Fanfic: A arte da sedução (adaptado) | Tema: Vondy

— Isso é diferente... — começou Dulce.

— Talvez tenha a bondade de me dizer seus planos agora — interrompeu Ucker, friamente. — Quanto tempo vai ficar em Menorca e aonde pretende ir quando sair daqui?

— Devo ficar aqui com a família de Elaine até sexta-feira. E depois devo voltar para meu flat em Londres e continuar minha rotina.

— Tudo bem. Você deve ficar aqui e honrar seu compromisso de trabalho. Mas isso sob a estrita compreensão de que não concordará com nenhum empreendimento similar no futuro.

— Meu trabalho não é de sua conta. Não preciso de sua permissão — disse Dulce, irritada.

— Aonde você e Danny vão e quem você vê é de minha preocupação. Porém, como você tem certa dificuldade em aceitar isso, deixarei meu assistente aqui em Menorca enquanto retorno a Londres para completar alguns negócios.

— Vai deixar alguém aqui para ficar de olho em mim? — sobressaltou-se Dulce. — Quem você pensa que é?

— Sabe quem sou. Nunca tentei esconder minha identidade de você ou enganá-la sobre minhas intenções — afirmou Ucker. Você, por outro lado, não tem a ficha limpa. Não nos esqueçamos o que estava fazendo quando nos conhecemos. — Não estava fazendo nada — disse Dulce. Uma série de imagens atravessaram a mente dela. Ucker a pegando em flagrante no estúdio de Alfonso, Ucker a beijando, a foto deles se beijando que ela acabara de ver em uma revista.

Dulce cerrou os dentes e o encarou, recusando-se a deixar seus pensamentos seguirem aquele caminho. Ela tirou a franja dos olhos e tentou parecer confiante e tranqüila em relação aos comentários.

— Sei o que me disse Dulce. Na certa você não pensa que é sábio se envolver com aquele tipo de coisa, não é?

— Eu estava fazendo um favor para Anahi — disse Dulce. — O que há de errado em ajudar uma amiga?

— Considerando que Anahi estava no telhado com um dos melhores amigos do marido dela, eu diria que isso responde às questões no que se refere ao adultério.

— Você não sabe toda a história — Dulce se pôs na defensiva. Há sempre dois lados nessas coisas.

— Talvez mais de dois. Além do mais, você estava no escritório de Alfonso. Pode ser que estivesse lá para se encontrar com ele.

— Agora você está sendo ridículo. De qualquer maneira, pensei que ele fosse seu amigo. Isso não é muito leal de sua parte.

— Conhecido; não amigo replicou Ucker. — Mas sei como ele é. E, como eu disse, era o escritório de Alfonso, e você certamente estava vestida para impressionar.

— Se esse é o caso, por que ele não se importou quando você me beijou? — jogou Dulce.

— Ele reconheceu que encontrou sua parceira? — perguntou Ucker.

— Ele estava virtualmente lhe dando os parabéns! — rebateu Dulce. — Foi humilhante!

— Foi isso que achou?

Claro que foi humilhante ver minha foto naquele lixo de revista!

— Oh, você viu o quê? — falou pausadamente Ucker, como se ver a si mesmo retratado não significasse nada para ele.

— Você não tinha o direito de me colocar naquela posição. — Ela começou a sentir as bochechas queimarem quando se lembrou exatamente de como se sentira quando ele a empurrara sobre a mesa, com as pernas dele pressionando suas cochas enquanto a beijava.

— Tive a impressão de que a posição a excitou. — O canto da boca expressiva dele se curvou como se Ucker achasse divertido o constrangimento dela. — Você achou nosso pequeno encontro bem estimulante, não é?

— Não é o que quero dizer. — Dulce o encarou. — Você não tinha o direito de me arrastar para seu sórdido escândalo de celebridade!

— Pelo que me lembro, foi sua incursão imprudente ao escritório de Alfonso que proporcionou nosso encontro — disse Ucker, seco. — Espero que tenha aprendido a lição e se dê conta de que não é saudável se envolver com esse tipo de coisa.

— Não se atreva a me proteger! Se eu escolho fazer um favor a um de meus amigos, não é da sua conta!

— Enquanto estiver cuidando de meu sobrinho, tudo que fizer será da minha conta.

— E você? Foi seu comportamento escandaloso que resultou naquela foto apavorante. Quem sabe que outros tipos de atividades inadequadas anda satisfazendo?

— Não preciso prestar contas a você.

— Mas acha que eu preciso me explicar a você? — O olhar dela estava irritado, enquanto ele se encontrava em pé, tranqüilo e perfeito em seu temo de marca. — Você teve uma vida tão fácil. Não tem ideia de como é para o resto de nós, tendo de nos questionar sobre nossas ações, preocupando-nos se tomamos as decisões certas.

— Claro que me questiono sobre minhas ações — afirmou Ucker, com frieza. — Ter dinheiro não o toma imune a decisões difíceis.

— Não, mas torna tudo muito mais fácil.

— Tenho de viver com as más escolhas que fiz, como todo mundo. — Ucker passou os dedos sobre seus cabelos castanho-claros.

— Pobre menino rico... — desdenhou Dulce. — Espera que eu sinta muito por você?

— Tudo bem, apenas pare! Não vim aqui para discutir com você. Só queria ter certeza de onde você e Danny estavam.