Fanfic: Uma vez mais com ternura - AyA - Adaptada - FINALIZADA. | Tema: AyA
Dizer que Anahi ficou surpresa seria muito pouco. Alfonso viu os olhos dela se arregalarem subitamente e fixarem-se nele. As mãos apertavam os joelhos. Mil pensamentos cruzavam-lhe a mente, enquanto ela tentava colocá-los em ordem.
Fantasia. O livro que todos os americanos tinham adorado. Um romance que ficara cinqüenta semanas na lista dos mais vendidos. Os direitos de filmagem já haviam sido adquiridos e a própria Carol Mason, a autora ficara encarregada do roteiro. Aquele estava destinado a ser o musical do ano. Durante meses as especulações em torno de quem iria compor a trilha sonora alimentaram os noticiários. Aquele era o sonho de qualquer músico, uma chance em um milhão. Anahi, inclusive, surpreendera-se com idéias que poderiam ser transformadas em canções maravilhosas, mas nem chegara a imaginar que seu nome pudesse ser cogitado para um trabalho tão importante.
— Então é por isso que você está na Califórnia — concluiu, sem saber o que dizer. — Já começou a fazer alguma coisa?
— Ainda não. — Ele pareceu refletir por alguns instantes e então seus dedos entrelaçaram os dela. As mãos de Anahi eram pequenas e as palmas macias como as de uma criança. — Você não disse nada sobre a minha proposta. Eu preciso de um parceiro. Preciso de você, Anahi.
Ela tentou retirar a mão, mas Alfonso apertou-a ainda mais.
— Eu nunca poderia imaginar que você precisasse de quem quer que fosse — retrucou ela com fingida naturalidade. — Muito menos de mim. — A mágoa que transpirava naquelas palavras não passou despercebida a Alfonso.
— Anahi, estamos falando de negócios. — E, no intuito de dissipar quaisquer mal-entendidos, soltou-lhe a mão.
— Nesse caso, aconselho-o a procurar o meu empresário, a pessoa mais indicada a tratar de negócios por mim — reagiu asperamente. — Você se lembra de Henderson, estou certa.
Alfonso encarou-a demoradamente.
— Eu me lembro de tudo, Anahi. — Naquele instante ele vislumbrou toda a mágoa que ela trazia escondida dentro de si. — Anahi... — O tom era suave e gentil. — Sinto muito pelo que aconteceu.
Ela deu de ombros e sentou-se ao piano.
— Esqueça, porque eu já esqueci — foi tudo o que conseguiu dizer.
Alfonso acendeu outro cigarro e soltou uma baforada, sem tirar os olhos dela.
— Esse projeto é muito importante, Anahi — frisou, voltando ao assunto. — Não vamos jogar fora a maior oportunidade das nossas vidas. — Como ela se mantivesse em silêncio, ele prosseguiu: — Por tudo aquilo que fomos um para o outro, eu quis falar com você pessoalmente, sem a mediação do seu empresário. Poderia ter telefonado, mas preferi vir até aqui para ver a sua reação e saber o que você achava da idéia.
Ela levantou a cabeça e ficou estudando-o por alguns momentos.
Uma coisa me deixa intrigada, Alfonso, ou melhor, duas: em primeiro lugar, por que é que você está procurando um parceiro? Por que dividir as glórias?
Porque, antes de mais nada, estou interessado em dividir o trabalho. São quinze canções, minha cara.
Tudo bem, mas vamos à outra pergunta: por que eu, Alfonso?
Como resposta, ele sentou-se ao piano, bem ao lado dela, e, sem dizer nada, começou a tocar uma melodia muito doce e romântica. As notas povoaram a sala como fantasmas.
— Lembra disso? — murmurou, dirigindo o olhar a ela.
Desnecessário responder. Anahi levantou-se e começou a andar pela sala. Era muito difícil sentar ao lado dele no mesmo piano onde haviam composto aquela canção. Fora a única que eles tinham composto e gravado juntos. Que tempo maravilhoso aquele... Esperou que Alfonso acabasse de tocar e então perguntou:
— 0 que é que Clouds and Rain tem a ver com tudo isso?
É a prova do que podemos conseguir juntos.
Mas naquela época tudo era diferente, nós dois eramos diferentes, o clima entre nós era diferente.
Alfonso foi até ela, mas não fez o menor movimente para tocá-la.
— Anahi, você sabe como isso pode ser importante para sua carreira, sem mencionar o fato de que o seu talento enriqueceria o trabalho. Encare desse modo: Fantasia précisa de você.
Ela queria aquilo, como queria. Uma oportunidade de ouro, a chance de dar projeção internacional ao seu nome, ao seu trabalho. Mas como sobreviver àquelas semanas em contato direto com Alfonso? Conseguiria escapar ilesa? Mordeu o lábio, indecisa.
— Anahi, pense na música, apenas nisso.
— É o que estou fazendo — admitiu. — Mas também não posso deixar de pensar em mim, em nós dois. — Olhou-o, indefesa. — Tenho muito medo do que possa acontecer comigo depois.
— Eu sei aonde você quer chegar — disse ele, contrariado. — Não posso prometer que não irei tocá-la, mas prometo não me impor a você contra a sua vontade. Espero que isso baste.
Ela ignorou o comentário final.
Suponhamos que eu aceite. Quando começaremos a trabalhar? Eu tenho uma tournée programada para daqui a duas semanas. Não posso cancelar todos os meus compromissos.
Eu sei. Mas em seis semanas você estará de volta. Podemos começar na primeira semana de maio.
Você pensou em tudo, não?
Eu disse a você: estamos tratando de negócios.
Está certo, Alfonso — concordou afinal. — Mas, antes de mais nada, quero impor uma condição: que não seja aqui. — Ela não suportaria ficar ao lado dele naquela sala durante horas seguidas, como costumava fazer nos bons tempos.
Eu já pensei nisso também e tenho um lugar perfeito para nós na Cornualha.
Cornualha? Na Inglaterra? — Anahi repetiu. — Por que Cornualha?
Porque é calmo e isolado e, principalmente, porque estaremos longe do assédio da imprensa. Você já imaginou como os repórteres ficarão alvoroçados quando souberem que estaremos juntos, ainda que profissionalmente apenas?
A indecisão voltou a tomar conta dela. Ficar isolada com ele era tão ruim ou pior do que trabalhar naquela sala repleta de lembranças. Era preciso refletir, ponderar, ter alguns dias para colocar tudo na perspectiva correta,
— Anahi
Ela se voltou para a porta ao ouvir o chamado de Maite
— O que foi?
— Telefone para você.
Vagamente contrariada, Anahi franziu a testa.
— Isso não pode esperar, Maite? Diga que eu...
— É uma chamada urgente — interrompeu a outra,com um olhar bastante significativo.
Alfonso percebeu que ela enrijecia o corpo, empalicendo subitamente.
— O que é, Anahi? — perguntou, preocupado. — Algum problema?
— Não, não é nada — respondeu com ar distante, ao mesmo tempo em que se encaminhava para a porta. Havia qualquer coisa estranha no ar que deixou Alfonso intrigado. — Eu voltarei em um minuto — avisou ela, antes de desaparecer no corredor.
Mas passaram-se dez, e nada de Anahi aparecer. Alfonso já havia gasto o tapete da sala, num constante ir e vir absorvido em pensamentos. Anahi não era mais a jovenzinha maleável de cinco anos atrás, ele sabia disso. Era bem provável que rejeitasse a proposta de trabalho só para não ser obrigada a ficar ao lado dele durante tantos dias seguidos. E Alfonso não se sentia preparado para ouvir um não. Ele a queria, não apenas por causa do projeto, mas... Sim, por que não admitir isso? Queria Anahi junto dele. O que essa mulher possuía para mexer tanto com ele? Tê-la novamente em seus braços, ter sentido uma vez mais o gosto daqueles lábios avivaram a chama que Alfonso julgava apagada. Anahi continuava a fasciná-lo do mesmo modo que antes. Aquele ar inacessível, o toque de mistério que havia em torno dela, o quê de ansiedade que sempre a acompanhava, tudo isso tinha o poder de deixá-lo louco. Era como se ela mantivesse certas partes de si mesma trancadas num cofre a cujo segredo ninguém tinha acesso. Isso para não mencionar as idéias dela a respeito de sexo. Como ele ficara frustrado na época... Como se sentia frustrado agora...
Mas ele também estava mais velho. Cometera muitos erros em relação a Anahi e não tinha intenção de repeti-los agora que o destino os colocara juntos mais uma vez. Sabia muito bem o que queria e estava determinado a não deixar escapar aquela chance de ouro.
Autor(a): ayaremember
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Sentou-se novamente ao piano e começou a tocar a música que havia composto em parceria com Anahi. Embora as notas soassem fortes, era a voz dela que ele ouvia, suave e melodiosa. Estava chegando ao final quando sentiu a presença de alguém na sala. Levantou os olhos e viu que Anahi o observava ao lado da porta. Continuava muito pálida e traz ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 34
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traumadarbd Postado em 23/09/2013 - 15:05:30
que historia mais linda, uma das mais lindas que já li aki na fanfics, arrasou, adorei tudo, Los As mais do que perfeitos
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isajuje Postado em 10/09/2013 - 17:13:16
Eu errei ''/ não teve nada de casamento, só o casamento que o Alfonso iria propor antigamente e que revelação, hein? É tão bom ler histórias assim em que tem os seus baixos, acontecem umas tragédias (inevitável na vida, né), mas eles conseguem superar e viver um amor. Obrigada por compartilhar mais esta história conosco <3
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lyu Postado em 10/09/2013 - 00:42:31
AMEEEI
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isajuje Postado em 09/09/2013 - 14:29:10
CASAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAMENTO KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK' estou apostando nisso, nem falo mais nada U_U
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steph_maria Postado em 08/09/2013 - 13:41:20
Kddddddddddddd vc???? morrendo por saber kd o Alfonsoo genteee????
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lyu Postado em 08/09/2013 - 01:07:09
ain eu tambem quero saber aonde ele ta, acho q ele nao encontrou o bilhete dela. UI HOT a proxima web
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isajuje Postado em 06/09/2013 - 11:52:31
Não vou tirar conclusões precipitadas sobre o Alfonso, mas eu quero saber... Onde está esse bendito desse homem? Será que ele sofreu algum acidente quando saiu com aquele carro? KKKKKKKKKKKKKK é, acho que não porque a mídia já teria conhecimento disso. Eu acho. Se eu fosse a Anahí eu teria pego já um avião de volta para lá U_U
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steph_maria Postado em 05/09/2013 - 19:49:03
Pelo amor de Deus kd o Alfonsooo?? muita covardia dele deixar a Anahi sozinha uma hora dessas =/
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lyu Postado em 05/09/2013 - 02:46:05
ain meu coração
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isajuje Postado em 04/09/2013 - 11:43:02
Posta mais u.u (via celular haha)