Fanfic: A arte da sedução (adaptado) | Tema: Vondy

O sol brilhava quando Dulce acordou. Ela se sentou e olhou estranhando para o quarto desconhecido. Sua mente estava confusa, e por um momento ela não se lembrou de onde se encontrava.

Então os eventos do dia anterior vieram a sua mente: Danny com catapora, Ucker trazendo-os para Corfu sem o conhecimento e desejo dela e, então, finalmente, a longa noite passada com Danny.

De repente, ela se deu conta de que Danny não estava lá. Levantou-se e olhou ao redor, mas ele não se achava na cama dela ou no berço.

Ucker o pegara! Ele devia estar na metade do caminho para Atenas ou onde quer que ele tivesse uma casa.

Talvez não, ela pensou, forçando-se a não entrar em pânico, tinha de se manter calma até saber o que acontecera. Dulce correu até a porta, mas, apesar de seu esforço para ficar calma, seu coração estava na boca enquanto abria a porta para o quarto adjunto.

Ela parou e olhou.

O quarto parecia estar cheio de gente ao redor do sofá, onde Danny, deitado em seu tapete, tinha a fralda trocada por uma senhora grega. Dulce achou que deveria ser a governanta de Ucker, Irene, porque ela parecia saber o que fazia.

— Está acordada — disse Ucker, olhando rapidamente para ela e depois para o sofá, onde Irene vestia Danny. — Vou pedir comida.

Ele deu algumas ordens, e uma mulher mais jovem que limpava perto da porta se foi. Irene ergueu Danny, passou-o para Dulce e se foi.

O coração de Dulce começou a desacelerar quando ela viu que Danny estava seguro, mas não se comparava a tê-lo em seus braços.

— Você me assustou, pegando Danny dessa maneira — disse Dulce. — O que aconteceu? Por que não me acordou?

— Você não dormiu quase nada — comentou Ucker.

— Eu teria dado conta. E assim que se toma conta de uma criança doente. Você pode quase nem dormir se o bebê precisa de cuidados.

— Não é preciso que você arrisque o bem-estar de meu sobrinho caindo pelos cantos — replicou Ucker. — Não está mais sozinha.

Dulce o encarou. Ela não agüentava a atitude arrogante dele, mas não queria começar a discutir.

— Entretanto, quero sua palavra de que não vai mais pegá-lo de mim quando eu estiver dormindo — insistiu ela.

— Foi uma circunstância excepcional — disse Ucker. — Tomara que a criança não a mantenha acordada novamente.

A resposta dele a enfureceu, mas Dulce mordeu a língua, porque naquele momento a jovem retomara carregando uma bandeja de comida.

— Aqui está seu café da manhã. — Ucker gesticulou para que a mulher levasse a comida para a sacada. — Danny já comeu e bebeu leite. Agora, se me der licença, tenho meus afazeres.

Com aquilo, ele saiu do quarto e a deixou com Danny. Dulce o olhou irritada e então atravessou a porta que dava para a sacada. A jovem mulher estava ao lado da mesa, com um desjejum generoso.

— Gostaria de café? Ou algo mais para comer? — perguntou ela, educada.

— Não, não, há mais que o necessário aqui — disse Dulce, percebendo o quão sedenta estava ao olhar para uma jarra de suco.

— Gostaria que eu segurasse o bebê enquanto você come? — a jovem ofereceu.

— Não, obrigada. — Dulce sorriu. — Ele pode sentar no meu colo. Estamos bem.

Dulce se sentou à mesa e olhou para a comida, sentindo-se um pouco maravilhada. Quase não comera no dia anterior, e, embora estivesse faminta, não sabia por onde começar. Encheu um copo de suco fresco e o bebeu. Ela parou, com o copo na boca, e olhou para a vista incrível da sacada.

Ucker tinha dito que sua casa era na montanha, mas Dulce não imaginara a beleza de tirar o fôlego que era. Encostas arborizadas com o brilho verde das oliveiras davam de encontro ao mar azul-turquesa.

Era um dia mediterrâneo perfeito. Dulce se levantou e carregou Danny, agora dormindo, para a ponta da sacada, para que pudesse ver mais apropriadamente.

Dulce viveu os últimos sete anos em Londres, onde a vista de sua janela era do prédio a sua volta. Antes disso, na casa dos tios, ela via a garagem do vizinho. Dulce não podia imaginar como era viver num lugar tão bonito.

Bebeu o suco e olhou para o céu azul. Os galhos das árvores perto da sacada a fizeram se sentir como se estivesse numa casa da árvore.

Acordada pelo suco de laranja, seu estômago roncou, e ela voltou para a mesa. Sua boca se encheu de água com a vista do figo fresco, iogurte com mel. Ela se sentou e começou a comer, compensando pelas refeições perdidas do dia anterior.

A sacada era um lugar muito agradável para se sentar, e depois de todo o estresse da véspera foi bom se sentar com o bebê em seus braços, mas ela realmente queria colocá-lo no berço.

Dulce se levantou e o colocou no berço. Ela ficou de pé e prendeu a respiração esperando que ele não acordasse. Depois foi na ponta do pé para o banheiro e tirou a roupa para tomar um banho.