Fanfics Brasil - 26 Uma vez mais com ternura - AyA - Adaptada - FINALIZADA.

Fanfic: Uma vez mais com ternura - AyA - Adaptada - FINALIZADA. | Tema: AyA


Capítulo: 26

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— Você não gostaria de ouvir o que eu tinha a dizer na época. — Alfonso jogou longe a ponta do cigarro. — Você não foi a única a sair machucada naquela noite. Que outra escolha eu tinha a não ser me comportar racionalmente e colocar distância entre nós? Eu precisava dar-lhe tempo suficiente para amadurecer.
— Tempo? — Anahi repetiu, incrédula, aquela desculpa ridícula. — Você quis me dar tempo?
— Você era uma criança — explicou ele em poucas palavras. — Eu esperava encontrar uma mulher quando voltasse.
— Você esperava... — A voz dela tremeu, para morrer num murmúrio. Engoliu em seco e prosseguiu: — Está tentando me dizer que se afastou para me dar a chance de... de me tornar adulta?
— Não tinha outra escolha. — Enfiou as mãos nos bolsos, ao mesmo tempo em que as sobrancelhas chegavam a tocar uma na outra.
— Não tinha? — Anahi lembrou do desespero que sentira na época e na solidão de todos aqueles anos. — E, naturalmente, por que você me daria o direito de escolher? Você enfiou na cabeça que eu não tenho capacidade de escolher o que melhor me convém.
— Não era uma questão de decidir o que fazer. — Virou-se, impaciente. Estava ficando cada vez mais difícil controlar-se. — Tratava-se de algo muito mais complexo, uma questão de sanidade. Eu simplesmente não conseguia ficar perto de você e ao mesmo tempo não tê-la comigo.
— Então, depois de cinco anos de ausência, você reapareceu de repente, usando a música como desculpa para me levar para a cama. Você não está ligando a mínima para essa trilha sonora. Está pouco se importando com a qualidade do filme. Você apenas usou esse pretexto para atingir os seus fins egoístas!
— Assim não dá — ele disse numa voz surpreendentemente calma. — Isso chega a ser megalomania. — Deu-lhe as costas e foi embora.
Dali a pouco, Anahi ouviu o motor funcionar e o carro se afastou, rangendo os pneus.
Ela ficou no mesmo lugar, vendo-o desaparecer pela estrada de pedra. Se pretendera detonar a dinamite, fora bem-sucedida na empreitada. Fechou os olhos, sentindo ainda o coração bater, acelerado.
Recordava claramente da fúria que subira ao rosto de Alfonso. Passou uma das mãos, trêmula, pelos cabelos. A cabeça doía e latejava sob o efeito da grande agitação de instantes atrás. Devagar, abriu os olhos e olhou para o verde do oceano.
"Tudo de maravilhoso que aconteceu comigo nessas três semanas não passou de um plano bem engendrado", pensou, revoltada e amargurada. Aos poucos a raiva foi saindo, para deixar espaço para uma enorme sensação de infelicidade.
Anahi se ressentia do fato de Alfonso ter planejado as coisas às escondidas, sem consultá-la, menosprezando a sua inteligência e a sua sensibilidade. A melhor oportunidade da sua carreira fora apenas um degrau para que Alfonso pudesse fazer o que planejara. Meneou a cabeça, frustrada. Sentindo-se confusa, tomou o caminho de volta para a casa.
A Sra. Pengalley alcançou-a antes que ela entrasse na sala de música.
— Telefone para a senhorita. É uma chamada da Califórnia. — Ela havia acompanhado a discussão pela janela e mal disfarçava a curiosidade. Agora, entretanto, ao olhar melhor para as feições amarguradas de Anahi, sentiu pena. "O que o Sr. Herrera terá dito a esta pobre jovem?", pensou com uma ponta de sentimento maternal. Reprimiu o desejo de afagar-lhe a cabeça e consolá-la. — Vou fazer um chá para a senhorita. — Avisou, e saiu apressada em direção à cozinha.
Anahi foi até o telefone.
— Alô?
— Anahi, é Maite.
— Maite. — Afundou-se na poltrona e piscou várias vezes, sentindo novas lágrimas marejarem os seus olhos. Como era bom ouvir uma voz amiga! — Já voltou das ilhas gregas?
— Faz mais de duas semanas, Anahi.
Claro, ela devia saber disso.
— É verdade. Estou meio fora do tempo. Mas o que houve? Saudades?
— Anahi... — fez uma pausa embaraçosa. — O Dr. Karter entrou em contato comigo porque não conseguiu falar diretamente com você. Algum problema na linha ou coisa parecida.
— O que foi? Minha mãe fugiu outra vez? — perguntou, sentindo um nó na garganta.
— Ontem à noite, mas não foi muito longe.
Percebendo a hesitação na voz da amiga, Anahi ficou ainda mais apreensiva.
— Maite? — Silêncio. — Maite, responda. O que houve?
— Ela... ela sofreu um acidente, Anahi. É melhor que você venha imediatamente.
Anahi fechou os olhos.
— Ela morreu, não é?
— Não, mas está muito mal. Anahi, eu odeio ter que lhe contar as coisas deste modo. Mas pelo menos Alfonso está aí com você.
— Não, ele... Ele precisou sair um pouco. — Abriu os olhos e percorreu-os vagamente pela sala. — Ela está muito mal, Maite?
A outra hesitou novamente e falou, compungida:
— Ela não vai sobreviver, Anahi. Sinto muito. O médico disse que é questão de poucas horas.
— Meu Deus. — Anahi convivera com esse mundo a vida inteira, mas mesmo assim levou um choque brutal. Olhou em volta da sala, desesperada, procurando se orientar.
— Eu sei que estou dizendo as coisas um tanto cruamente, minha querida, mas desejaria encontrar um jeito melhor.
— Não se preocupe comigo — disse com esforço. — Eu estou bem. Vou partir imediatamente.
— Devo me encontrar com você e Alfonso no aeroporto?
A pergunta ficou ecoando na mente de Anahi, até que ela respondeu:
— Não, não é preciso. — Fez uma pausa e perguntou: — Onde ela está?
— No hospital St. Catherine. Terapia Intensiva.
— Eu vou direto para lá, então. Diga ao Dr. Karter que tomarei o primeiro avião. Maite...
— Pode falar.
— Fique com ela.
— Claro, pode ficar sossegada.
Anahi desligou e permaneceu por longos minutos com os olhos fixos no telefone.
A Sra. Pengalley voltou para a sala, trazendo um xícara de chá, mas bastou olhar para o rosto pálido de Anahi para colocar a xícara de lado. Sem falar nada, dirigiu-se para o armário de bebidas e tirou uma garrafa de conhaque.
— Tome isto, senhorita — disse, estendendo-lhe um copo com dois dedos da bebida.
— O que é?
— Beba, vai lhe fazer bem.
Ela obedeceu, e quase engasgou ao tomar o primeiro gole. Depois de terminar, deixou escapar um suspiro trêmulo.
— Obrigada. — Ergueu os olhos para a Sra. Pengalley. — Acho que estou me sentindo melhor.
— Pelo menos essa bebida serve para alguma coisa.
Anahi levantou-se, tentando colocar as idéias em ordem.
Havia muitas coisas a serem feitas e muito pouco tempo para isso.
— Sra. Pengalley, eu preciso voltar imediatamente para os Estados Unidos. A senhora se incomodaria de me ajudar a fazer as malas? Enquanto isso vou telefonar para o aeroporto.
— Pode deixar. — A mulher estudou o rosto de Anahi por alguns segundos. — Ele saiu para esfriar um pouco a cabeça. Todos os homens fazem isso, você sabe. Mas não se preocupe: daqui a pouco ele estará de volta.
Compreendendo que a Sra. Pengalley falava de Alfonso, Anahi pousou uma das mãos sobre o ombro da mulher, num gesto de agradecimento.
— Não estou tão certa disso. Se Alfonso não voltar até a hora da minha saída, será que o Sr. Pengalley poderia me levar até o aeroporto? Eu sei que será incômodo, mas é terrivelmente importante.
— Se é o que quer, senhorita... — Suspirou. Ah, os jovens apaixonados. Fazem um estardalhaço por uma rusguinha qualquer. — Eu vou subir e começar a fazer as malas.
Uma hora mais tarde, Anahi saiu do quarto e parou na escada. Tudo parecia ter acontecido tão de repente... Queria que Alfonso tivesse voltado, mas nem sinal do carro dele. Ela pensou em escrever uma carta, mas não conseguia imaginar nada que pudesse dizer a ele. De qualquer modo, as palavras não apagariam as imagens daquela última cena. E como dizer em poucas linhas que sua mãe estava morrendo e que ela precisava ficar ao lado dela?
Não havia mais tempo. Não poderia esperar por ele e explicar tudo pessoalmente. Tirou rapidamente um caderninho de anotações da bolsa.
"Alfonso", rabiscou, "eu preciso ir para casa. É importante. Por favor, perdoe-me. Eu te amo. Anahi"
Entrou correndo na sala de música e deixou o bilhete sobre o piano, junto com outros papéis. Voltou para a sala de estar, pegou as malas e saiu. O Sr. Pengalley estava aguardando em um sedan muito velho o momento de levá-la para o aeroporto.



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Autor(a): ayaremember

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 34



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  • traumadarbd Postado em 23/09/2013 - 15:05:30

    que historia mais linda, uma das mais lindas que já li aki na fanfics, arrasou, adorei tudo, Los As mais do que perfeitos

  • isajuje Postado em 10/09/2013 - 17:13:16

    Eu errei ''/ não teve nada de casamento, só o casamento que o Alfonso iria propor antigamente e que revelação, hein? É tão bom ler histórias assim em que tem os seus baixos, acontecem umas tragédias (inevitável na vida, né), mas eles conseguem superar e viver um amor. Obrigada por compartilhar mais esta história conosco <3

  • lyu Postado em 10/09/2013 - 00:42:31

    AMEEEI

  • isajuje Postado em 09/09/2013 - 14:29:10

    CASAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAMENTO KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK' estou apostando nisso, nem falo mais nada U_U

  • steph_maria Postado em 08/09/2013 - 13:41:20

    Kddddddddddddd vc???? morrendo por saber kd o Alfonsoo genteee????

  • lyu Postado em 08/09/2013 - 01:07:09

    ain eu tambem quero saber aonde ele ta, acho q ele nao encontrou o bilhete dela. UI HOT a proxima web

  • isajuje Postado em 06/09/2013 - 11:52:31

    Não vou tirar conclusões precipitadas sobre o Alfonso, mas eu quero saber... Onde está esse bendito desse homem? Será que ele sofreu algum acidente quando saiu com aquele carro? KKKKKKKKKKKKKK é, acho que não porque a mídia já teria conhecimento disso. Eu acho. Se eu fosse a Anahí eu teria pego já um avião de volta para lá U_U

  • steph_maria Postado em 05/09/2013 - 19:49:03

    Pelo amor de Deus kd o Alfonsooo?? muita covardia dele deixar a Anahi sozinha uma hora dessas =/

  • lyu Postado em 05/09/2013 - 02:46:05

    ain meu coração

  • isajuje Postado em 04/09/2013 - 11:43:02

    Posta mais u.u (via celular haha)


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