Fanfic: A arte da sedução (adaptado) | Tema: Vondy

Ao acordar, Dulce se deu conta de que o avião tinha pousado.

— Hora de ir — disse Ucker. — Já carreguei Danny para o carro.

— Estou indo. — Ela se levantou. Não se lembrava de ter adormecido e, agora, lutava para despertar. — Desculpe... Estou um pouco trêmula.

— Teve um dia difícil. Não é surpresa que esteja exausta.

— Acho que sim. — Dulce olhou para fora do avião. Estava escuro, e ela não conseguia ver muito, mas não parecia familiar. — Isto não parece Gatwick.

— E não é. — Ucker pegou a mala de Dulce e foi em direção à saída.

— Aonde você nos trouxe? — perguntou Dulce.

Ucker já tinha dito a ela que usava aeroportos pequenos. Esse deveria ser um deles.

— Corfu — disse Ucker. — Venha. Você irá querer estar com Danny quando ele acordar.

— O quê? — Dulce suspirou surpresa. Não conseguia escutá-lo direito. Mesmo alguém arrogante e controlador como Ucker não poderia tê-la trazido a um país estrangeiro sem sua permissão. — Corfu? — repetiu, em descrença. — Disse que nos levaria para casa.

— Não disse para sua casa. — Ucker encolheu os ombros. — Esta é minha casa, e um lugar muito melhor para Danny se recuperar.

— Não é escolha sua! — Dulce não conseguia acreditar no que ouvia. Um dia terrível, de repente, tinha ficado pior. — Você me enganou. Trouxe-nos aqui sem a minha vontade!

— É para o melhor — disse Ucker. — Não há razão para você ficar confinada naquele pequeno flat. Obviamente ficará mais confortável em minha casa. Você pode relaxar, e Danny terá o melhor tratamento até sua recuperação.

— Quero que me leve para casa, em Londres — disse Dulce, fria. — Foi o que concordamos, e você sabe disso.

— Para quê? O que tem de tão importante em Londres?

— Meu trabalho, a creche de Danny, nossa casa! — A voz de Dulce aumentou enquanto ela falava.

— Danny não poderá ir para a creche enquanto estiver doente. Então você não vai poder trabalhar. E não me faça acreditar que prefere ficar naquele flat minúsculo a relaxar na minha casa.

— Não vou discutir isso com você. É minha decisão, não sua. Pegarei Danny e o levarei para casa, em Londres, agora mesmo.

— Como planeja fazer isso? Tem tantas chances de pegar um vôo aqui quanto em Menorca. Além do mais, não vou arriscar o bem-estar do meu sobrinho e deixá-lo com você, quando obviamente não está pensando de forma clara.

— Não estava pensando de forma clara quando aceitei que nos levasse para casa!

Ucker parou na saída e olhou para ela.

— Agora, Danny está seguro em um carro que o levará para minha residência, Dulce. Se você quer se juntar a nós, é sua escolha, mas Danny está indo para casa comigo hoje à noite. Ele se virou com toda a calma e começou a descer os degraus.

— Espere! — gritou ela, balançando no topo das escadas e se segurando no corrimão. — Não pode fazer isto! — Claro que posso. Já foi feito.

— Mas mentiu para mim! Isto é seqüestro!

Ucker a estudou por um momento, sem se preocupar em se defender, e então tirou algo do bolso.

— Aqui está seu passaporte — disse ele, entregando o documento a ela.

Dulce o pegou por instinto. Ucker também colocou a bolsa dela no chão para que a pegasse.

— Não pode fazer como deseja Ucker. Danny fica comigo. Ah, Deus! O estômago dela revirou enquanto olhava para o passaporte em sua mão. Ucker ainda tinha Danny!

— Espere! — a tomou a gritar. — Dê-me o passaporte de Danny agora — ordenou.

— Estou indo para casa. Faça o que quiser.

Dulce se sentia consternada. Seu estômago estava agitado, e ela se sentiu fraca. Não acreditava que aquilo estivesse mesmo acontecendo, mas sabia que se não o seguisse ele levaria Danny, em breve.

Assim, Dulce fez a única coisa que pôde: pegou sua bolsa e começou a correr atrás dele.