Fanfic: A arte da sedução (adaptado) | Tema: Vondy

Dulce o encarou, respirando bem rápido. A explosão dele a assustou, fazendo seu estômago tremer.

Ele a estudava novamente. Seus lábios estavam comprimidos, e suas sobrancelhas, curvadas, deixando os profundos olhos azuis sombrios. Os músculos do rosto se mostravam tensos.

— Quando sairá seu vôo de volta a Londres? — perguntou ele.

— Sexta-feira de manhã — disse Dulce. — Viajaremos todos juntos.

— Meu assistente, Spiro, ficará com você até lá, para garantir que você e Danny estão bem — disse Ucker. — Infelizmente, tenho de voltar para Londres para cuidar dos negócios.

— Ele não pode ficar aqui. Esta não é minha casa, você sabe. Não vou permitir que arruíne o feriado de família de Elaine, deixando alguém aqui... Para me perseguir!

— Acredite em mim, não é de meu agrado. Mas terá de ser feito assim. Se tentar escapar de Spiro, retomarei de uma vez e colocarei você e Danny sob meus cuidados, em um lugar onde poderá ser supervisionada de perto.

— Está ameaçando de nos raptar? — Dulce se sobressaltou. Foi uma lembrança desagradável de que lidar com Christopher Uckermann era perigoso. Tinha muita coisa para se delimitar.

— Ainda tão dramática... — disse Ucker, calmamente. — Só não faça nada de estúpido nos próximos dias. Tenho de tentar salvar algo de um acordo de negócios.

— Por que está fazendo isso? Você não se importa nem um pouco com Danny! Ele é apenas uma grande inconveniência porque você teve de se decidir entre ele e fechar um acordo de negócios!

— Não fale sobre Danny como se ele não significasse para mim mais do que um tipo de aquisição, Dulce. Apesar de você ser incapaz de aceitar, ele é meu sobrinho, e me importo com ele.

— Então por que demorou seis meses depois que seu irmão morreu para vir encontrar o bebê órfão dele? Você apenas pensou que seria mais conveniente esperar que uma viagem de negócios o trouxesse até Londres.

— Eu não sabia que ele existia. — Ucker rangeu os dentes. — Até recentemente, não sabia que ele existia.

Por uma fração de segundo, uma emoção crua passou pelo rosto dele, e Dulce o encarou com surpresa. Ucker estaria falando a verdade? Ela queria saber como era possível ele não saber de Danny, mas então um movimento na casa chamou sua atenção. Elaine estava se aproximando, com uma garrafa de água e dois copos.

— Achei que vocês precisavam de um refresco — disse ela.

— Obrigado pela preocupação. — Ucker se virou para falar com Elaine. — Mas não é necessário. Estava prestes a ir embora.

— Mas... — Dulce, de repente, viu-se sem palavras, ainda se perguntando sobre o que Ucker acabara de dizer.

— Encontrarei você no aeroporto quando retornar a Londres na próxima semana. — E Ucker se virou, indo em direção ao portão de ferro da casa.

— Ao que tudo indica você precisa de uma boa bebida gelada. Elaine colocou água em um copo.

— Obrigada. — Dulce olhava a figura alta e escura de Christopher Uckermann enquanto ele entrava na parte de trás de sua limusine preta.

Ele a assustara com seu anúncio de que apenas soube da existência de Danny recentemente. O fato de que ele não tinha esperado seis meses para procurar o sobrinho, mas, em vez disso, tinha vindo imediatamente, foi enervante. Pareceu reafirmar que Ucker realmente planejava tirar Danny de Dulce.

Ela estava contente por ele ter ido, mas uma sensação desagradável de pavor tomou conta dela.