Fanfic: Além do Bosque - Portinon- (adaptada) -Finalizada- | Tema: portinon

Anahí hesitou em continuar. Parou em frente ao grande bosque… Olhou ao seu redor e viu que mais algumas casas haviam sido feitas antes do grande gramado que dava inicio das arvores… Voltou a olhar para dentro dele e dei um passo a frente com um leve sorriso nos lábios… Sentiu seu coração acelerar e parou dando três passos atrás. Olhou ao redor mais uma vez mirando seu relógio em seguida, que marcavam exatamente dez de quarenta da manha, daquele sábado de dez de fevereiro… Dez anos haviam se passado, sua mente vagou para aquele mesmo dia, o primeiro na escola, de quando viu Dulce na ultima carteira com cara de poucos amigos e um brilho lindo nos olhos. Lembrou do que sentiu quando seus olhos se cruzaram pela primeira vez, lembrou das primeiras palavras trocadas, do mau humor da outra, de quando conheceu Lana, da casa onde morou por tão pouco tempo, de quando viu Dulce sorrir pela primeira vez, de quando acharam a casa no bosque, do primeiro beijo… Tudo vinha em sua mente como um filme rápido de mais para ser degustado como deveria… E lá estava Anahí diante daquele bosque, querendo loucamente ver como tudo estava, se a casa ainda existia, se o lago ainda era o mesmo… Mas lhe faltava coragem e quando percebeu caminhando em sua direção ela lembrou de Poncho, dando meia volta e fugindo daquilo como se tivessem lhe perseguindo… A mulher loira mais linda do que antes correi até perder o ar e ao olhar em volta e ver onde estava sentiu como se seu estomago estivesse sendo pisoteado por elefantes. Era a casa onde Dulce morava, e sem querer ter certeza que ela ainda habitava o mesmo lugar ela continuou a correr até esta longe o bastante para tomar uma água e poder fazer a longa caminhada até seu apartamento.

Dulce estava em casa dando um jeito no quarto de sua filha quando Lana chegou já subindo as escadas aos gritos chamando por sua irmã mais velha. O jeito que ela a chamava era ao mesmo tempo assustado e empolgado.

- Dulce, Dulce? – Lana entrou no quarto meio ofegante.

- O que foi Lana? – Dulce perguntou assustada. – Aconteceu alguma coisa com a Lise?

- Não, ela esta bem, ta tomando suco com a mamãe…

- Mas o que aconteceu então? – Dulce ainda parecia meio assustada.

- Você não vai acreditar quem eu vi na pracinha hoje quando estava com a Lise… – Os olhos de Lana brilhavam.

- Quem? O Ucker? – Ela disse sem empolgação.

- Que Ucker o que Dulce… – Ela revirou os olhos. – Eu vi sua amiga… A Anahí…

- Anahí, Anahí? – Sua cara de choque era nítida.

- Sim Anahí, Anahí… Aquela que morou aqui só por uns dois meses… – Lana ainda estava contente ao contar a noticia.

- Impossível, você deve ter confundido ela com alguém Lana… – Seu coração batia rápido e seu corpo estava dando sinal de fraqueza.

- Claro que não Dulce… – Ela revirou os olhos mais uma vez. – Eu até falei com ela, conversamos por um tempinho e tal…

- Impossível… – Dulce estava estática sentindo suas pernas tremerem. – Você pegou um telefone o endereço alguma coisa?

- Claro que não, falei com ela por alto, nem passou pela minha cabeça pedir nada.

- Não acredito Lana… – Ela pareceu furiosa. – Uma imbecil como sempre.

- Imbecil é você, venho te contar e ainda é grossa, não sei porque ainda sou legal com você… – Ela disse saindo do quarto deixando Dulce para trás.

Dulce caiu para trás, por sorte era sua cama e não sofreu nenhum dano com a queda. Seu coração estava a mil, sua mente parecia uma metralhadora… Nem se quer uma lagrima foi derramada, o choque foi tanto que ela só se levantou quando Lise a cutucou perguntando se estava tudo bem…

- Mamãe, você parece um robô deitado desse jeito sem se mexer. – Lise disse sorrindo.

- Pronto me mexi. – Ela sentou-se a cama dando um sorriso amalero.

- Vem ver televisão comigo? Quero que você veja Padrinhos mágicos comigo hoje. – Ela disse fazendo bico e segurando em sua mão.

- Vou sim filha, claro que vou… – Ela tentou sorrir.

Dulce desceu com Lise no colo, dando beijinhos em seu rosto tentando tirar Anahí de seu pensamento, mas foi inútil, o resto do dia ela passou avoada, pensando em sair pela cidade batendo de porta em porta, quem sabe assim a acharia de algum jeito…

Na manha seguinte Anahí e Poncho tomaram café na cama, onde foi tudo preparado pelo noivo atencioso. Entre conversas, beijinhos e carinhos Anahí estava distante, e por mais que tentasse não transparecer suas angustias ela não conseguia, mentir é algo que ela sempre fez muito mal.

- O que esta acontecendo Anahí? – Disse seu noivo com os olhos preocupados. – Você esta tão distante… Desde o dia do bar que você passou mal que esta assim…

- Não é nada, só estou… enjoada. – Ela tentou mentir.

- Enjoada? – Ela perguntou meio cauteloso.

- Sim…

- Você esta grávida Anahí?

- Não, claro que não. – Ela pareceu irritada.

- Desculpa, só pensei… Mas eu te conheço, sei que tem alguma coisa te incomodando. – Ela dizia com carinho. – Pode me contar tudo, você sabe que pode…

- É serio Poncho não é nada… – Ela se levantou da cama.

- Hey, fica mais um pouco aqui na cama comigo. – Ela pegou em sua mão. – Não precisa falar nada se não quiser…

- Não, eu vou sair, vou dar uma volta… Ver alguns amigos… – Ela disse sem pensar.

- Amigos? Mas você me disse que não fez amigos aqui. – Ele disse confuso.

- E não fiz. – Ela voltou atrás. – Mas tenho conhecidos, vou dar uma volta, ver se encontro alguém…

- Anahí – Ele pensou antes de dizer. – Porque não me conta o que aconteceu aqui… Porque não me diz porque esta assim? Tem haver com o passado não tem? – Ele parecei encaixar as coisas.

- Não Poncho, mas que saco… – Ela disse irritada. – Não vou te contar o que aconteceu, e eu estou ótima já disse, só estou enjoada… – Ela começou a tirar seu roupa de dormir.

- Você que sabe… – Ele pareceu meio chateado. – Quer que eu vá com você?

- Não, pode ir no clube com seus amigos, não precisa perder seu dia… E outra eu vou ficar por ai rodando não vai ser nada divertido.

- Esta bem, qualquer coisa você me liga que eu te encontro no lugar que for… E vê se toma um remédio para seu enjôo.

- Pode deixar…

Anahí vestiu uma roupa confortável e deixou seus cabelos soltos. Desceu e pegou o seu carro, ainda na garagem pensou na conversa que teve com seu noivo. Tinha sito mais grosseira do que deveria, e ainda havia dito que ia ver amigos, sendo que a uma semana tinha te falado que não conhecia ninguém aquele lugar… Sem pensar muito Anahí foi em direção a sua antiga casa passando por ela, vendo que nada havia mudado, continuou pela rua até parar diante do bosque onde esteve no dia anterior e a muitos anos atrás… Desceu do carro e ficou olhando para ele com duvida, receio e medo, queria muito ir, na verdade queria muito era encontrar Dulce, abraçá-la, pedir desculpas e dizer o quanto sentiu sua falta todos esses anos… Anahí trancou o carro e partiu bosque a dentro. Sabendo que ao ver o tal lugar tudo, exatamente tudo que havia feito para tentar esquecer a outra iria por ralo a baixo… Ela andou sem pressa observando as arvores, a terra, o céu, os pássaros cantando… Lembrava sorrindo da primeira vez em que passou por aquele lugar, e depois seu sorriso se desmanchou ao lembrar da ultima que esteve ali, da trajetória que fez chorando por ter deixado a pessoa que mais amava na vida… Depois de uma caminhada lá estava ela, naquele lugar perfeito. A casa no mesmo lugar, o lago ainda cristalino, a árvore onde Dulce havia escrito seus nomes, estava tudo lá, como se não tivesse se passado nem um minuto desde a ultima vez que esteve ali… Dulce havia feito um bom trabalho, a casa parecei limpa por fora, como se alguém a visitasse frequentemente… A loira foi até a pequena casa entrou com pressa olhando ao redor, realmente estava tudo limpo e perfeito, foi até o quarto e a cama estava feita, pegou um travesseiro e o cheirou com carinho, seu coração acelerou ao sentir o cheiro que ainda era o mesmo… Seus olhos brilhavam tanto que pareciam diamantes, seu sorriso era tão grande que parecia que nunca mais iria sair de seu rosto… Fazia muito tempo que ela não se sentia tão bem, tão feliz… Saiu do quarto indo para fora de casa, em direção ao lago, caminhando lentamente olhando ao redor sentindo-se como se fosse um pássaro de tão leve. Chegando a beira do lado sentou-se com cuidado, observando tudo, tentando recordar cada lembrança, de todos os momentos que tiveram juntas…