Fanfics Brasil - CAPÍTULO - 11 Uma vez mais com ternura - AyA - Adaptada - FINALIZADA.

Fanfic: Uma vez mais com ternura - AyA - Adaptada - FINALIZADA. | Tema: AyA


Capítulo: CAPÍTULO - 11

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Alfonso vestiu os jeans. Já passava das duas da madrugada, mas ele não tinha sono, ainda sob o efeito da apresentação daquela noite. Era melhor sair, decidiu, e gastar numa mesa de bar as energias que haviam sobrado. Podia, quem sabe, pegar Eddie ou algum dos rapazes do conjunto e dar um giro pelos cassinos. Seria uma idéia melhor ainda.
Lá encontraria mulheres, na certa. Sabia que havia dúzias delas à sua espera, assim que pusesse os pés para fora do camarim. Por que não sair com alguma delas?
Mas ele não queria mulheres. Estava somente com vontade de beber alguma coisa e jogar cartas. Precisava de um pouco de ação.
Pegou a camisa e ficou de frente para o espelho, observando o tronco nu. Era um tanto magro e estreito, mas trazia surpreendentes feixes de músculos nos braços e nos ombros; músculos que ele usara bastante quando menino, nas ruas de Londres. Freqüentemente se perguntava se não haviam sido as lições de piano, que sua mãe o obrigara a tomar, que o livraram de ser um moleque de rua. Aquilo abrira um novo caminho para Alfonso. Queria sempre aprender mais, saber mais. Era um garoto esfomeado e insaciável; a música, o seu alimento.
Aos quinze anos, formara o seu próprio conjunto. Com ousadia, foi abrindo caminho em pubs de segunda categoria e inferninhos. Começara a andar com mulheres desde muito cedo; não apenas garotinhas, mas mulheres maduras, que se sentiam atraídas pelo seu sex-appeal e pela arrogante autoconfiança. Aventuras apenas, nada mais do que isso. Alfonso nunca se deixara dominar por aquele meio, consciente de que deveria escalar degraus para chegar até onde queria. Pouco a pouco foi ganhando projeção, saindo do submundo da música para as paradas de sucesso. Ele mesmo havia traçado seu caminho; sua reputação começara a ser construída graças a um esforço pessoal. Nada mais justo: tanto a sua música quanto a sua personalidade eram bastante fortes.
Mas levara tempo. Estava com vinte anos quando o primeiro compacto fora lançado, sem qualquer repercussão. Alfonso reconhecera que o fracasso se devera, entre outras coisas, à pobre qualidade da gravação, e à sua inexperiência. Foi preciso então que recuasse alguns passos e recomeçasse de modo mais humilde. Contratou os serviços de um bom empresário, trabalhou arduamente em novos arranjos e preparou-se para uma nova gravação, mais trabalhada e bem cuidada.
Dois anos mais tarde, comprou para a família uma casa nos subúrbios de Londres, matriculou o irmão mais novo numa universidade e iniciou a sua primeira tournée nos Estados Unidos.
Agora, aos trinta, ele sentia que adiara propositadamente um projeto vital. Metade da sua vida até então, ele a gastara colocando a carreira como prioridade, mas agora estava cansado de vaguear pelo mundo. Queria algo em que pudesse centrar a sua vida. Sabia que não conseguiria desistir da música, mas ela já não lhe bastava como antes. A família também não preenchia o outro lado. Nem os aplausos, nem o dinheiro.
Alfonso sabia o que estava procurando. Tinha certeza do que queria. Há cinco anos começara a pensar sobre isso, mas havia ocasiões em que não se sentia muito seguro, como se voltasse a ter quinze anos e se visse frente a frente com um longo caminho a percorrer. A mesma sensação do início da carreira.
Uma multidão acabara de pagar trinta dólares por cabeça apenas para assistir à sua apresentação naquela noite. Sentiu uma compulsão de apostar nos dados toda a quantia que havia ganho naquelas duas semanas. Estava inquieto e insatisfeito, exatamente como se sentira quando levara Anahi para casa após aquele jantar. Fora a última vez em que a vira. Quase que imediatamente após aquele encontro, voara para Las Vegas e lá começara a aperfeiçoar o plano.
Não era a primeira vez que Alfonso se pegava imaginando se a necessidade louca que sentia de Anahi não terminaria tão logo a possuísse, ainda que por uma vez apenas. Com movimentos rápidos e impacientes, enfiou a camisa para dentro da calça e saiu do camarim sem procurar por ninguém.
Por mais de uma hora ficou sentado à mesa de jogo. Perdeu um pouco, ganhou e tornou a perder. A sua mente não estava nas cartas. Enganara-se pensando que o barulho, as luzes e as apostas pudessem distraí-lo. À mesa, uma mulher loira e magra, ostentando um enorme colar de safiras, estava sentada ao lado dele. Bebia no mesmo ritmo frenético com que apostava e perdia. Do outro lado da mesa, um jovem casal, aparentemente em lua-de-mel, alternava as jogadas com olhares apaixonados. As alianças reluziam como se fossem novas, e era divertido observar a alegria dos dois cada vez que ganhavam quantias insignificantes. Por todo o lado, o som inconfundível das fichas.
Alfonso começou a se mexer desconfortavelmente na cadeira, tão inquieto quanto há uma hora. Largou a garrafa de bourbon pela metade e levantou-se da mesa. Que droga, fazer o quê naquele cassino? Surpreendeu-se com inveja do casalzinho, do homem que parecia feliz ao lado da esposa enquanto arrebanhava fichas de poucos dólares.
Quando voltou ao quarto de hotel, encontrou-o escuro e silencioso, um verdadeiro contraste com o mundo que acabara de deixar. Nem se incomodou em acender a luz enquanto ia na direção da cama. Tirou um cigarro e sentou-se antes de acendê-lo. A chama iluminou o seu rosto por uma fração de segundo. Finalmente acendeu o abajur e pegou o fone.
Anahi estava mergulhada num sono pesado quando algo a acordou, deixando-a em pânico. Só então compreendeu que era o telefone que tocava, interrompendo os seus sonhos. Seu coração, todavia, ainda batia acelerado. Ela crescera acostumada às ligações no meio da noite. Esqueceu-se por um instante de onde estava e atendeu à chamada no escuro, temendo más notícias.
— Alô?
— Anahi? Sinto muito ter acordado você.
Ela se esforçou por dissipar o nevoeiro que turvava a sua mente.
— Alfonso? O que foi que houve? Você está bem?
— Claro, tudo bem comigo. Desculpe ligar a esta hora, foi um gesto impensado.
Descontraindo-se, Anahi se ajeitou entre os travesseiros e procurou ordenar os pensamentos.
— Você está em Vegas, não está? — Uma luz pálida na janela anunciava a aurora. De acordo com os fusos horários, Alfonso devia estar duas horas atrás. Ou seriam três? Ela nem conseguia lembrar qual era a cidade em que estava.
— Estou. Vou ficar aqui até a próxima semana.
— E o show, como está indo?
"É bem típico de Anahi", Alfonso pensou, "não querer saber por que diabos eu a estou chamando no meio da noite". Ela simplesmente aceitava o fato de que ele estivesse com vontade de conversar. Puxa, que vontade de ficar com ela aquela noite. Deu uma tragada no cigarro.
— Melhor do que a minha sorte no jogo — respondeu.
Ouviu a risada dela do outro lado da linha, um som confortável e sonolento. A ligação estava clara e perfeita. Nem pareciam separados por tantos quilômetros.
— Mesmo assim você continua jogando?
— Sou persistente — murmurou ele. — E você? Como está em Kansas?
— Onde? — Ouviu a risada gostosa dele e aquilo a agradou. — Bem, a platéia é ótima — contou, deixando a mente voltar para os momentos do show. — Somente a reação favorável do público é que faz com que a apresentação valha a pena. Isso é que tem me empurrado adiante nessa tournée. Você chegará a tempo de me ver cantar em Nova York? Eu gostaria muito.
— Eu também. E estarei lá, pode contar. — Reclinou-se na cabeceira da cama, sentindo esgotar-se o que lhe sobrara de energia. — Não vejo a hora de estarmos em Cornualha para darmos início ao trabalho.
— Você me parece cansado.
— Não estava quando liguei para você. Anahi...
Ela aguardou, mas não ouviu nada do outro lado da linha.
— Alfonso, você ainda está aí?
— Senti saudades, Anahi. Precisava ouvir a sua voz. Diga-me para onde você está olhando — pediu repentinamente. — O que você está vendo neste exato momento?
— Bem, é madrugada, mas está quase amanhecendo. Daqui eu não vejo os prédios, apenas o céu. Ele está mais para malva do que cinza, e a luz ainda é muito fraca. — Sorriu, bem consigo mesma. Fazia muito tempo que não via o dia amanhecer. — É lindo, Alfonso. Eu quase havia me esquecido disso.
— Você acha que vai conseguir dormir de novo? — Fechou os olhos, a fadiga tomando conta do seu corpo.
— Vou tentar, embora preferisse dar uma caminhada. Mas eu sei que Maite não gostaria da idéia de me acompanhar.
Alfonso livrou-se dos sapatos, deixando-os cair ao chão.
— Volte a dormir. Quem sabe não estaremos apreciando, qualquer dia desses, o amanhecer na Cornualha? Sinto muito tê-la acordado.
— Não diga isso. Fiquei muito contente, juro. — Ela sentiu que a voz dele, esperta no início do telefonema, começava a tornar-se pesada. — Vá descansar, Alfonso. Eu procurarei por você em Nova York.
— Certo. Boa noite, Anahi.
Ele já estava praticamente dormindo quando desligou o telefone. Dois mil e quinhentos quilômetros distante. Anahi descansava a cabeça no travesseiro e via o dia raiar.


 


 


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Autor(a): ayaremember

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 34



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  • traumadarbd Postado em 23/09/2013 - 15:05:30

    que historia mais linda, uma das mais lindas que já li aki na fanfics, arrasou, adorei tudo, Los As mais do que perfeitos

  • isajuje Postado em 10/09/2013 - 17:13:16

    Eu errei ''/ não teve nada de casamento, só o casamento que o Alfonso iria propor antigamente e que revelação, hein? É tão bom ler histórias assim em que tem os seus baixos, acontecem umas tragédias (inevitável na vida, né), mas eles conseguem superar e viver um amor. Obrigada por compartilhar mais esta história conosco <3

  • lyu Postado em 10/09/2013 - 00:42:31

    AMEEEI

  • isajuje Postado em 09/09/2013 - 14:29:10

    CASAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAMENTO KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK' estou apostando nisso, nem falo mais nada U_U

  • steph_maria Postado em 08/09/2013 - 13:41:20

    Kddddddddddddd vc???? morrendo por saber kd o Alfonsoo genteee????

  • lyu Postado em 08/09/2013 - 01:07:09

    ain eu tambem quero saber aonde ele ta, acho q ele nao encontrou o bilhete dela. UI HOT a proxima web

  • isajuje Postado em 06/09/2013 - 11:52:31

    Não vou tirar conclusões precipitadas sobre o Alfonso, mas eu quero saber... Onde está esse bendito desse homem? Será que ele sofreu algum acidente quando saiu com aquele carro? KKKKKKKKKKKKKK é, acho que não porque a mídia já teria conhecimento disso. Eu acho. Se eu fosse a Anahí eu teria pego já um avião de volta para lá U_U

  • steph_maria Postado em 05/09/2013 - 19:49:03

    Pelo amor de Deus kd o Alfonsooo?? muita covardia dele deixar a Anahi sozinha uma hora dessas =/

  • lyu Postado em 05/09/2013 - 02:46:05

    ain meu coração

  • isajuje Postado em 04/09/2013 - 11:43:02

    Posta mais u.u (via celular haha)


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