Fanfic: A arte da sedução (adaptado) | Tema: Vondy

As palavras dele estavam rodando em sua cabeça, como se fossem coisas tangíveis. Ela realmente podia sentir um tipo de energia ao redor deles, pressionando-a para perto de Ucker.

Dulce respirava rapidamente. Seu coração batia apressado. Sabia que ele ia beijá-la. Queria que ele a beijasse.

Ela o encarou com os olhos arregalados. Os rostos deles estavam tão próximos que Ucker estava fora de foco e ela podia sentir a respiração dele em sua pele. A mão dele em sua nuca a segurava firme, e ela deixou as pálpebras se fecharem. Então Dulce estava apenas ciente do momento. Sentia-se hipnotizada, esperando que os lábios dele encontrassem os seus. — Quero que me toque — murmurou Ucker.

Os olhos de Dulce se abriram, mas ele ainda estava tão provimos que ela não podia vê-lo com clareza.

— Quero que me toque — repetiu ele, e seus lábios se moveram contra os dela.

— Não... — Dulce começou a protestar, mas, enquanto ela falava, seus lábios se esfregaram, tentadores, contra os dele, fazendo um líquido quente de desejo transbordar dentro de si. Ela o queria mais perto e beijá-lo de verdade.

— Toque-me... Como você estava tocando minha gravata. — Eu não... — Ela pausou e respirou.

Dulce tentou se afastar, mas ele ainda segurava sua cabeça. Ela fechou os olhos; era impossível pensar direito. Tudo que queria era abrir a boca e passar a língua no lábio de Ucker. Tudo que deveria fazer era empurrá-lo decisivamente e mostrar-lhe que ela não queria isso, mas Dulce se sentia muito fraca para se mover.

— Sei que quer que eu a beije, e beijarei. — As palavras dele enviaram faíscas de eletricidade pelo corpo dela. — Mas antes, você tem de me tocar.

— Não. — Ela não jogaria o jogo dele. Seria brincar com fogo.

— Eu sei por que você não quer. — A boca dele se esfregou a dela. — Está com medo... Está com medo de começar e não poder parar. Quer tirar minhas roupas e me jogar na cama. Quer pressionar seu rosto contra minha pele, me provar, me lamber, me beijar.

Dulce fez um barulho involuntário na garganta e fechou os olhos ainda mais forte. Jamais pensara em lamber um homem antes, mas agora Ucker o tinha dito tudo que ela podia pensar era em como seria o gosto dele em sua língua. Qual seria o gosto? Ela o excitaria?

Ah, Deus! O que estava acontecendo com ela? Não queria excitá-lo! Ela queria que ele a deixasse em paz.

— Talvez eu esteja enganado — murmurou Ucker enquanto movia a mão livre para o braço dela.

Dulce prendeu a respiração. Ele tinha feito exatamente a mesma coisa no escritório de Darren antes de beijá-la.

Ele lhe pegou a mão, levantou-a até seu peito, então se moveu levemente para trás para ter um pouco de espaço. Dulce soltou um gemido de protesto quando os lábios dele deixaram os dela, mas então ficou ciente do calor do corpo dele sob seus dedos. Ele desfez mais um botão de sua camisa e colocou a mão dela dentro.

Dulce enrijeceu, ficando em alarme com sua mão dentro da camisa aberta de Ucker. Ela queria tirá-la, mas ao mesmo tempo queria deslizar sobre o peito dele. Não podia fazer nenhum dos dois, porque Ucker continuava a segurar seu pulso, mantendo a mão dela firme no lugar.

— Se estou enganado e você não está queimando ao me tocar, então não seria nenhum problema demonstrar o quão indiferente você é — disse Ucker. — Mas posso sentir a química entre nós. Sei o que quer fazer.

— Eu não... — Dulce tentou regular a voz trêmula. — Não sei o que quer dizer. O que isso prova?

— Quando estava segurando minha gravata, passando seus dedos nela, estava pensando em mim, pensando em me tocar.

— Não estava — afirmou Dulce.

— Não? Bem, talvez eu tivesse apenas fantasiado sobre a sensação de suas mãos no meu corpo. — Ucker olhou para ela. — Talvez eu estivesse projetando meus desejos em você.

Dulce mordeu o lábio, incapaz de falar. As palavras dele pareciam demais para serem processadas, mas seu corpo já estava respondendo a elas. O

pensamento de que ele fantasiava sobre suas mãos tocando-o fez seu pulso acelerar e a fez formigar por dentro.

— Mostre-me como você se sente, Dulce. Passe as mãos sobre meu corpo assim como passou sobre minha gravata. Quero olhar nos seus olhos enquanto me toca.

— Não, não vou jogar seus jogos.

— Disse que estava com medo. — Ucker sorriu. — Com medo da atração entre nós.

— Não estou com medo e não preciso provar nada a você. — Satisfaça-me. — A voz de Ucker estava baixa, ronronando sedutoramente dentro dela.

Dulce prendeu a respiração e o olhou, perguntando-se sobre o que fazer. O rosto lindo dele estava tão perto dela, e ele lhe estava dando toda a atenção. Por um momento absurdo, Dulce se sentiu como se fosse à única mulher no mundo.

Ucker queria que ela o tocasse, e ela queria a mesma coisa. Sinais de alarme soavam em sua mente, mas ela os ignorou. Dulce podia fazer isso. Satisfazer seu desejo de tocá-lo, depois se afastar e fingir indiferença. Ele a desafiara, e se ela não aceitasse o desafio ele nunca pararia.

— Tudo bem. — Dulce o encarou audaciosa, enquanto uma onda de coragem cheia de excitação tomava conta dela. — Mostrarei a você que sou imune ao seu charme. Mas tem certeza de que seu ego agüentará quando eu não cair aos seus pés?

Ucker não disse nada, mas focou nos olhos quase fechados dela. Ele lhe soltou o pulso, deixando-a livre para tirar sua mão se quisesse.

Ela não queria. Simplesmente não conseguia resistir à tentação de aproveitar ao máximo essa oportunidade.

Dulce podia sentir o cume da clavícula dele, e escorregou a mão para o poderoso ombro de Ucker. Então passou os dedos na base da garganta dele. A pele de Ucker parecia sedosa e macia, e ela queria sentir mais.

Colocou a mão aberta e começou a escorregá-la para baixo, no topo do músculo temporal; tinha visto seu músculo bem desenvolvido através da camisa, e teve um desejo intenso de sentir o mamilo dele com seus dedos.

De repente, a mão dela estava presa, seu pulso, bloqueado pelo próximo botão.

— Disse que queria olhar seus olhos — a voz profunda de Ucker a assustou, então ele colocou a mão sob o queixo dela e ergueu-lhe a cabeça na sua direção. — Sinta-se à vontade para arrebentar os botões se o desejo o pedir — continuou ele, com os olhos brilhando.

— Não há necessidade — replicou ela, consternada pela forma como sua voz soava sem fôlego.

Dulce olhou para os olhos azuis profundos dele, determinada a despistá-lo. Tinha de convencê-lo de sua indiferença.

Ela levantou a mão livre para desabotoar o próximo botão e depois o seguinte.

Sua mão deslizou e esfregou a pele de Ucker, e depois o peito, até que encontrou o mamilo.

Um desejo quente foi solto, fazendo-a ficar úmida por dentro. Os dedos dela ansiavam por tocá-lo, mas não achou que tocá-lo seria tão excitante quanto se ele a tocasse. — Olhe para mim — disse Ucker.

Ela suspirou.

— Eu disse: olhe para mim. — A voz dele ressoou dentro dela.

Dulce piscou confusa, dando-se conta de que sua visão estava fora de foco.

Voltou a si e encarou Ucker, maravilhada pela forma como reagia. Os olhos dele, sombrios de desejo, estavam fixos nos de Dulce. Ela se perguntava se os seus olhos estariam dessa maneira, mas logo sua mente estava cheia de desejo.