Fanfic: Além do Bosque - Portinon- (adaptada) -Finalizada- | Tema: portinon

Anahí  estava em seu quarto, se arrumando para o trabalho. Era um dia comum como outro qualquer, Pablo já havia ido na parte da manha, e logo chegaria para o almoço, onde comeriam juntos e voltariam para a empresa. A loira dos olhos azuis prendeu os cabelos em um rapo, vestiu as roupas formais que tanto odiava e colocou seu salto mais confortável. Estava quase pronta, só faltava uma maquiagem mesmo. E foi quando ela sentou-se a cadeira da penteadeira, que seu noivo entrou quarto a dentro colocando a pasta sobre a cama, com um sorriso de orelha a orelha.

- Boa tarde meu amor… – Disse Poncho ao se aproximar de Anahí a e lhe dar um beijo selado.

- Boa tarde… – Disse ela passando pó em seu rosto. – Porque esta sorrindo desse jeito?

- Arrume suas malas Anahí… – Ele ainda sorria. – Vamos nos mudar!

Assim que Anahpi ouviu a frase ‘vamos nos mudar’ sentiu uma pontada em seu coração, uma dor sem explicação, que te deu até falta de ar.

- Como assim vamos nos mudar Poncho? – Ela perguntou meio assustada se virando para ele.

- Meu pai me ligou, disse que vão construir um shopping em uma cidade pequena, e estão precisando da gente lá. Não vai ser para sempre amor, só por um tempo mesmo. – Disse empolgado.

- Mas assim… De uma hora para outra? E o nosso trabalho aqui? Nossa casa, nossas coisas? – Ela estava ficando cada vez mais assustada.

- Vamos ganhar muito mais com esse shopping Anahí… E pense, vamos para outra cidade, conhecer gente nova, vai ser também como uma lua de mel adiantada e prolongada!

- Não sei Poncho. – Ela parecia sentir dor.

- Não sabe por que amor? – Ele se aproximou novamente se abaixando próximo a cadeira pegando em suas mãos. – Você pareceu não gostar muito, qual o problema de nos mudarmos?

- Não sei… Já me mudei tanto nessa vida que acho que tenho medo hoje em dia.

- Mas não é para sempre, vamos voltar para cá, vai ser só por um tempo… – Ele tentava tranquilizá-la

- É esse o problema, vamos ficar por um tempo apenas… – Ela respirou fundo e pensou por alguns segundos. – Ta… Quando vamos?

- Amanha de manha, meu pai já arrumou tudo, passagens e até casa para gente ficar lá… – Ela disse sorrindo.

- Mas como ele sabia que nós íamos? – Ela pareceu meio irritada.

- Não sei, nem eu sabia… – Ele pareceu surpreso. – Ele me ligou quando eu estava vindo para casa, e jogou essa bomba em cima de mim. Mas eu confesso que adorei… E outra coisa, acho que só assim a milhares de quilômetros do meu pai que eu vou conseguir ser dono realmente da minha vida. Porque mesmo eu já tendo um burro velho, praticamente casado e tudo mais, ele ainda acha que manda em mim… – Ele revirou os olhos meio irritado.

- É… Vai ser bom para você… – Ela parecia meio sem reação.

- Então amor… – Ele se levantou. – Não precisa ir trabalhar hoje não, meu pai já resolveu tudo. A gente vai ficar em casa hoje para arrumarmos nossas malas.

- Esta bem…

O coração de Anahí batia forte, e uma sensação horrível tomava todo o seu corpo. Poncho foi correndo pegar as malas enquanto ela permaneceu sentada, estática, com náuseas como se fosse vomitar a qualquer momento… Depois de um tempo e uns dois copos de água tudo ficou aparentemente normal. Fizeram suas malas com o necessário, o resto eles comprariam por lá mesmo…

Na manha seguinte, já no aeroporto, entrando no avião, que Anahí  foi saber qual era o lugar que eles estavam indo. Porque por algum motivo ela não teve a mínima curiosidade de saber qual era ele… E ao ouvir o nome da cidade, seu coração pareceu parar de bater, e todo um filme começou a passar em sua cabeça.

- Não acredito Poncho, porque não me disse que era essa a cidade que estávamos indo? – Ela perguntou bem irritada.

- Sei lá, foi tudo tão rápido, e você também não perguntou nem nada. – Ela pareceu assustado com a irritação dela.

- Não acredito, não acredito mesmo… – Ela estava bem irritada.

- Mas porque Anahí, qual o problema dessa cidade?

- Todos… Se lembra de mim, quando cheguei no colégio? Lembra que eu tinha vindo de uma cidade pequena, da qual só fiquei dois meses? – Ela perguntou olhando para ele.

- Lembro claro, você sempre chorava… – Ele disse ao se lembrar.

- Então… É a mesma cidade… Foi lá que morei… – Agora seus olhos pareciam tristes.

- Nossa, mas que mundinho em? – Ele disse ao pegar na mão dela. – Mas me diz meu amor, você nunca me contou porque nunca quis ir embora, nunca me contou porque chorava tanto…

- Perdão meu amor… Mas isso eu acho que nunca vou te contar, faz parte de um passado muito distante, que prefiro deixar lá, bem longe de mim…

- Esta bem princesa… – Ele beijou seu rosto. – Mas pense pelo lado bom, pelo menos vai rever alguns amigos…

- Não fiz amigos por lá. – Ela disse meio triste.

- Então vamos fazer, e muito… – Ele sorriu feliz para ela.

E o avião decolou rumo a cidadezinha da qual ela não colocava os pés há quase dez anos completos. Todo o caminho ela parecia se ver no passado, naquele mesmo avião, mas fazendo a rota oposta… E uma dor estranha e desagradável fazia seu coração chorar. Depois de uma hora e meia naquela avião, eles finalmente chegaram na tal pequena cidade. Assim que saíram do pequeno aeroporto havia um homem com seus nomes em uma plaquinha, do qual levaria eles até o seu novo apartamento. Durante todo o trajeto até o prédio no centro da pequena cidade. Anahí foi observando cada detalhe, e vendo como aquela cidadezinha havia evoluído. Não era do mesmo jeito, mas ao mesmo tempo era… E mais uma vez sensações estranhas invadiram o seu corpo, fazendo-a lembrar de Dulce, do primeiro dia de aula, do bosque, das brincadeiras, das estrelas…

 Entraram no apartamento todo mobilhado e perfeitinho. Anahí nunca gostou de apartamento, mas teria que viver em um no tempo que ficasse naquela cidade… Eles passaram o resto do dia em casa, se curtindo, vendo televisão, e planejando tudo que fariam juntos naquele ‘novo’ lugar… Os dias se passaram com pressa, da construção para casa, da casa para construção… Não tiveram tempo e nem pic para saírem, só na sexta mesmo que iriam em algum bar com os novos colegas de trabalho.