê parou de chorar e, mesmo que não parecesse feliz, não estava mais se exaltando.

Dulce tentou ignorar a sensação de pressentimento que tomou conta dela quando observava Ucker e Danny se olhando. O silêncio repentino, quando a música enfim cessou, pareceu horrivelmente sinistro.

— Danny não pode voltar para aquele lugar — Ucker falou sem olhar para ela, mas isso não diminuiu o impacto de suas palavras.

— Ele tem de ir... Para que eu possa trabalhar. — Dulce tinha de ganhar dinheiro. Simples.

— O que aconteceu com o resto de sua família? — perguntou ele. A pergunta a pegou despreparada. Por alguma razão, Dulce achou que ele sabia tudo sobre como acabou ficando com Danny.

— Minha mãe morreu quando eu era muito jovem — falou ela, firme, sabendo que seria melhor ser aberta com ele. — E seu pai?

— Meu pai não soube lidar comigo. — Ela pensou infeliz, sobre como ele nem tentou se organizar para ir ao funeral, seis meses atrás. — Ele me deixou com minha tia, meu tio e a filha deles, Sophie.

— E você cresceu como parte da família?

— Sophie era como uma irmã para mim. Lágrimas, de repente, cobriram os olhos de Dulce, e ela olhou para o lado, devagar, determinada a não deixar Ucker ver. O relacionamento com seus tios nunca foi caloroso. De alguma forma, as aparições infreqüentes e inquietantes de seu pai, trazendo dinheiro para as despesas dela, foi visto dessa maneira. Mas ela sempre amou Sophie.

— Você perdeu muita coisa naquele acidente de carro.

Algo na voz de Ucker a fez olhar para cima. Os olhares deles se encontraram, e um tremor a percorreu. Por um longo momento, ela não conseguiu desviar o olhar, apesar do fato de ele ter visto as lágrimas nos olhos dela.

Então Danny fez um barulho e, de repente, o encanto se quebrou.

Ela olhou de volta para o bebê, e o amor que sentia por ele brotou dentro de seu peito. Dulce não deixaria Ucker tomá-lo dela. Não poderia ser separada de Danny agora.

Amava-o desde o momento em que o viu. Embora ninguém tivesse apoiado a sua decisão de ter adotado uma criança órfã.

Pronto. Um capítulo bem grande pra vocês. Agora só posta mais depois de comentários :) Espero que estejam gostando, e mais tarde eu volto *-*