Fanfic: Uma vez mais com ternura - AyA - Adaptada - FINALIZADA. | Tema: AyA
Uma hora mais tarde, o carro de Anahi atravessava os portões elétricos que davam entrada para a sua casa. A única coisa que não permitira a Maite e a seu empresário fora a contratação de um motorista particular. Adorava dirigir o seu carro importado, abusando vez ou outra da velocidade. Costumava dizer que era uma terapia. "Pena que desta vez não tenha dado resultado", concluiu enquanto parava bruscamente à frente da casa e desligava o motor. Distraída, deixou a bolsa no banco de trás e saiu em direção aos três degraus de pedra que levavam à porta principal. Estava trancada. Praguejando, voltou até o carro e procurou o chaveiro que costumava levar na bolsa.
Entrou impetuosamente e, depois de fechar a porta com estrondo, seguiu direto para a sala de música. Afundou no sofá vitoriano, forrado de seda, e ficou olhando para o teto, absorvida pelos próprios pensamentos. Um enorme piano de mogno destacava-se no ambiente. Era tocado com freqüência e nas horas mais estranhas. Havia ainda os tapetes persas e, entre muitas outras plantas, um vaso de violetas africanas. Uma velha estante transbordava de peças musicais, com algumas folhas soltas caídas no chão. Próximos um do outro, e convivendo sem maiores conflitos, uma arca Fabergé de valor inestimável e o unicórnio de bronze que Anahi adquirira a preço de banana em uma loja qualquer. Na parede em frente ao sofá, os prêmios e as homenagens: vários Grammys — discos de ouro e de platina, dados aos melhores da música — placas, estátuas e chaves de algumas cidades. Numa outra parede, a primeira canção composta por ela, e que por isso merecera uma bela moldura, fora pendurada ao lado de um Picasso legítimo.
Anahi era assim: gostava de misturar estilos. Tinha um modo todo próprio de conviver com a arte. Certa vez, alguém a definira como uma mulher de gosto eclético. Ela repelira aquela idéia por julgá-la pretensiosa demais; o que apreciava, na verdade, era estar rodeada por objetos que traziam algum significado para ela, ainda que Maite considerasse abominável a miscelânea que compunha a decoração daquela sala. Fora Maite quem se encarregara de decorar todos os outros cômodos da casa, mas a amiga a obrigara a desistir de quaisquer pretensões em relação à sala de música. Ali, Anahi não admitia interferências. Era o seu canto preferido, seu refúgio, o local onde podia se expressar livremente. Do mesmo modo que sentar-se ao volante, estar na sala de música acalmava-lhe os nervos.
Sentou-se ao piano e, atormentada, começou a tocar Mozart, martelando furiosamente as teclas. Como os olhos, a música também era espelho das suas emoções.
Quando fez soar a última nota, era como se houvesse acabado de executar uma ode à raiva que a oprimia. Um sentimento tão forte que parecia ter formado um halo sombrio à sua volta.
— Bela maneira de avisar que chegou. — A voz de Maite, macia e serena, soou na porta, e ela entrou na sala do mesmo modo que entrara na vida de Anahi: segura e confiante.
Quando Anahi a conhecera, cerca de seis anos atrás, Maite era uma mulher rica e enfastiada com a vida. A simpatia inicial acabou por transformar-se numa sólida amizade e numa dependência mútua: Maite se encarregara de diversos detalhes relacionados à carreira de Anahi, que, por sua vez, dera novo sentido à vida normalmente vazia de Maite.
— Tudo bem na gravação? — Loira e alta, Maite tinha um corpo bem proporcionado e vestia-se com extremo bom gosto.
Anahi levantou a cabeça e viu o sorriso desaparecer dos lábios da amiga. Conheciam-se tão bem que as palavras eram dispensáveis.
O que houve? — Maite foi logo perguntando. Anahi soltou um longo suspiro.
Ele voltou.
Não havia necessidade de nomes. Maite entendeu logo de quem se tratava.
— Vocês se encontraram? Onde?
— No estúdio. — Passou a mão pela cabeça, desorientada.
— O que pode ter trazido Alfonso Herrera à Califórnia?
Anahi meneou a cabeça.
— Não sei. Ele disse que veio a negócios. — Num esforço para aliviar a tensão, esticou a coluna e começou a esfregar a nuca. — Pode ir se preparando: ele virá aqui amanhã.
Maite apenas ergueu as sobrancelhas.
Não fique aí parada. Diga alguma coisa — Anahi implorou. — O que acha que eu devo fazer?
Você quer que ele venha? — A pergunta era direta. Maite não gostava de rodeios. Preferia ser prática, indo logo ao ponto. Por isso é que ambas se davam tão bem. Anahi, como quase todos os artistas, vivia com a cabeça nas nuvens e precisava de umas sacudidas de vez em quando.
Não... Quero dizer, acho que sim. Droga, não sei! — Abaixou a cabeça e enterrou o rosto nas mãos. — Meu Deus, eu pensei que tudo estivesse acabado.
Levantou-se, impaciente, e começou a andar pela sala. Vendo os jeans e a blusa folgada de linho que ela usava, ninguém diria tratar-se de uma estrela.
— Eu pensei que havia conseguido enterrar tudo, esquecer todas as mágoas. Estava tão certa disso — lamentou-se em voz baixa e desesperada. Era inacreditável, para ela, ver-se ainda tão vulnerável após cinco anos. Bastara uma troca de olhares para que as suas defesas ruíssem uma a uma. — Eu sabia que mais cedo ou mais tarde haveria de encontrá-lo novamente. Julguei que seria em algum lugar da Europa, talvez em algum show beneficente. Mas aqui, na Califórnia... — Sacudiu a cabeça e sorriu amargamente. — Que loucura. Eu havia acabado de cantar aquela maldita música que compus quando ele me deixou. — Respirou fundo e repetiu baixinho, pensativa: — Que loucura, meu Deus!
A sala ficou mergulhada em silêncio por alguns instantes, antes que Maite resolvesse abrir a boca.
E agora? O que pretende fazer?
Eu? — Olhou para a amiga. — Não vou fazer nada. Não sou mais uma criança, não acredito em finais felizes. Eu tinha apenas vinte anos quando conheci Alfonso e não estava preparada para o tipo de relacionamento que ele queria. Pena ele não ter entendido isso. — Ergueu a cabeça e olhou para a amiga como se quisesse desafiá-la. — Amanhã Alfonso estará aqui e depois irá embora. Nada do que ele disser poderá me afetar. Maite estudou o rosto de Anahi.
Tem certeza?
Absoluta. — Sorriu de modo confiante. — Eu gosto da minha vida assim como ela está, Maite. Não será Alfonso a mudar tudo. Não desta vez. Nunca mais.
Autor(a): ayaremember
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 34
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traumadarbd Postado em 23/09/2013 - 15:05:30
que historia mais linda, uma das mais lindas que já li aki na fanfics, arrasou, adorei tudo, Los As mais do que perfeitos
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isajuje Postado em 10/09/2013 - 17:13:16
Eu errei ''/ não teve nada de casamento, só o casamento que o Alfonso iria propor antigamente e que revelação, hein? É tão bom ler histórias assim em que tem os seus baixos, acontecem umas tragédias (inevitável na vida, né), mas eles conseguem superar e viver um amor. Obrigada por compartilhar mais esta história conosco <3
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lyu Postado em 10/09/2013 - 00:42:31
AMEEEI
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isajuje Postado em 09/09/2013 - 14:29:10
CASAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAMENTO KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK' estou apostando nisso, nem falo mais nada U_U
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steph_maria Postado em 08/09/2013 - 13:41:20
Kddddddddddddd vc???? morrendo por saber kd o Alfonsoo genteee????
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lyu Postado em 08/09/2013 - 01:07:09
ain eu tambem quero saber aonde ele ta, acho q ele nao encontrou o bilhete dela. UI HOT a proxima web
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isajuje Postado em 06/09/2013 - 11:52:31
Não vou tirar conclusões precipitadas sobre o Alfonso, mas eu quero saber... Onde está esse bendito desse homem? Será que ele sofreu algum acidente quando saiu com aquele carro? KKKKKKKKKKKKKK é, acho que não porque a mídia já teria conhecimento disso. Eu acho. Se eu fosse a Anahí eu teria pego já um avião de volta para lá U_U
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steph_maria Postado em 05/09/2013 - 19:49:03
Pelo amor de Deus kd o Alfonsooo?? muita covardia dele deixar a Anahi sozinha uma hora dessas =/
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lyu Postado em 05/09/2013 - 02:46:05
ain meu coração
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isajuje Postado em 04/09/2013 - 11:43:02
Posta mais u.u (via celular haha)