Fanfic: A arte da sedução (adaptado) | Tema: Vondy

Dulce se inclinou para o berço e passou os dedos nos cabelos de Danny. Ele parecia muito feliz enquanto dormia.

Ela cruzou o quarto em direção à sacada para olhar as montanhas. O sol estava se pondo, e ela olhou para o mar, que parecia ouro derretido. Era uma vista linda, mas não melhorava seu humor.

Não via Ucker desde aquela manhã, e começou a se preocupar sobre como seria sua vida, casada com ele. Tudo que ela queria lhe era provido, mas não tinha liberdade. Danny precisaria fazer amizade com outras crianças, e ela precisava conhecer outras pessoas. Sentia falta de seu trabalho e de seus amigos.

Tinha de admitir que ser ignorada por Ucker estava magoando seus sentimentos. Aquela caminhada ao longo da praia parecia ser especial para ela. Sentira como se eles finalmente tivessem se conectado, mas para Ucker era apenas algo para se encaixar em seu mundo.

Ao crescer, foi duro para Dulce encarar que suas visitas ocasionais ao pai tinham de se encaixar na agenda de trabalho dele. Ela não gostava da ideia de estar na mesma situação com Ucker.

Dulce havia decidido que na próxima vez em que visse Ucker, ela o desafiaria quanto ao assunto. Começara a acreditar que eles poderiam trabalhar juntos para educar Danny, mas se ele nunca fosse estar lá, qual era a razão de terem se casado?

Um barulhinho de dentro chamou sua atenção, e ela se virou para ver que Ucker estava parado diante do berço, olhando para Danny.

Uma onda de emoção passou por ela, e Dulce mordeu o lábio, olhando para ele. Por que se sentia tão satisfeita ao vê-lo quando passara o dia inteiro brava por ele a ter ignorado?

Ucker a viu, olhando-o através da porta aberta e sorriu. Antes que ela pudesse evitar, sorriu de volta, percebendo que sentira muito a falta dele. Por que o sorriso dele tinha o poder de fazer o mau humor de ela desaparecer?

Mas quando ele andou em sua direção, Dulce se lembrou da intenção de fazê-lo falar sobre o futuro. Ela cruzou os braços, determinada a não se deixar levar pelo sorriso dele, e tentou impor-se uma expressão severa.

— Sinto muito. Eu a deixei sozinha por muito tempo e queria compensá-la.

— Não é o suficiente apenas dizer que sente muito — começou Dulce. — Não quero me sentar por aqui e esperar que você passe alguns minutos entre sua agenda de trabalho. Preciso construir uma vida de verdade para mim e para Danny. E isso envolve sair e conhecer pessoas, fazer parte da comunidade e talvez conseguir um trabalho de meio período como personal trainer...

— Não precisamos nos apressar para falarmos sobre isso. — Ucker se aproximou e tirou uma mecha de cabelo dela do rosto.

Quando seus dedos a tocaram, uma onda de tremor percorreu seu corpo e, de repente, ficou difícil para ela se dar conta de qualquer coisa que não Ucker a sua frente.

— Não podemos deixar esta conversa de lado. Você vai sair de manhã de novo e não o verei por dias.

— Ficará tudo bem — disse Ucker. — Minha transação de negócios está completa, então poderemos conversar sobre isso amanhã. Não irei a lugar algum.

— Mas quero resolver as coisas — insistiu Dulce, respirando fundo quando Ucker abriu a boca em seu pescoço e começou a passar a língua.

Ela usava um vestido de verão, e os dedos dele começaram a deslizar sobre a pele nua dos ombros dela de uma forma que sentira calafrios na espinha. Dulce deu um passo atrás e sentiu as pernas baterem contra uma das cadeiras da sacada.

— Amanhã. Dou-lhe minha palavra de que conversaremos apropriadamente amanhã.

Ela abriu a boca para falar quando a boca de Ucker se fechou contra a dela. A língua dele adentrou seus lábios abertos, e os pensamentos foram esquecidos.

Ele a beijou com gentileza, explorando delicadamente a maciez da boca de Dulce. Não foi a conquista quente e furiosa do beijo anterior, mas uma sedução longa.

Apesar da mudança de ritmo, ela se agarrou a ele, todo seu corpo tremendo com as sensações, até que ele se afastou e ela o olhou sem palavras. O sol estava se pondo atrás dele, lançando o belo rosto nas sombras, e, mesmo assim, ele ainda parecia incrível.

— Vou fazer amor com você — disse ele, olhando-a com intensidade. — Pense sobre isso como a noite de núpcias que não tivemos.

— Está fazendo minhas pernas ficarem fracas. — Ela queria soar leve, mas as palavras saíram roucas, e os olhos dele se encheram de desejo.

— Então é melhor se sentar — disse ele. — Porque em breve não será capaz de se levantar.