Fanfic: Uma vez mais com ternura - AyA - Adaptada - FINALIZADA. | Tema: AyA
Sentou-se novamente ao piano e começou a tocar a música que havia composto em parceria com Anahi. Embora as notas soassem fortes, era a voz dela que ele ouvia, suave e melodiosa. Estava chegando ao final quando sentiu a presença de alguém na sala. Levantou os olhos e viu que Anahi o observava ao lado da porta. Continuava muito pálida e trazia nos olhos um brilho intenso, enigmático.
Subitamente Alfonso julgou compreender o que estava se passando. Era aquela música, só podia ser isso. Ela ficara perturbada. De algum modo, a lembrança do passado a deixara transtornada. Ele parou imediatamente e se aproximou dela.
— Anahi
— Está decidido. Eu aceito a sua proposta – interrompeu antes que ele pudesse completar o pensamento.
Havia algo de errado, tremendamente errado, pressentiu Alfonso, embora houvesse ficado contente com a decisão dela.
— Que bom - conseguiu dizer e tomou-lhe as mãos — Estavam geladas. — Anahi, você está bem?
— Claro, estou ótima. — Retirou as mãos. — Bem, suponho que os detalhes possam ser acertados com Henderson — prosseguiu.
Alguma coisa na calma que Anahi aparentava o estava desconcertando. Era como se uma parte dela estivesse ausente.
Escute, Anahi, por que não jantamos juntos? — propôs. O desejo de prolongar aqueles instantes ao lado dela era tão forte quanto a vontade de romper a couraça invisível em que ela se escondia. — Eu posso levá-la ao Bistrô; você sempre gostou de lá.
Não, Alfonso, obrigada. Fica para uma outra vez. Eu... eu tenho algumas coisas para resolver.
Amanhã então — insistiu ele.
Está bem. Amanhã. — Ela parecia exausta. Talvez tivesse concordado apenas para livrar-se dele. — Alfonso... — Deu um sorriso cansado. — Você se importaria de ir embora? Está ficando tarde e eu...
Não se preocupe. Eu já estava mesmo de saída. — Inclinou-se e deu-lhe um beijo no rosto. Foi um gesto instintivo, que não exigia retribuição. Sentia uma necessidade enorme de protegê-la, de abraçá-la, como se isso pudesse afastar dela a angústia que a oprimia. — Às sete está bem? Até amanhã.
Anahi manteve-se firme até ver a porta se fechar, e só então caiu sentada no sofá. Cobriu o rosto com as mãos pressionando os dedos contra a testa, que latejava de modo agudo e constante. Não havia lágrimas para derramar. Sentia-se árida por dentro. Uma mão amiga pousou em seu ombro.
— Eles "a" encontraram — ouviu Maite perguntar em voz baixa.
— Encontraram. — Soltou um suspiro longo e desanimado. — Ela está de volta
O sanatório era uma construção moderna, branca muito limpa, que mais parecia um hotel Um lugar calmo e sossegado, em meio ao cenário maravilhoso do campo.
Lá dentro, os carpetes espessos que forravam o chão abafavam ainda mais as conversas a meio-tom. Anahi detestava aquele silêncio imposto, a quietude forçada, mas reconhecia que era assim que devia ser, eram as normas de qualquer casa de repouso. Ela se informara acerca da reputação daquela clinica antes de lá internar a mae pela primeira vez há cinco anos. Num aspecto estava tranqüila: sua mãe era assistida por pessoas competentes e recebia tratamento médico adequado e acompanhamento psiquiátrico constante.
Enquanto aguardava pelo Dr. Justin Karter no consultório sobriamente decorado, ela avaliava o quanto detestava aquelas visitas e o cheiro de lustra-móveis que parecia impregnar toda a sala. Sentiu frio e cruzou os braços sobre o peito, massageando-os com as mãos.
Anahi sempre sentia frio na Clinica Fieldmore. A sensação desaparecia tão logo atravessava a porta em direção à saída. Era um frio penetrante que chegava a atingir-lhe os ossos. Levantou-se e caminhou até a janela. A vista era bonita, mas ela a detestava, como detestava tudo o que dissesse respeito àquele lugar. Quando ouviu a porta do consultório se abrir, virou a cabeça devagar.
Era o Dr. Karter, um médico jovem e de baixa estatura, com barba rala e bochechas rosadas. Tinha o semblante sério, acentuado pelos óculos de aro de tartaruga. Em outras circunstâncias, Anahi até poderia simpatizar com aquele rosto.
— Srta. Portilla. — O médico estendeu a mão e segurou a dela, num aperto rápido e profissional.
Mãos delicadas, como ele se lembrava. Os cabelos de Anahi estavam presos à nuca, e ela parecia um pouco mais velha naquele conjunto escuro de saia e blusa. A mulher que ele tinha diante dos olhos parecia muito diferente da intérprete vibrante que ele vira pela televisão poucas semanas atrás.
— Como vai, Dr. Karter?
A voz dela sempre o impressionara. Uma voz cheia para uma mulher tão pequena e delicada, formando um contraste estimulante. Ele era um fâ ardoroso, mas jamais pedira a ela que autografasse um disco sequer da sua coleção. Tinha todos os discos gravados por Anahi e os guardava como se fossem relíquias. Entretanto jamais tocara no assunto Seria uma situaçãoo embaraçosa. Antes de ser um admirador, era um médico, e naquele consultório as coisas deviam ficar bem separadas.
— Por favor, sente-se, Srta. Portilla.
— Não, obrigada. Gostaria de ver minha mãe imediatamente se possível. — A garganta de Anahi estava seca, como sempre acontecia quando falava com ele.
— Precisamos discutir algumas coisas antes. A senhora sua mãe...
Percebeu que ela umedecia os lábios, único sinal da agjtação que lhe sacudia o íntimo.
Poderemos discutir o que o senhor quiser depois que eu tiver visto minha mãe — interrompeu-o.
Está certo, como queira. — E conduziu-a para fora da sala. Atravessaram em silêncio o corredor carpetado até chegarem em frente aos elevadores. — Srta. Portilla... — Ele gostaria de chamá-la de Anahi, como todos a conheciam, mas sabia que não seria aconselhável.
A distância que ela fazia questão de manter podia se facilmente explicada: ele era uma das poucas pessoas que estavam a par do seu segredo. Ela confiava nele porque era a sua única opção, mas nem por isso conseguia sentir-se à vontade.
— O que é, doutor? — Voltou-se para ele com a expressão vazia.
Por mais arrasada que se sentisse, Anahi não daria um demonstração pública dos seus sentimentos. Nem mesmo para o médico que acompanhava o caso. Karter compreendia muito bem esse mecanismo de defesa.
Gostaria de adverti-la... Bem, não quero que fique chocada com a aparência de sua mãe. — Entraram juntos no elevador. — Ela fez muitos progressos na última estada, mas saiu antes de obter alta, como a senhorita já sabe. Portanto, é bom que saiba que o estado dela vem se... deteriorando.
Por favor, não precisa escolher tanto as palavras — retrucou com impaciência. — Eu sei muito bem onde e como ela foi encontrada. Vocês conseguirão mantê-la aqui por dois ou três meses, até que ela saia e tudo recome. É um círculo que não se altera.
— Os alcoólatras enfrentam uma batalha diária que...
— Não me venha com essa conversa sobre alcoólatras, por favor — cortou, irritada, incapaz de se controlar por mais tempo. — E muito menos com sermões acerca da luta dessas pessoas. Eu já estou cansada de ouvir as mesmas coisas. — Parou de repente e meneou a cabeça, subitamente consciente de que se alterara. Mais calma, acrescentou: — Eu não possuo a sua dedicação e o seu otimismo, doutor.
Mas tem continuado a trazer sua mãe para os nossos cuidados — frisou o médico, com um sorriso compreensivo.
Claro, o que mais poderia fazer? Ela é minha mãe.
A porta do elevador se abriu para deixá-los sair. Quando o médico parou em frente a um dos quartos e alcançou a maçaneta, Anahi segurou-lhe o braço, fazendo-o parar.
Eu gostaria de entrar sozinha, se não se opõe.
Não, de maneira alguma, fique à vontade. Mas não demore, por favor. — E, captando o pânico naqueles olhos, acrescentou: — Eu estarei aqui fora, se precisar de mim.
Anahi fez um aceno afirmativo e abriu a porta devagar. Respirou fundo, procurando coragem, e só então deu um passo para dentro.
A mulher deitada na cama alta de hospital, coberta por um lençol de linho, parecia estar dormindo. Olhos fechados, inerte, respirava regularmente, enquanto o soro caía gota a gota em suas veias. Cortinas cerradas, o quarto estava imerso na penumbra. Segurando a bolsa com as duas mãos, Anahi aproximou-se da cama.
Seu primeiro pensamento foi que a mãe parecia ter emagrecido bastante. O rosto encovado e a pele amarelada eram sinais evidentes da fraqueza em que ela se encontrava. Os cabelos estavam cortados rente à nuca e os fios prateados haviam se multiplicado desde a última vez que a vira. Não havia a menor semelhança com a cabeleira farta e escura que ela costumava usar na altura dos ombros. As olheiras fundas, os lábios secos e esbranquiçados... Meu Deus, aquela era a sua mãe?
Sem se mover e sem produzir o menor som, a mulher abriu os olhos. Eram grandes e cinzentos como os da filha.
— Mamãe... — Anahi inclinou-se para ela, deixando as lágrimas escorrerem livremente pelo rosto. Afagou-lhe de leve os cabelos. — Ah, mãezinha, por quê?
Quando Maite entrou na sala de música, encontrou Anahi deitada no sofá, cansada e abatida.
— Anahi, não quer que eu lhe prepare alguma coisa para comer? — ofereceu, solícita. Cortava-lhe o coração ver a amiga naquele estado. Fora um dia difícil aquele, e Anahi não tinha o hábito de desabafar. Era uma pessoa reservada, o que Maite compreendia e respeitava.
Anahi olhou para ela e suspirou.
Não, querida, obrigada. Eu vou jantar com Alfonso. Prometi a ele — contou com ar desanimado.
Você não precisa ir, se não quiser. Quer que eu telefone, desmarcando o compromisso?
Não, eu estou com vontade de sair.
Ao que me parece, você está com vontade de se enfiar embaixo dos lençóis.
Vou ficar cochilando um pouco aqui no sofá. Ele só chegará lá pelas sete. Tempo mais do que suficiente para eu recuperar as forças.
Está bem, descanse então. — Apagou a luz e saiu
Poucos minutos depois das sete horas, Maiteabriu a porta para Alfonso. Até que ele não ficava mal naquelas roupas folgadas, que faziam o gênero desleixado chique, como era moda ultimamente, Maiteavaliou com o olhar crítico. E aquele ramalhete de violetas que carregava numa das mãos dava-lhe um certo fascínio, ao invés de fazê-lo parecer um idiota. Alfonso arqueou as sobrancelhas diante do vestido insinuante que ela estava usando.
— Maite! Você está estupenda. — Tirou uma violeta do buquê e estendeu-a a ela. — Vai sair?
Maite aceitou a flor.
— Daqui a pouco — respondeu. — Anahi estará aqui em um minuto. Alfonso... — Hesitou um instante e sacudiu a cabeça, desistindo de completar o pensamento. Em vez disso, perguntou, a caminho da sala de música: — Quer um drinque? Posso lhe preparar um bourbon.
Ele a segurou pelo braço, forçando-a a parar.
— Não era isso o que você ia dizer.
Maite respirou fundo.
— Não, não era — admitiu. Hesitou mais um pouco e então recomeçou, fixando nele os olhos castanhos. — Anahi é muito importante para mim. Existem poucas pessoas como ela: autêntica, generosa e, principalmente, sensível. E é essa sensibilidade que me preocupa. Anahi não tem defesa contra as pessoas, magoa-se com facilidade, custa muito a superar uma decepção. Eu não quero que ela se machuque novamente, especialmente agora que está atravessando uma fase difícil. Não, eu não vou responder às suas perguntas, Alfonso — avisou, antecipando a curiosidade dele. — Anahi que lhe conte o que está se passando.
isajuje: awwn Obrigada pela confiança, essa historia é linda. Entendi sobre a internet amr, comente quando puder o importante é que goste <3
Autor(a): ayaremember
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A vida é dela, não minha. O que eu quero lhe dizer é o seguinte: ela está precisando de carinho e paciência. É melhor que você tenha as duas coisas.Até onde você sabe sobre o que aconteceu entre nós, Maite?Até onde Anahi me contou.Pois qualquer dia desses pergunte-me por que fui embora e como me senti. ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 34
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traumadarbd Postado em 23/09/2013 - 15:05:30
que historia mais linda, uma das mais lindas que já li aki na fanfics, arrasou, adorei tudo, Los As mais do que perfeitos
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isajuje Postado em 10/09/2013 - 17:13:16
Eu errei ''/ não teve nada de casamento, só o casamento que o Alfonso iria propor antigamente e que revelação, hein? É tão bom ler histórias assim em que tem os seus baixos, acontecem umas tragédias (inevitável na vida, né), mas eles conseguem superar e viver um amor. Obrigada por compartilhar mais esta história conosco <3
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lyu Postado em 10/09/2013 - 00:42:31
AMEEEI
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isajuje Postado em 09/09/2013 - 14:29:10
CASAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAMENTO KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK' estou apostando nisso, nem falo mais nada U_U
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steph_maria Postado em 08/09/2013 - 13:41:20
Kddddddddddddd vc???? morrendo por saber kd o Alfonsoo genteee????
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lyu Postado em 08/09/2013 - 01:07:09
ain eu tambem quero saber aonde ele ta, acho q ele nao encontrou o bilhete dela. UI HOT a proxima web
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isajuje Postado em 06/09/2013 - 11:52:31
Não vou tirar conclusões precipitadas sobre o Alfonso, mas eu quero saber... Onde está esse bendito desse homem? Será que ele sofreu algum acidente quando saiu com aquele carro? KKKKKKKKKKKKKK é, acho que não porque a mídia já teria conhecimento disso. Eu acho. Se eu fosse a Anahí eu teria pego já um avião de volta para lá U_U
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steph_maria Postado em 05/09/2013 - 19:49:03
Pelo amor de Deus kd o Alfonsooo?? muita covardia dele deixar a Anahi sozinha uma hora dessas =/
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lyu Postado em 05/09/2013 - 02:46:05
ain meu coração
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isajuje Postado em 04/09/2013 - 11:43:02
Posta mais u.u (via celular haha)