Fanfics Brasil - CAPÍTULO - 25 Uma vez mais com ternura - AyA - Adaptada - FINALIZADA.

Fanfic: Uma vez mais com ternura - AyA - Adaptada - FINALIZADA. | Tema: AyA


Capítulo: CAPÍTULO - 25

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A Sra. Pengalley costumava limpar a sala de música primeiro, sempre que Anahi e Alfonso deixavam-na sozinha na casa. Era lá que eles passavam o tempo todo trabalhando — se é que aquilo podia ser chamado trabalho. Ela possuía uma outra opinião a respeito do assunto. Juntou as xícaras, como sempre fazia, e as cheirou. Chá. De vez em quando ela recolhia copos cheirando a vinho, mas era forçada a admitir que o Sr. Herrera ia contra a reputação dos artistas, uns bêbados quase sempre. Naquele ponto, a Sra. Pengalley via-se obrigada a dar o braço a torcer.
Eles eram muito discretos também. A Sra. Pengalley estava certa de que ele viera com muitos planos para se divertir naqueles três meses. Aquele tipo de entretenimento que os artistas procuram. Depravados, isso sim o que todos eles eram. A Sra. Pengalley esperava a todo momento a chegada de carros extravagantes, trazendo pessoas mais extravagantes ainda. Havia inclusive dito ao marido que seria questão de tempo. Mas não viera ninguém. Ninguém! Nada de festas, nem bagunça, nem sujeira no dia seguinte. Era apenas o Sr. Herrera e aquela jovem de olhos grandes, que tinha uma voz bonita como o quê, embora a Sra. Pengalley não apreciasse as músicas que ouvia. Mas, naturalmente, isso não provava nada. Afinal, a tal Anahi Portilla também estava metida naquele negócio de shows. Boa bisca não devia ser.
Foi até a janela e abriu as cortinas. De onde estava, podia ver os dois caminhando pelos rochedos. De mãos dadas, inocentemente.
— Humpf! — resmungou, para não ser obrigada a sorrir, condescendente, diante daquela visão. Começou a tirar o pó da mobília. A mesa estava cheia de papéis amassados e rabiscados; o cesto, idem. Abriu uma das bolotas de papel e leu os rabiscos.
Eles chamavam aquilo de música? Bela porcaria, que nem rima tinha. Amassou-o de novo e devolveu-o ao cesto. Para escrever aquilo, os dois precisavam ficar enfurnados em casa durante três meses?
Lá fora, onde a brisa marinha soprava forte, Alfonso passou o braço em volta dos ombros de Anahi. Colocando-a de frente para ele, deu-lhe um beijo cinematográfico, dos mais demorados.
— O que... — ela começou, tentando recuperar o fôlego. — Por que isso agora?
— Por causa da Sra. Pengalley — respondeu com ar malandro. — Ela está nos espionando da janela da sala de música. Já pensou que prato cheio para aquela puritana?
— Alfonso, você não presta — comentou, divertindo-se com aquilo.
Ele trouxe novamente a boca para os lábios de Anahi. O meio protesto que ela esboçou transformou-se em seguida numa entrega total, numa correspondência apaixonada. Com um murmúrio de prazer, Alfonso aprofundou ainda mais o beijo e puxou-a para mais perto. Anahi sentia o calor do sol na pele, bem como a forte brisa que a refrescava. O vento trazia o aroma das madressilvas e das rosas, que se espalhavam por toda parte.
— Esse — murmurou ele, referindo-se ao beijo e afastando-se um pouco — é por mim.
— E o próximo por quem será? Espero que você tenha um verdadeiro rosário de pessoas para desfiar — caçoou.
Rindo, Alfonso deu-lhe um abraço rápido e soltou-a em seguida.
— Se eu lhe desse um beijo por pessoa que conheço, não conseguiríamos desgrudar as nossas bocas durante o dia todo. — Olhou de novo para a janela. A sra. Pengalley não estava mais à vista. — Acho que lhe demos assunto por mais de um mês.
— Então é para isso que você me quer. — Anahi jogou os cabelos para trás. — Choque de valores.
— Entre outras coisas.
Em silêncio, retomaram o caminho de mãos dadas. Anahi gostava de ver os penhascos e chegava bem perto para constatar, atordoada, como eram íngremes. Gostava também do barulho constante do mar e da algazarra das gaivotas, que voavam acima deles.
A trilha sonora estava quase terminada. Faltavam apenas alguns retoques em uma ou outra música. As que estavam prontas já haviam sido remetidas para a Califórnia. Anahi sabia que o trabalho estava no final, por poucos dias. Na verdade, eles estavam arrastando propositadamente aqueles últimos instantes. O que restava para ser feito não levaria mais do que algumas horas. Quanto a ela, havia um bom motivo para torcer que aqueles dias se prolongassem o máximo possível: não queria quebrar a magia, o clima de amor e de gostosa camaradagem que se estabelecera entre eles.
Anahi não sabia ao certo o que se passava na cabeça de Alfonso, porque não havia permitido que ele tocasse naquele assunto. Havia coisas que precisavam ser esclarecidas, sabia disso. Coisas que até então haviam sido adiadas, enquanto ambos não tinham outra preocupação a não ser dedicarem-se um ao outro naquele ninho de amor. Mas logo teriam de enfrentar a realidade e lidar com a vida do dia-a-dia longe dali.
O trabalho seria um problema para eles dali para a frente? Essa era uma das indagações que martelavam o cérebro de Anahi. Sempre que se questionava sobre isso, tratava de pensar em outra coisa. Os compromissos da vida profissional de cada um não deixavam muito tempo livre. Nesses instantes ela compreendia como era sacrificada a vida dos artistas, ainda que não tivesse do que se queixar em relação à sua. Mesmo assim, havia tão poucos momentos de privacidade... Cada detalhe da relação entre eles, por exemplo, seria explorado pela imprensa, com toda a certeza. Fotos e mexericos iriam povoar os noticiários especializados em música. Coisas verdadeiras se misturariam à imaginação dos repórteres, e Anahi não sabia o que era pior: a verdade ou as notícias fabricadas. Tudo isso, ela sabia, teria que ser compensado por muito trabalho e uma determinação férrea. O amor também teria que ser forte o bastante para superar os reveses. Não tinha dúvida quanto ao sentimento que os unia. Eram outras as suas preocupações.
Anahi seria capaz de superar o medo que a atormentava quanto à possibilidade de um dia ver-se sozinha novamente? Estar só era uma boa coisa; ficar outra vez sem Alfonso seria uma desgraça insuportável. A lembrança do que acontecera há cinco anos era uma sombra a atrapalhar sua felicidade, impedindo-a de se entregar totalmente a Alfonso.
Outra barreira eram os seus sentimentos de culpa e as responsabilidades que a ligavam à mãe. Isso era algo que Anahi se recusava a dividir com quem quer que fosse. Não ousava compartilhar esse problema nem com as pessoas mais próximas como Maitee Wayne, quanto mais em relação a Alfonso, que ela amava perdidamente. Anos atrás, tomara a decisão de controlar sozinha a própria vida, prometendo a si mesma que não se deixaria depender de nada e de ninguém. Observar a fraqueza da mãe em relação à bebida só fazia aumentar as suas convicções quanto a ter uma força de vontade férrea.
Se o tempo estivesse em suas mãos, Anahi daria um jeito de prolongar aquele verão. Mas, cada vez mais, a consciência de que aqueles momentos idílicos estavam prestes a acabar amargurava o seu coração. O prelúdio estava terminado. Restava saber se a fantasia se tornaria realidade algum dia.
Alfonso observava o rosto de Anahi enquanto, debruçada sobre uma amurada de pedra, ela observava o mar lá embaixo. Havia no olhar dela um brilho distante que o deixou preocupado, com vontade de dispor de mais tempo para se aproximar dela; contudo, a temporada na Cornualha estava no fim. O que ele não conseguia em tanto tempo, não haveria de conseguir agora, de uma vez. Anahi não se abriria com ele. Depois daquela noite em que lhe revelara detalhes sobre a sua vida, o assunto nunca mais fora trazido à baila. Não porque ele não tentasse. E o que dizer então de uma conversa mais séria, relacionada à vida de ambos dali para frente? Uma conversa desse tipo era um verdadeiro tabu. Os dias escorregavam por entre os seus dedos, sem que Alfonso pudesse fazer nada. Uma nuvem cobriu o sol por alguns instantes, obscurecendo a luz do dia. Alfonso ouviu Anahi suspirar.
— Em que você está pensando? — quis saber, pegando-lhe uma mecha dos cabelos, revoltos pelo vento.
— Que, de todos os lugares em que já estive, este é o mais bonito. — Ergueu a cabeça e sorriu para ele, com os cotovelos ainda apoiados sobre a amurada. — Maitee eu passamos alguns dias em Mônaco, uma certa ocasião, e eu me perguntava se haveria algum lugar mais encantador do que aquele. Agora eu sei que existe.
— Eu sabia que você gostaria. Só não sabia o que fazer para trazê-la até aqui — Alfonso divagou, olhando para o mar, ainda brincando com os cabelos dela. — Havia momentos em que eu temia a sua recusa. Não encontraria outro plano tão perfeito para convencê-la a vir comigo.
— Plano? — Anahi ergueu as sobrancelhas enquanto sondava a fisionomia de Alfonso. — Não estou entendendo o que você quer dizer com isso. Que plano?
— De ficar a sós com você aqui na Cornualha.
Anahi enrijeceu o corpo e voltou os olhos para o mar.
— Eu pensei que tivéssemos viajado para cá com o único propósito de trabalharmos em cima da trilha sonora para o filme.
— Aí é que está. — Alfonso acompanhou com os olhos o vôo rasante de uma gaivota. — Não foi uma beleza de desculpa?
— Desculpa? — Anahi sentiu o estômago contrair-se.
Outra nuvem encobriu novamente o sol.
— Claro, duvido que você tivesse concordado em vir comigo se a proposta de trabalho não fosse tentadora. — Olhou para a nuvem. -— Você não aceitaria viver três meses comigo. Foi graças ao projeto que tudo aconteceu do jeito que eu desejava.
— Quer dizer que a trilha sonora era uma isca que você agitou na minha frente, como se fosse um pedaço de carne?
— Claro que não. Eu queria trabalhar com você nesse projeto desde que a proposta chegou às minhas mãos. De qualquer modo, veio bem a calhar.
— Veio, é? — retrucou ela suavemente. — Maiteé quem tem razão: eu sou muito ingênua mesmo. — Deu-lhe as costas, mas Alfonso segurou-a pelo braço antes que ela desse um passo.
— Anahi?
— Como você pôde fazer isso comigo? — Colocou-se de frente para ele. Os olhos estavam quentes, o rosto vermelho de raiva.
— Isso o quê? — perguntou Alfonso, desorientado, soltando-lhe o braço.
— Que golpe sujo! Usar a trilha sonora para me arrastar até aqui com você. — Fuzilou-o com o olhar.
— Eu não usei nada, muito menos a arrastei até aqui. Eu não enganei você, Anahi. Tudo o que eu disse é a mais pura verdade.
— Parte da verdade — atacou ela.
— Talvez — concordou. — Nós dois somos ótimos nesse jogo de meias verdades, não é? — Não tocou nela, mas encarou-a fixamente. — Por que está tão zangada? Porque eu te amo ou porque eu a fiz compreender que me ama?
— Ninguém me obriga a fazer nada que eu não queira! — Ela bateu com os punhos nas pernas e deu meia-volta. — Oh, detesto que me manobrem! Eu cuido da minha vida! Eu tomo as minhas próprias decisões.
— Não acho que tenha tomado alguma por você.
— Não, você apenas me deu um empurrãozinho para que eu pudesse escolher o que era melhor para mim. — Anahi voltou-se novamente para ele, e agora sua voz vibrava de ódio. — Custava você ser honesto comigo?
— Você nem me deixaria chegar perto se eu tivesse sido completamente honesto. Conheço-a o suficiente para saber do que estou falando.
Os olhos dela se arregalaram.
— Não venha me dizer que me conhece, nem que pode adivinhar as minhas reações. Você não está dentro da minha cabeça, Alfonso!
— Não mesmo, você nunca me deixou entrar. — Puxou um cigarro e protegeu-o com as mãos enquanto o acendia. Antes de tornar a falar, deu uma longa tragada. — Digamos que eu estava com medo de correr riscos. Sentia-me inseguro. Isto serve para você?
A frieza e a naturalidade com que ele pronunciava aquelas palavras só serviram para deixá-la mais furiosa.
— Você não tinha esse direito! — atacou. — Não tinha o direito de planejar a minha vida. Não tinha e não tem! Quem disse que eu sou obrigada a jogar de acordo com as suas regras? Quando foi que você decidiu que eu não tenho capacidade para decidir o que fazer?
— Se você quisesse ser tratada como adulta, devia ter se comportado como tal — afirmou ele em tom sarcástico. — No momento, eu diria que você está agindo como uma criança. Não trouxe você aqui com falsas desculpas, Anahi. Havia uma trilha sonora para ser escrita e este é um lugar calmo e sossegado, ideal para o projeto que tínhamos a desenvolver. Por outro lado, serviu aos meus propósitos. Aqui você teve a chance de se acostumar comigo novamente. Eu a queria de volta para mim.
— Você queria. Seus propósitos! — Jogou os cabelos para trás num gesto nervoso. — Quanto egoísmo, santo Deus! E os meus sentimentos? Você por acaso pensou neles por um instante sequer, antes de adequá-los às suas "conveniências"? — Carregou de ironia a última palavra.
— Engraçado ouvi-la falar desse modo. Há cinco anos você só pensou em si mesma. Quem é o egoísta aqui?
— Você me abandonou! — As lágrimas brotaram dos olhos de Anahi, cegando-a por alguns momentos. — Ninguém conseguiu me magoar tanto! Ninguém! — Teimosas, as lágrimas escorriam abundantes pelo rosto. — Eu me senti a mais desgraçada, a mais insignificante das mulheres. Você me deixou sem dizer uma palavra. Quase enlouqueci de tanta dor.



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Autor(a): ayaremember

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— Você não gostaria de ouvir o que eu tinha a dizer na época. — Alfonso jogou longe a ponta do cigarro. — Você não foi a única a sair machucada naquela noite. Que outra escolha eu tinha a não ser me comportar racionalmente e colocar distância entre nós? Eu precisava dar-lhe tempo suficiente para am ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 34



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  • traumadarbd Postado em 23/09/2013 - 15:05:30

    que historia mais linda, uma das mais lindas que já li aki na fanfics, arrasou, adorei tudo, Los As mais do que perfeitos

  • isajuje Postado em 10/09/2013 - 17:13:16

    Eu errei ''/ não teve nada de casamento, só o casamento que o Alfonso iria propor antigamente e que revelação, hein? É tão bom ler histórias assim em que tem os seus baixos, acontecem umas tragédias (inevitável na vida, né), mas eles conseguem superar e viver um amor. Obrigada por compartilhar mais esta história conosco <3

  • lyu Postado em 10/09/2013 - 00:42:31

    AMEEEI

  • isajuje Postado em 09/09/2013 - 14:29:10

    CASAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAMENTO KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK' estou apostando nisso, nem falo mais nada U_U

  • steph_maria Postado em 08/09/2013 - 13:41:20

    Kddddddddddddd vc???? morrendo por saber kd o Alfonsoo genteee????

  • lyu Postado em 08/09/2013 - 01:07:09

    ain eu tambem quero saber aonde ele ta, acho q ele nao encontrou o bilhete dela. UI HOT a proxima web

  • isajuje Postado em 06/09/2013 - 11:52:31

    Não vou tirar conclusões precipitadas sobre o Alfonso, mas eu quero saber... Onde está esse bendito desse homem? Será que ele sofreu algum acidente quando saiu com aquele carro? KKKKKKKKKKKKKK é, acho que não porque a mídia já teria conhecimento disso. Eu acho. Se eu fosse a Anahí eu teria pego já um avião de volta para lá U_U

  • steph_maria Postado em 05/09/2013 - 19:49:03

    Pelo amor de Deus kd o Alfonsooo?? muita covardia dele deixar a Anahi sozinha uma hora dessas =/

  • lyu Postado em 05/09/2013 - 02:46:05

    ain meu coração

  • isajuje Postado em 04/09/2013 - 11:43:02

    Posta mais u.u (via celular haha)


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