Fanfic: A arte da sedução (adaptado) | Tema: Vondy

Dulce olhou para os músicos da banda. A cerimônia civil tinha acabado. Ela era esposa de Ucker.

Foram duas semanas desde a exigência de casamento, mas para Dulce aquele tempo passou como uma névoa de exaustão e descrença. Primeiro toda sua energia tinha ido embora ao cuidar de Danny. Então, quando ele ficou melhor, ela tentou conversar com Ucker, mas ele parecia trabalhar todo o tempo. Ela queria a certeza de não o ter persuadido a mudar de ideia, mas ele nunca estava disponível. E agora era tarde demais. Eles eram marido e mulher.

— Você está tão bonita — disse Ucker, dando a ela uma taça de champanhe.

Ela olhou com surpresa ao perceber que eles estavam sozinhos. Foi à primeira vez desde que fizeram amor. Os olhos dele estavam intensos quando encontraram os dela, e o coração dela começou a bater forte.

— Obrigada. — Dulce sabia que suas faces estavam se ruborizando sob o olhar dele; mesmo assim não desviou o olhar.

Eles estavam casados agora. Marido e mulher. De repente, tudo pareceu diferente, e ela sentiu uma agitação dentro de si.

— Acredito que há maneiras de fazermos isso funcionar — disse ele, inclinando a cabeça para beijar o pescoço dela.

O hálito quente dele a fez tremer de prazer, e sua mente se lembrou do momento em que fez amor com Ucker. Ela nunca imaginou que poderia ser uma experiência tão maravilhosa.

— Quero trancar a porta e fazer amor com você agora — murmurou ele, passando as mãos sobre a espinha dela, de uma forma que ela se encheu de desejo.

— Eles não saberiam o que estamos fazendo? — a voz dela estava trêmula, mas ela se sentia excitada.

Seu corpo se preparava para aproveitar Ucker novamente. Durante as duas semanas ela não conseguiu evitar pensar sobre isso.

— Isso não importa. Estamos casados. — Ucker pegou o champanhe dela e depois colocou a mão no rosto de Dulce. — Mas eu tenho de ir.

— O quê? — Dulce se afastou e o encarou em choque. Ele dissera que teria de ir?

— Tenho compromissos urgentes — disse Ucker.

— Mas... Mas certamente não hoje! — Dulce suspirou, sentindo-se humilhada. Olhou pela janela quando um som de helicóptero encheu o ar.

— Não é o que eu queria, mas isso é importante. — Ele se virou e fechou a porta.

Ucker não era assim. Era um homem com apetite saudável por mulheres, mas sempre soube quando colocar os negócios antes do sexo. De alguma forma, Dulce tinha entrado na pele dele e o feito fazer coisas que normalmente não faria.

Cinco dias depois, Ucker ainda não tinha voltado para casa. Dulce se sentou na sacada, dando café da manhã para Danny, e se perguntou no que ela se metera.

Ucker disse que queria ser parte da vida de Danny, que queria que o casamento deles parecesse normal, mas ele não estava ali. E se nunca voltasse? E se simplesmente a tivesse deixado ali, trancada, como uma princesa numa torre?

Dulce fechou a expressão, olhando para o céu azul e o mar abaixo de si. Era hora de parar de esperar por Ucker.

Era um lindo dia mediterrâneo, e ela pegou Danny e foi explorar os arredores. Eles já tinham visto cada canto do lindo jardim da casa, mas agora ela decidira ir mais a fundo. Seguiu por um caminho que tinha descoberto e que dava para uma praia particular.

— Vamos. — Ela sorriu para o bebê. — Vai andar um pouco hoje? — Segurou as mãos dele e o guiou em sua caminhada.

Danny já se levantava, mas ainda não demonstrava desejo de caminhar.

Meia hora depois, Dulce foi em direção ao caminho que a levava à praia. O caminho era íngreme. Ela estava contente com o carrinho de três rodas que Irene lhe oferecera, mas teria ido, atraída pelo mar, mesmo que tivesse de carregar Danny e uma sacola pesada.

Era maravilhoso sair e ficar a sós com Danny. Mas no final do caminho havia um portão de ferro, bloqueando sua passagem.

Dulce parou e olhou. Estava trancado? Ela teria de voltar? Naquele momento, o portão fez um barulho e se abriu, e Dulce notou uma câmera escondida.

— Obrigada! — disse ela, olhando para a câmera e sorrindo ao se lembrar das palavras de Ucker sobre um dos melhores sistemas dc segurança.

Não tinha dúvida de que as câmeras cobriam a praia, com o propósito de barrar intrusos que tentassem entrar na propriedade Uckermann, mas nesse caso era para evitar que ela fugisse.

Naquele momento, Danny gritou e começou a se contorcer contra o cinto de segurança. Ela nunca o levara para a praia antes, e os olhos dele brilhavam de excitação.

Ela empurrou o carrinho contra o portão e em alguns passos estava na praia. Dulce parou para tirá-lo do carrinho e depois foi em direção à praia, com Danny gritando de felicidade.

— Não é adorável? — murmurou ela.

Era realmente uma baía linda, com a areia dourada e cercada por penhascos nos lados e árvores.

Se ela quisesse um lugar com sombra, poderia se sentar embaixo de uma oliveira, mas estava aproveitando o sol em sua pele. Ela se sentou e colocou Danny ao seu lado.

Pegou uma pedra, que jogou na água e bateu três vezes na superfície antes de afundar.

Danny gritou de alegria e pegou uma pedra para jogar no mar.

— Oh, querido... — Ela sorriu. — Eu não devia ensinar você a jogar pedras! — Mas, mesmo sabendo que não deveria, não conseguia resistir.

De repente, uma pedra passou pelo ombro dela, batendo cinco vezes antes de afundar.