Fanfic: A arte da sedução (adaptado) | Tema: Vondy

— Não! Não pode ser! — sussurrou Dulce. — Como ele me achou aqui?

— Quem é? — perguntou Elaine, olhando para ela. — Você está metida em algum tipo de problema, Dulce?

— E... É... — resmungou Dulce, lutando para falar com a garganta repentinamente seca. Não conseguia sair do lugar, incapaz de acreditar no que via.

Ucker olhou para Dulce.

Satisfeito de encontrá-la e à criança, desagradável mente misturados a uma poderosa pitada de raiva. Ali estava ela, pelo jeito se divertindo, brincando em volta da piscina sob o sol, enquanto ele teve de se dar ao trabalho de verificar o paradeiro dela com os colegas de academia, e então segui-la até a Espanha. Não era assim que as coisas funcionavam em seu mundo.

Ele se virou e examinou o jardim, rapidamente. Seus olhos pararam em Danny, que estava sentado em um tapete sob uma árvore, com duas meninas mais velhas e uma jovem mulher que parecia estar tomando conta das três crianças.

Ele parecia feliz e bem-cuidado, mas isso não desculpava o fato de Dulce tê-lo tirado do país sem informá-lo. Ucker sabia que ela estava ali para trabalhar, mas isso não fazia diferença alguma para ele.

Ucker voltou à atenção para Dulce e, de repente, a lembrança da última noite deles, juntos, atravessou sua mente. Para piorar, ela parecia ter acabado de sair da piscina. A resposta quente de seu corpo estava fora de controle enquanto ele a olhava, molhada e reluzente, usando um pequeno biquíni.

— Preciso falar com a Srta. Saviñón — falou ele vividamente com o cavalheiro britânico que possuía a casa de campo, sabendo que seu tom não dava espaço para debate.

Dulce o olhava. Ucker a vira titubear com o susto de vê-lo, mas agora ela conversava com a outra mulher e olhava para as crianças.

Ucker avançou rápido e, de repente, estava em frente a ela. Dois pontos agitados dançavam nas bochechas pálidas dela, mas Dulce se manteve firme e o encarou.

— O que acha que está fazendo aqui? — demandou ela. — Como nos encontrou?

— Seus colegas de academia foram muito úteis — disse Ucker. Eles não tinham o direito de lhe falar. — Dulce rangeu os dentes. — E você não tem o direito de entrar na casa de minha cliente. Estou trabalhando.

Tenho todo o direito de estar preocupado com o bem-estar de meu sobrinho — replicou Ucker, mantendo o olhar firme no rosto dela e não se rendendo à tentação de fitar o corpo primoroso.

— Bem, como pode ver, ele está perfeitamente bem. Não que seja da sua conta. Eu tomo conta dele e eu decido o que é melhor para ele.

Ela o encarou determinada a se manter tranqüila, mas não era fácil parada e vestindo apenas um biquíni.

Estava quente perto da piscina, mas o calor do sol espanhol não era nada comparado ao dos olhos dele.

— Pode ser a guardiã de Danny no momento — disse Ucker. — Mas continue dificultando dessa maneira e em breve descobrirá contra quem está se atracando.

— Acha que eu vou simplesmente deixá-lo fazer o que quer? — Dulce suspirou. — Danny é tudo para mim. Acha que vou me importar se tiver de me atracar com você?

Assim que ela terminou de dizer aquelas palavras, percebeu como soavam. Ou talvez fossem apenas os ouvidos dela. Mas Dulce não poderia evitar escorregar seu olhar para o peito dele. Lembrava-se exatamente da sensação de se atracar com Ucker.

Sabia tudo sobre "memória muscular", que era um grupo de músculos que pareciam ter a lembrança de uma seqüência de movimentos na dança ou no exercício. Mas ela nunca escutara sobre a "memória do corpo", o que era certamente o que estava experimentando agora. Seu ser parecia gritar com a lembrança dos corpos deles pressionados e flexionados como se fossem um só, enquanto ele a empurrava contra a mesa de Poncho.

Ucker estreitou os olhos, e um sorriso apareceu em seu rosto.

— Na verdade, posso ver que você definitivamente se importaria de se atracar comigo... De novo. — Ucker inclinou a cabeça e deixou seus olhos azuis profundos escorregarem sugestivamente sobre o corpo exposto dela.

O toque de seu olhar era quase tão potente quanto o toque de suas mãos. Era como se ele tivesse passado os dedos na pele dela, deixando um rastro de sensação, acendendo um fogo profundo dentro do corpo de Dulce.

Ela respirou, tremendo, e passou os braços defensivamente sobre os seios. Mas sabia que não tinha impedido que ele notasse a excitação de seus mamilos sob o biquíni molhado. E ela não podia esconder o fogo que rastejava sob sua pele.

Dulce simplesmente não estava acostumada ao seu corpo reagindo dessa maneira, e ela não sabia como lidar com isso. Nunca pensou que pudesse experimentar sentimentos sexuais e confusos tão poderosos.

— Devo pedir que este homem se retire? — perguntou Elaine. Ela estava em pé, educadamente, ao lado, para dar a Dulce algum espaço, mas agora tinha se aproximado e cedido a Dulce seu próprio roupão. — Jonh e eu não toleraremos ninguém a importunando enquanto estiver em nossa casa.

Dulce se virou e colocou o roupão graciosamente. Ela o amarrou, e isso a fez olhar de volta para Ucker com uma confiança que ela não sentia. Queria que Elaine e seu marido o fizessem sair, mas sabia que eles tinham de resolver isso agora. Além do mais, duvidava que alguém pudesse fazer Ucker sair se ele não estivesse pronto.

— A Srta. Saviñón e eu ainda não terminamos nossa discussão disse Ucker, arrogante. — E gostaríamos de um pouco de privacidade, se isso for conveniente para você.

— Espere um minuto... — Elaine começou a vociferar.

— Tudo bem — Dulce falou a sua amiga, fazendo a voz soar clara e confiante. — Há alguns problemas que o Sr. Uckermann e eu precisamos resolver.

— Estarei lá dentro com John — disse Elaine. — Ligue se precisar de alguma coisa.

Dulce olhou de volta para Ucker. Ele ficou vendo Elaine pegar Danny e o carregar para dentro da casa. A expressão intensa de seu olhar a fez tremer.

— Vamos direto ao ponto — disse Dulce, firme. — Você não tem o direito de vir aqui e exigir explicações. Não tenho obrigação de relatar meus planos a você.

— Não, não tem. Pelo menos, ainda não — completou Ucker. —Mas e quanto à compostura?

— Compostura?! E tão divertido, vindo de você... O homem que beija estranhas porque tem vontade e que invade a casa de outras pessoas sem ser convidado!

— E você é tão perfeita? Ao tirar Danny do país, você fez exatamente o que me acusava de estar planejando.

— Não o raptei, Ucker. Cabe a eu decidir aonde quero levá-lo.

— E fazer o que deseja sem se preocupar com outras pessoas? Dei minha palavra de que nunca iria levar Danny para nenhum lugar sem seu conhecimento. E, mesmo tendo feito aquela promessa, você estava planejando entrar em um avião com ele horas depois!