Fanfic: A arte da sedução (adaptado) | Tema: Vondy

— Leônidas disse que ele só queria saber sobre seu sucesso na escola ou em outras realizações que provassem que ele honrava o nome Uckermann — disse Dulce.

— Leônidas não queria que Danny crescesse sendo julgado pelo quão bem-sucedido ele fosse. Era algo que eu tinha em comum com seu irmão — continuou, com a voz trêmula. — Sabíamos como era ter um pai que não se im-portava conosco. Leônidas queria que Danny crescesse sabendo que era amado, e se sentindo capaz de falar sobre qualquer coisa.

Ela parou de caminhar e olhou para a criança que Ucker segurava. Sabia que Ucker tinha visto seus olhos brilharem de lágrimas.

— Também tenho esse desejo, Dulce. Por isso vim para Danny... Ele precisa de uma figura decente como pai.

— Ainda não respondeu a pergunta que fiz Ucker. Se seu pai não lhe disse, como soube sobre Danny?

— Mexendo nos papéis de meu pai depois que ele morreu. Tinha muita coisa a ser feita, mas, quando encontrei evidências sobre o filho de Leônidas, segui a trilha que levou até você.

— Estou feliz que tenha seguido — afirmou Dulce.

De repente, ela parou ao perceber que revelara algo importante.

— Quero dizer... Quero dizer... Não aprovo a maneira como nos trouxe aqui para Corfu. Foi clandestino e inaceitável; mas acho que é bom para Danny conhecer o irmão de seu pai.

Ucker parou abruptamente ao lado dela e se virou para olhá-la. A atmosfera entre eles se tomou, naquele instante, super carregada.

— Dulce... — A voz dele vibrava com intensidade. — Temos de deixar para trás os eventos que nos trouxeram para este tempo e lugar. Não podemos mudar o que aconteceu, mas podemos dar uma boa vida para Danny.

— Eu sei — replicou ela.

— Se pudesse voltar no tempo e mudar o que aconteceu com Leônidas e Sophie, eu o faria. Mas isso está fora de meu controle. Mais que tudo, eu gostaria de não ter ignorado o que estava em meu controle. Eu deveria ter feito as pazes com Leônidas, antes de ele morrer.

Dulce o encarava, maravilhada com a profundidade de sentimentos que coloriam a voz dele. Ucker sempre pareceu tão controlado quando falava sobre o irmão, mas agora estava mostrando verdadeira emoção.

— O que houve entre vocês? — perguntou ela.

— Foi depois que minha mãe morreu — explicou Ucker. — Ela era a pessoa que mantinha nossa família unida. Ela acalmava meu pai e evitava que Leônidas explodisse quando não podia olhar nos olhos de meu pai.

— O que aconteceu depois que ela morreu?

— Leônidas estava de luto; todos estávamos. Ele teve uma briga séria com meu pai, não me lembro sobre o que foi que acabou com meu irmão dizendo que não queria ter mais nada com nossa família.

— Você tentou falar com ele? — indagou Dulce.

— Nós discutimos. Eu o acusei de ter escolhido a saída mais fácil. Acusei meu irmão de não demonstrar respeito pela memória de nossa mãe. Ela dedicara anos em manter a família unida, e tão logo ela se foi, ele estava pronto para largar tudo.

Deve ter sido um momento terrível disse Dulce. Ela sabia o quão forte e cabeça-dura os três homens Uckermann podiam ser.

Depois que Leônidas se casou com sua prima, ela aprendera a amá-lo, mas ele sempre teve um temperamento grego. Seu único encontro com Cosmo lhe

dissera tudo que precisava saber sobre a personalidade dele. E ela sabia, por experiência própria, o quão duro Ucker jogava para ter o que queria.

Ela estremeceu ao imaginar a discussão entre os três homens Uckermann.

— Tenho de voltar para a casa agora — disse Ucker.

— Mas... Mas você acabou de chegar aqui. — Ela estremeceu, surpresa pelo quanto queria que Ucker passasse mais tempo com eles. — Por que tem de ir tão cedo?

— Trabalho. — Ucker passou Danny para Dulce. — É inevitável.