Fanfic: Uma vez mais com ternura - AyA - Adaptada - FINALIZADA. | Tema: AyA
O jantar transcorreu numa atmosfera íntima, tranqüila e perfeita. Entraram numa velha estalagem, descoberta ao acaso. Ali, Alfonso sabia, não haveria interrupções, nem autógrafos, nem cumprimentos. Seriam apenas os dois, um homem e uma mulher, jantando calmamente à luz de velas.
Conforme as horas passavam, o sorriso de Anahi tornava-se mais espontâneo, e a tristeza que ele detectara antes no olhar dela havia desaparecido. Embora notasse a mudança, Alfonso não fez o menor comentário.
Anahi, de fato, sentia-se mais leve, fosse pelo efeito do vinho, fosse por estar novamente com Alfonso, jantando num lugar afastado, como costumavam fazer anos antes.
Tomada pela nostalgia, sentiu-se transportada para o dia em que o vira pela primeira vez.
Era a primeira festa a que ela comparecia em Hollywood: música no último volume, risadas e muito barulho. La estavam as pessoas que ela só conhecia através das telas de cinema, e todas pareciam perfeitamente entrosadas, em rodinhas ou aos pares. Todas, menos ela, que, com um copo na mão, assistia atordoada a todo o movimento, recriminando-se intimamente por ter cometido a asneira de aparecer desacompanhada.
A certa altura, um ator, de cujo nome ou rosto ela não se lembrava, aproximou-se com a tradicional conversa. Inexperiente para livrar-se das companhias indesejáveis, ela acabou encurralada na parede, quando então seus olhos encontraram os de Alfonso. Ele sorriu divertido ao notar o desespero dela, mas tratou de socorrê-la. Com a maior naturalidade, colocou-se entre ela e o ator e segurou-a pelo braço.
— Demorei muito? — perguntou, dando-lhe um beijo no rosto antes que Anahi pudesse responder. — Há algumas pessoas lá fora que querem conhecer você. — Lançou ao rapaz um olhar de desculpa. — Com licença.
Sem conseguir reagir, Anahi viu-se levada ao terraço. Claro que o reconhecera desde o instante em que pousara os olhos nele, e por isso mesmo sentia-se terrivelmente embaraçada. Alfonso Herrera a devia estar julgando uma caipira. Passou a mão pelos cabelos e sorriu, sem graça.
Obrigada.
De nada. — E os olhos verdes começaram a fazer um exame detalhado daquela figurinha tímida e assustada. — Você é diferente do que eu imaginava.
— Sou? — Ela não entendeu bem o que ele quis dizer com aquilo, mas sorriu assim mesmo.
Quando ele a convidou para tomar um café, Anahi aceitou sem pensar duas vezes, louca para sair de lá. Desde então, não saíram mais de perto um do outro, até ele desaparecer da sua vida tão inexplicavelmente como entrara.
— Anahi, acorde! Aposto que você não ouviu nada do que eu disse.
A voz de Alfonso e a mão no seu braço trouxeram-na de volta ao presente.
— Desculpe, eu estava distraída.
— Distraída? Você estava em transe — caçoou ele. — Chamei o seu nome três vezes!
— Eu estava pensando no trabalho que nos espera daqui a semanas — mentiu.
Ele com certeza acreditou, pois logo emendou o assunto:
— Eu já falei com o seu empresário. Se estiver tudo bem para você, eu a encontrarei em Nova York no final da tournée. De lá, viajaremos para a Inglaterra.
Por mim, não há o menor problema. Mas, de qualquer modo, é melhor você deixar tudo acertado com Maite. Eu não tenho memória para datas e horários. E você? Vai ficar nos Estados Unidos enquanto isso?
Pretendo passar umas duas semanas em Las Vegas. Faz muito tempo que não piso num cassino. Suponho que nada tenha mudado por lá.
Ela riu e sacudiu a cabeça.
— De fato, nada mudou. Há coisa de seis meses eu e Maite estivemos tentando a sorte. Ela ganhou uma bolada no jogo de cartas, mas eu fui mais uma vítima daquelas malditas máquinas caça-níqueis.
Alfonso olhava para ela como se não estivesse prestando atenção.
Também faz muito tempo que não a ouço cantar — murmurou, acariciando-lhe a mão.
Como não? Não nos encontramos no estúdio outro dia? — retrucou com uma vivacidade exagerada. Livrou-se dos dedos dele e alcançou o copo de vinho. Sem se abalar, Alfonso tomou-lhe a outra mão. — Alfonso... — Anahi reclamou, sem conseguir conter o sorriso.
— Tenho ouvido você no rádio também — continuou ele — mas não é o mesmo que ao vivo, num show, ou... sorriu ao dar a voz um tom mais íntimo — ...ou quando você canta apenas para mim.
Anahi bebeu aquelas palavras como se fossem o Borgonha que estava no seu copo. Temendo que elas a embriagassem, tratou de desviar o assunto.
— Sabe o que eu estou querendo agora? — perguntou, baixando o tom de voz e inclinando-se para ele com ar de conspiração. Havia uma nota divertida no seu olhar.
— Sobremesa — Alfonso respondeu imediatamente.
— Acertou. Você me conhece muito bem, meu caro Alfonso Herrera.
Mais tarde, Anahi quis dançar, e, de pleno acordo, os dois deixaram o restaurante à procura de um local pouco freqüentado, mas animado por um bom conjunto, como os bares noturnos onde ambos haviam iniciado as suas carreiras. Encontraram um de acordo com as suas exigências: escuro, aconchegante e com uma boa pista de dança. Imaginaram que lá não seriam reconhecidos. Durante quase vinte minutos, tiveram razão.
— Com licença, você não é Alfonso Herrera? — A loirinha olhava para ele, embevecida. E, quando reconheceu Anahi, arregalou ainda mais os olhos. — Anahi Portilla? Meu Deus, são mesmo vocês dois?
— Bob Muidoon — Alfonso apresentou-se, com um sotaque texano. — E esta é minha esposa Sheila. Diga olá à moça, minha querida — acrescentou, passando o braço em volta de Anahi e dando um passo em direção à pista de dança.
— Olá — Anahi obedeceu.
A menina não se deu por vencida.
— Ah, por favor, Alfonso... — Estendeu-lhe uma caneta e um guardanapo de papel. — Não quer me dar o seu autógrafo? Só assim as minhas amigas vão acreditar em mim.
Eles se entreolharam e sorriram, resignados.
— Claro — Alfonso respondeu, pegando o guardanapo.
— Meu nome é Debbie. — E virou-se para que ele escrevesse apoiado às suas costas. — Você poderia escrever assim: "Para a minha grande amiga Debbie"?
Lógico — respondeu de modo simpático e atendeu ao pedido, rabiscando o autógrafo no pedaço de papel.
Agora você, Anahi — pediu a garota. — Escreva do outro lado. Ah, e não se esqueça de colocar “grande amiga”.
Ela sorriu diante daquela solicitação que era quase uma ordem. Estava acostumada a ser tratada informalmente pelos fãs, e gostava disso. Não suportava que a vissem como uma superstar. Afinal, era igual a todo mundo, com a única diferença de que no momento estava em evidência. Quando terminou de escrever, notou que os olhos de Debbie estavam fixos em Alfonso. Sorriu, imaginando as fantasias que estariam dançando na mente da jovem.
Pronto, Debbie — disse, tocando-lhe o braço para fazê-la voltar à realidade. — Aqui está o seu guardanapo, devidamente autografado.
Como? — Debbie pegou o papel e ficou alguns segundos olhando para ele, como se não estivesse entendendo nada. Só então acordou. Abriu um sorriso apaixonado para Alfonso. — Obrigada. — E, meio sem graça, para Anahi: — Muito obrigada mesmo.
Foi um prazer — respondeu ela, aflita para sair de lá.
Seria esperar demais que aquela conversa houvesse passado despercebida pelas demais pessoas. E, de fato, distribuindo autógrafos e respondendo pela metade a um sem-número de perguntas, os dois levaram mais de quinze minutos para percorrer os poucos metros que os separavam da porta. Alfonso olhava para trás cada vez que dava um passo para certificar-se de que Anahi o acompanhava. Finalmente conseguiram chegar ate o carro.
— Ufa! Sinto Muito, Anahi. — Passou o braço por trás dela e travou a porta. — Eu deveria ter pensado melhor antes de trazê-la a um lugar como esse.
— Não seja bobo. A culpa não foi sua. Além do mais até que eles foram civilizados.
— Tivemos sorte. Não é sempre que tudo termina desse jeito — comentou ele enquanto o carro atravessava as ruas de Los Angeles.
É verdade. — Reclinou-se no banco e relaxou o corpo. — Às vezes as coisas escapam do nosso controle. Nunca se sabe o que pode acontecer em situações como essa. Uma simples palavra, um fã mais entusiasmado, e os ânimos se alteram bruscamente. Até parece que as pessoas esquecem de que somos de carne e osso.
— E por isso tentam levar um pedaço nosso como souvenir.
— Eu me lembro de ter assistido a um video-clip de um show que você deu há sete ou oito anos, em Londres, se não me engano. — Sentou-se mais de lado, de modo a ficar de frente para ele, e apoiou o braço no encosto do banco. Os fãs romperam os cordões de segurança, passaram pelos guardas e você foi engolido pela multidão. Deve ter sido horrível.
— Eles foram tão carinhosos que me presentearam com um par de costelas quebradas.
— Que horror! — Endireitou o corpo, chocada com aquele detalhe que não conhecia. — Eu nunca soube disso.
Ele sorriu e ergueu os ombros
— Nós não divulgamos o incidente. Mas aquilo tirou o meu gosto por apresentações ao vivo durante um bom tempo. Felizmente isso ja é coisa superada. O serviço de segurança nos shows está cada vez mais eficiente. — Fez uma curva, tomando o caminho que levava as colinas.
— Eu não sei se teria coragem de enfrentar uma platéia numerosa depois disso.
— E onde mais poderíamos obter a adrenalina? — argumentou ele. — Nós precisamos dos aplausos, das aclamações, da participação do público. — Riu e puxou-a para perto. — Por que motivo somos artistas? Por que existem tantas pessoas querendo entrar no nosso mundo? Porque estão à procura da glória, minha cara.
Sentindo-se à vontade, Anahi encostou a cabeça no ombro dele.
— Não sei se o motivo é o mesmo para todos. Veja o meu caso, por exemplo. A música sempre foi o meu veículo. É somente e por meio dela que eu consigo expressar as minhas idéias, a minha visão de mundo. — Virou a cabeça apenas o suficiente para enxergar-lhe o perfil. — E quanto a você, Alfonso?
— O meu caso é mais ou menos parecido com o seu, suponho. Eu também sinto que tenho um recado a dar! Gosto de sacudir as pessoas, fazê-las pensar um pouco e saírem por alguns momentos daquele mundinho burguês em que vivem encerradas.
Anahi deu risada.
— Você era tão radical no começo da sua carreira! Músicas fortes, com conotações políticas...
— Hoje acho que estou mais para conservador do que para revolucionário.
— Fire Hot não me parece composição de um conservador. Muito ao contrário — observou ela. — Foi inclusive o carro-chefe do seu ultimo cd. As pessoas gostam do lado engajado que você mostra nas suas letras.
— Pode ser. Se eu fizesse músicas adocicadas como as suas...
— Adocicadas? — Deu-lhe um tapa no braço, fingindo-se zangada.
— Anahi — disse ele em tom conciliatório —, você não deveria me distrair enquanto estou dirigindo.
— Pois fique sabendo, mocinho, que as minhas músicas adocicadas já ganharam vários Grammy.
— Não estou dizendo que não gosto do que você faz. — E continuou a provocá-la. — As letras até que não são más.
Outro tapa.
— Eu gosto de ser sentimental, Sr. Herrera. Nem todas as músicas precisam ter conteúdo social para serem consideradas de qualidade.
— É melhor eu concordar antes que acabe apanhando de verdade — caçoou ele. — De fato, você tem razão. Há sempre espaço para modinhas descartáveis. É o que mais se ouve nas FMs.
— Modinhas descartáveis — Anahi repetiu, imitando o jeito dele. Lá estavam os dois, retomando o velho hábito de discutirem o trabalho um do outro. — Se você pensar realmente assim, como espera que consigamos trabalhar juntos?
— Acho que alcançaremos um equilíbrio perfeito, a fórmula para o sucesso — respondeu ele. — Como já aconteceu uma vez, na única música que compusemos em parceria.
— Pois eu acho que vamos brigar bastante — profetizou.
— Imagino que sim.
— E, se me permite lembrá-lo — continuou ela, mal disfarçando um sorriso de satisfação —, não é sempre que você sai vencedor numa discussão.
— Ótimo. Desse modo as brigas não serão chatas. — Tirou uma das mãos do volante e acariciou-lhe os cabelos. — Olhe — murmurou, apontando para fora. — Por que as cidades parecem mais bonitas à noite e vistas do alto?
Anahi admirou o cenário de luzes que se descortinava sob seus olhos.
— É lindo realmente — sussurrou, maravilhada.
Alfonso desligou o carro e voltou-se para ela. Entreolharam-se por alguns instantes, até que Anahi afastou-se instintivamente.
— Venha cá — disse ele em voz baixa, atraindo-a de encontro ao corpo. — Não gosto quando você foge de mim.
Inclinou a cabeça devagar e os seus lábios roçaram os dela, mal tocando-os, embora a mão se mantivesse firme à nuca de Anahi. Lábios persuasivos, sedutores, que lhe percorriam o rosto, as pálpebras, o queixo, fazendo com que ela começasse a perder a noção do que a cercava.
Entreabriu os lábios, num convite mudo. Alfonso apossou-se deles, aprofundando o beijo lentamente, como se só assim pudesse satisfazer a gula e matar a saudade do gosto de Anahi.
Ela gemeu, de protesto e satisfação, quando sentiu as mãos explorarem os contornos firmes dos seus seios. A boca de Alfonso murmurava coisas incompreensíveis aos seus ouvidos, descia para o pescoço, voltava para suas faces.
Era impossível para Anahi resistir, sentindo-o colado ao seu corpo, a mão dele procurando por dentro do vestido os seios que arfavam, ansiosos de expectativa. Meu Deus, era enlouquecedor o toque daqueles dedos, abrasador o contato deles com a sua pele.
“Há quanto tempo”, pensou vagamente, atordoada pelo despertar de antigas sensações que só aquele homem era capaz de provocar. Seu corpo inteiro se regozijava, como se estivesse reconhecendo a antiga fonte onde o desejo costumava ser saciado. Somente Alfonso a fazia experimentar algo tão intenso.
— Anahi — sussurrava de encontro aos lábios dela. - Você me deixa louco. — O beijo tornou-se mais violento, as carícias perderam a suavidade. — Eu quero você. Faz tanto tempo... — prosseguiu com voz rouca, ecoando os pensamentos dela. — Vamos para o meu hotel. Fique comigo esta noite.
A paixão cegava os sentidos de Anahi. A língua que se entrelaçava na sua com volúpia ordenava que ela se esquecesse de tudo, que fechasse os parênteses abertos anos atrás. O calor crescia dentro dela e derretia a sua resistência. Na luta entre o medo e o desejo, o último estava em larga vantagem.
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Autor(a): ayaremember
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"Não!", gritou uma voz fraca de dentro dela. Não! O que ela estava fazendo? Recomeçando tudo? E o seu orgulho? E o sofrimento de tantos anos?— Não — disse em voz alta. — Por favor, pare com isso.Alfonso levantou a cabeça, sem entender, e, quando ela tentou desviar o rosto, ele o segurou firmemente.— Por que est&aacut ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 34
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traumadarbd Postado em 23/09/2013 - 15:05:30
que historia mais linda, uma das mais lindas que já li aki na fanfics, arrasou, adorei tudo, Los As mais do que perfeitos
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isajuje Postado em 10/09/2013 - 17:13:16
Eu errei ''/ não teve nada de casamento, só o casamento que o Alfonso iria propor antigamente e que revelação, hein? É tão bom ler histórias assim em que tem os seus baixos, acontecem umas tragédias (inevitável na vida, né), mas eles conseguem superar e viver um amor. Obrigada por compartilhar mais esta história conosco <3
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lyu Postado em 10/09/2013 - 00:42:31
AMEEEI
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isajuje Postado em 09/09/2013 - 14:29:10
CASAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAMENTO KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK' estou apostando nisso, nem falo mais nada U_U
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steph_maria Postado em 08/09/2013 - 13:41:20
Kddddddddddddd vc???? morrendo por saber kd o Alfonsoo genteee????
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lyu Postado em 08/09/2013 - 01:07:09
ain eu tambem quero saber aonde ele ta, acho q ele nao encontrou o bilhete dela. UI HOT a proxima web
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isajuje Postado em 06/09/2013 - 11:52:31
Não vou tirar conclusões precipitadas sobre o Alfonso, mas eu quero saber... Onde está esse bendito desse homem? Será que ele sofreu algum acidente quando saiu com aquele carro? KKKKKKKKKKKKKK é, acho que não porque a mídia já teria conhecimento disso. Eu acho. Se eu fosse a Anahí eu teria pego já um avião de volta para lá U_U
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steph_maria Postado em 05/09/2013 - 19:49:03
Pelo amor de Deus kd o Alfonsooo?? muita covardia dele deixar a Anahi sozinha uma hora dessas =/
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lyu Postado em 05/09/2013 - 02:46:05
ain meu coração
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isajuje Postado em 04/09/2013 - 11:43:02
Posta mais u.u (via celular haha)