Fanfics Brasil - Parte 2 Milionário do mês

Fanfic: Milionário do mês | Tema: Vondy


Capítulo: Parte 2

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— E quem foi que lhe propôs isso? — Ela se desvencilhou dele e afastou uma mecha de cabelo do rosto. — Meu Deus, você impede que uma garota caia e acusa a ela de tentar seduzir você? Muito bom...


Ele passou a mão pelo seu cabelo e se perguntou por que ainda tentava conversar com ela.


— Nós podemos entrar na maldita caminhonete? Ela tirou as chaves do bolso e as agitou na sua frente.


— Foi você que me olhou como se estivesse querendo me devorar.


Ele bufou mais uma vez e então olhou furioso para ela.


— Pode chamar isso de insanidade passageira.


— Nossa, mas é um elogio atrás do outro — disse ela, voltando-se para a caminhonete.


Ele ficou parado no lugar, olhando-a abrir a porta e sentar na cabine.


— Você é uma mulher que deixa qualquer um furioso, sabia?


Ela olhou de volta para ele.


— Acredite ou não, já ouvi isso antes.


— Minhas solidariedade ao pobre coitado, quem quer que ele seja.


O rosto de Dulce congelou e os seus olhos se fecharam como se ela tivesse colocado um par de óculos escuros.


— Ele não precisa da sua solidariedade, Christopher. Nem eu. Vai entrar na caminhonete ou prefere voltar para casa a pé?


Dulce passou a semana seguinte inteira temendo descobrir se Christopher havia ido embora, cada vez que passava pela montanha. Depois de uma viagem transcorrida em completo silêncio, na volta da festa, ela o havia levado para casa e


arrancado sem esperar que ele sequer colocasse os pés no chão e ainda estava muito embaraçada por ter ido embora daquele jeito.


Ela sabia que jamais deveria ter se deixado provocar daquele modo, mas aquela piadinha sobre solidariedade com o homem que tinha feito parte da sua vida, logo após o comentário de Kelly, tinha sido demais para ela. Não que Dulce ainda sofresse com o seu passado, mas não gostava nem um pouco que a fizessem lembrar do quanto ela havia sido idiota.


Tudo o que importava agora, porém, era se assegurar de que Christopher não fosse embora antes do fim do mês. Dulce sabia que ele estava farto de vê-la todo dia à sua porta, mas continuava visitando-o mesmo assim.


Ela saiu da caminhonete batendo a porta e notou as nuvens escuras sobre as montanhas e o ar pesado com promessa de mais neve. Ela amava o inverno nas montanhas, mas já estava mais do que na hora da primavera chegar. Infelizmente, parecia que a natureza não pensava da mesma forma.


Ela tremeu, enfiou as mãos nos bolsos da jaqueta e apressou o passo, mas teve de se deter ao ouvir a voz de Christopher.


— Você de novo.


Surpresa por encontrá-lo do lado de fora, longe do laptop ao qual se agarrava como se fosse o seu último vínculo com a civilização, ela teve de admitir, ao menos para si mesma, que ele era muito bonito.


Christopher estava usando o seu suéter de cashimere verde-escuro novamente sobre jeans que pareciam gastos e confortáveis. Sua jaqueta de couro marrom lhe dava um ar de pirata e o vento que agitava os cabelos lhe dava uma aparência mais livre. Seu coração saltou dentro do peito e sua boca ficou seca.


Ela podia estar se metendo numa encrenca. Especialmente se ele começasse a olhar para ela da maneira como havia feito na festa.


— O que é que você está fazendo? — perguntou ela.


Ele a olhou rapidamente e então voltou os olhos novamente para a superfície ainda cinza do lago.


— Estava só olhando.


— Sério? — provocou ela, caminhando até ele. — Achei que você preferia respirar ar encanado e olhar para a natureza através da vidraça.


Ele rosnou.


— Digamos que eu tenha sentido um pouco de claustrofobia.


Dulce temeu que ele desistisse de seu intento por se sentir como um prisioneiro naquela casa. Ela precisava desviar a atenção dele daquilo.


— Eu tenho um remédio para isso.


— Qual?


— Vamos dar uma volta. — Ela enroscou o seu braço no dele e sorriu.


— Está gelado — lembrou ele.


— Nós não vamos sentir frio se nos movimentarmos — disse ela, puxando-o pelo braço dele. — Vamos lá! Quando foi a última vez que você deu uma volta em


torno de um lago tão bonito como esse?


O olhar dele deslizou por sobre a ampla extensão de água e os pinheiros ao redor para então dirigir-se novamente a ela.


— Nunca.


— Isso é tempo demais — respondeu ela, começando a caminhar.


Ela teve que acelerar o passo para conseguir acompanhá-lo.


— Isso não é uma corrida. Você não vai receber nenhum prêmio por chegar ao outro lado, sabia?


Christopher se deteve, com um sorriso forçado nos lábios e então deu de ombros.


— Certo. É que não estou acostumado a passear.


— Tudo bem — disse Dulce, feliz com o lampejo de calor que havia visto nos olhos azuis dele. —Você pode aprender.


Eles caminharam por algum tempo, num silêncio cúmplice, até ela dizer:


— Logo, logo, os ursos vão despertar.


— Ursos?


— Ah, sim. Pretos e pardos. Mamães e filhotes. Daqui a pouco vão estar pelos quintais, revirando latas de lixo à procura de comida e encrenca.


Ursos. Ele balançou a cabeça.


— Não posso me imaginar vivendo num lugar se possa cruzar com um urso no meio do caminho.


— É divertido, não é?—perguntou ela, inclinando a cabeça para olhar as nuvens pretas. — Não consigo me imaginar morando em nenhum outro lugar.


— Você foi criada aqui?


— Sim. Não havia uma clínica aqui na época em que nasci. Agora nossas gestantes não têm mais que atravessar a montanha em busca de atendimento médico. — Ela sorriu e deu um tapinha no ombro dele. — E graças a você, a clínica vai ficar ainda melhor do que já é.


— Você já me agradeceu o suficiente.


— Não acho — disse ela —, mas vamos deixar isso para lá.


— Obrigado.


— Pelo menos por enquanto. Christopher resmungou.


— E você — perguntou Dulce. — De onde é?


— De tudo quanto é canto — respondeu ele, voltando o seu olhar para a água do lago agitada pelo vento.


— Isso não é resposta.


— Nasci em Massachusetts e cresci na Costa Leste. Era incrível como aquele homem podia dar uma informação e ainda assim não dizer muita coisa. Ela, porém, não era mulher de desistir facilmente.


— Sua família ainda vive lá?


— Não tenho família — disse ele, secamente.



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Autor(a): Beea London

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— Sinto muito. — Não há motivo para isso. Você não tinha como saber. — Mas sinto mesmo assim — disse ela, apertando o braço dele com compaixão. — Os meus pais morreram quando eu estava na faculdade — disse ela, achando que, caso se abrisse um pouco, talvez ele fizesse o mesmo. — Eles foram e ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 117



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  • lelema Postado em 03/05/2016 - 18:08:07

    Ameiiiiii

  • stellabarcelos Postado em 18/11/2015 - 01:31:39

    Amei amei amei! Muito lindos!

  • mundovondy Postado em 19/09/2013 - 20:47:49

    ooi eu só queria dizer que eu amei muuuito essa fic achei uma pena ser curta :( espero q tenha bastante ideias p uma mais além parabéns de vdd eu amei

  • anapvondy Postado em 14/09/2013 - 19:44:45

    Oii Beea!! Passando para avisar que sua fanfic foi divulgada em nossa página do facebook Estórias de Gente Vondy!Caso a divulgação seja indesejada pode informar a nossa equipe que excluiremos o post em questão ;)

  • mundovondy Postado em 14/09/2013 - 16:00:04

    AAAANWWW Q LINDOOOOS *---* ay mds q amorzinho os dois

  • larivondy Postado em 14/09/2013 - 11:28:28

    ameeeeeei a web, perfeeita!!

  • mundovondy Postado em 14/09/2013 - 10:56:39

    SOCORRO christopher admitiu q a ama o/o/o/ anw q lindos ay to chorando

  • alwaysvondy Postado em 09/09/2013 - 18:55:13

    nem preciso dizer q amei a web né? sahushausha pena q chegou ao fim :/

  • beeal Postado em 09/09/2013 - 14:09:39

    obrigada por não me esquecer. haha' Super lindo esse final, sou apaixonada pelo lado romântico do Christopher. Aliás, sou apaixonada por todos os lados dele. (66

  • alwaysvondy Postado em 09/09/2013 - 14:05:46

    aaaaah q bom q apareceu nena *-* sem problemas... ele falando q ama ela<333333


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