Fanfic: A arte da sedução (adaptado) | Tema: Vondy

Dulce suspirou de surpresa. Mas a mudança da linguagem corporal dela o fez ter certeza de que ela reconhecera sua voz antes de olhar para o lado.

— Todos pensariam que você está me perseguindo! Ucker a olhou. Seus olhos em formato de amêndoa eram verdes, emoldurados por sobrancelhas arqueadas e acentuados por longos cílios pretos. Ele não viu sinais de maquiagem, e a pele perfeita dela era incrivelmente pálida, mas iluminada, de alguma maneira, por uma vitalidade cintilante.

— Você se foi antes de terminarmos nossa conversa — disse Ucker.

— Não tenho nada a dizer a você.

Dulce parecia tão tranqüila... Mas ele sabia, por experiência, que não estava.

— Sério? — perguntou Ucker, frio. — Diga-me, por que roubou o bebê de meu irmão?

— Eu... Eu... — gaguejou Dulce. Ela agarrou as alças do carrinho e deu um passo atrás. — Não roubei Danny.

Ela o encarou com olhos arregalados e assustados, parecendo mais pálida que antes. Estava genuinamente chocada pelas palavras dele. Talvez ela não esperasse que ele fosse direto ao ponto tão rápido.

— Como chamaria a ação de pegar um bebê que não é seu?

— Bebês não pertencem a pessoas! — Dulce esbravejou. —Eles são de quem os ama.

— Eles são de suas famílias — disse Ucker, ouvindo o tom de ameaça em sua voz enquanto se aproximava dela. — E, como eu falei você roubou esse bebê de sua família.

— Não roubei Danny. Quando seus pais morreram no acidente, ninguém o quis.

— Essa chance não foi dada a ninguém — disse Nik.

— Seu pai... — Dul respodeu

— Meu pai está morto — interrompeu Nik, frio.

Ela respirou fundo e o olhou confusa. Ele a assustara de novo, e ainda assim viu uma expressão de compaixão no rosto dela.

— Sinto muito — disse ela. — Eu...

— Não. — Ucker a cortou, impaciente, com um gesto.

Seu pai havia morrido de repente dois meses atrás. Quatro meses depois de Leônidas falecer no acidente na rodovia. Ucker teve tempos difíceis, tomando conta dos negócios da família, que seu pai ainda controlava, mas as coisas pareciam finalmente ter se ajustado quando ele fez uma descoberta nos papéis pessoais de seu pai. Leônidas deixara um bebê órfão.

Seu olhar foi em direção ao bebê sentado no carrinho perto, e depois olhou de volta a mulher que o tinha tomado.

Dulce engoliu em seco quando eles se encararam, obviamente nervosa, e deu um passo atrás em direção aos passageiros.

— Ei! Preste atenção! — um jovem gritou, enquanto esbarrava nela.

Seu salto alto não ajudou, e ela andou para frente, empurrando o carrinho na canela de Ucker. Ele xingou em grego.

— Precisamos sair desta rua. — E Ucker conduziu Dulce para a porta de um carro. — Sinalizarei para meu motorista.

— Não vou entrar num carro com você. — Dulce tirou a mão dele de seu ombro e foi checar Danny. — Mal o conheço.

— Temos de conversar, e a rua não é o lugar para isso. Vamos até ali. — Ucker indicou o café italiano elegante logo adiante.

Dulce hesitou, mordendo o lábio enquanto pensava. Ela sabia que teria de conversar com Christopher Uckermann alguma hora e, honestamente, preferia terminar logo com isso.

— Tudo bem, mas não vou ficar por muito tempo. — Ela parou para pegar Danny no colo. — Ele vai ficar cansado em breve.