Fanfic: 7 dias para te amar | Tema: The vampire diaries
Segunda-feira pela noite:
Abri meus olhos exausta. E vi que Mery me chamava para jantar.
No principio ñ pude enxergar nada, mas logo depois a luz apareceu e descobri que estava no meu quarto com uma adolescente estérica tendo um ataque de pelanca:
"Senhora Gabriela! Eu ñ tenho todo o tempo do mundo!" Mery falou apressada, ajeitando seu vestido.
Eu pude notar que era novo. Ela estava saindo com alguém? pensei me sentando com dificuldade.
Eu me sentia estranhamente revigorada. Como se nunca tivesse caído e em seguida desmaiado.
Então, assim que me ajeitei confortavelmente na cama perguntei a Mery:
"Mery querida, Foi você que me levantou quando eu caí no chão, e depois empurrou na minha goela a dentro um liquido pegajoso de sabor metálico?" perguntei atentamente, mas Mery me olhou como se eu tivesse comido um cogumelo estragado.
"Do que a senhora esta falando? quando ocorreu isso?" Mery perguntou por um momento preocupada.
E instantaneamente toquei minha testa para ver se ela estava inchada pelo golpe que eu tinha dado, e nada.
"Você vê algo raro na minha testa?" Perguntei de repente a Mery desejando escutar um sim.
"A senhora está bem? Você necessita um medicamento ou algo?" Perguntou Mery me olhando estranhada.
E então resolvi que ñ adiantaria falar nada pra ela. Pois ela ñ entenderia. Nem eu mesmo entendia algumas vezes.
"Ñ passa nada querida. Alias, eu acho que você já chega tarde no seu encontro verdade?" Falei sorrindo pra ela, e ela ficou um pouco vermelha.
"Eu acho que sim..Mas se você necessitar algo é só me chamar que eu venho."
"Ñ faz falta linda, a velhaca aqui ainda pode cuidar de si mesma. E tampouco tenho fome, assim que ñ se preocupe que eu ñ vou andar pelo asilo sozinha." E Mary me sorriu agradecida.
"Você é demais senhora Gabriela!!" Mery me abraçou antes de sair em disparada pela porta.
"Que tenha uma boa noite! E ñ faça nada do que eu ñ faria!" Gritei enquanto ela ria abrindo o portão do asilo.
E depois do alboroto e faladaria de Mery veio o silêncio. Antes eu nunca me preocupava com a solidão. Porque eu sempre soube que todos terminam sozinhos ao final de contas. Por isso mesmo eu sempre tomei a solidão como uma amiga fiel.
Mas agora, a solidão pra mim só é mais um peso que levar nas costas. E olha que as minhas já estão bem cansadas.
A minha vida poderia haver sido diferente se eu fosse menos romântica e sonhadora. É uma lastima que eu só seja capaz de ver isso agora.
Eu sempre fui fria para a realidade, e doce como açúcar para a ilusão. Eu nunca soube distinguir o que me fazia realmente bem, do que me matava a cada suspiro.
Mas a ilusão ñ foi sempre traiçoeira, teve um momento da minha vida que a ilusão deixou de ser sonho e se tornou real.
Por mais que só tenha sido durante 7 dias, essas vão ser as ultimas coisas que eu quero recordar quando tenha que fechar meus olhos e minha alma tenha que partir para outro lugar.
Por um momento, deixei de divagar na minha mente e peguei meu antigo caderno encima da mesa.
Eu ñ tinha sonho, e estava sozinha de todas a formas.
E por um momento, me senti mais miserável que aquele pobre geneticista de androides do relato de Helen o´loy.
Ele amou a Helen , uma androide diferente dos demais robots. Mas ela, se apaixonou pelo seu melhor amigo. E o pobre geneticista, jamais se casou ou pensou em ter filhos, porque o seu amor por Helen foi eterno.
Ele incluso foi o que a desativou para que assim ela pudesse ser enterrada com o amor da sua vida que ao final terminou sendo seu marido.
Eu me sentia desse jeito. Triste por ñ ter tido a vida que eu deveria ter. Eu esperei tarde demais para ser feliz, e agora sou velha demais para começar outra vez do zero.
Eu perdi toda minha vida esperando a Damon Salvatore. Mesmo sabendo que ele jamais me resgataria da minha solidão. Eu sempre soube isso desde o principio. Mas resolvi ser cega para a razao e seguir com coração.
Ainda segurando meu velho caderno, voltei a deitar-me na cama. O abracei contra meu peito e sorri.
"Essa poderia ser a história que eu contaria aos meus filhos, e eles depois contariam aos seus. E assim por gerações.. Se tudo tivesse sido diferente" Pensei fechando meus olhos.
Eu ñ queria que a minha história caísse no esquecimento. E eu tampouco queria morrer sem que as pessoas ñ descobrisse o lado bom de Damon Salvatore. Por que cada um tem um lado bom trancafiado na nossa covarde alma.
Mas eu gostaria de pensar que alguma vez naqueles 7 dias, Damon, o arrogante, alcoólico e apaixonado por Elena Gilbert me amou. E que incluso uma parte sua podia se fazer em pedaços ao descobrir que eu morri.
Ou melhor ainda, quando eu morresse, em realidade ñ morreria, porque eu viveria no seu ser. Porque quando alguém ama a outro alguém ñ é apenas dois corpos que colidem, senão que são dois corpos que se transformam em um só.
E antes de eu pegar no sono, um poema de pedro Salinas me veio em mente. Antes eu ñ era capaz de entender-lo, mas agora traduze a perfeição meus sentimentos.
[...]
Render-se
a grande certidumbre,escuramente,
de que outro ser,fora de mim,muito longe,
me esta vivendo.
Que quando os espelhos, os espias,
azoques, almas curtas, asseguram
que estou aqui,eu,imóvel,
com os olhos fechados e os lábios,
me negando ao amor da luz,
da flor e dos nomes,
a verdade interior é que caminho sem meus passos,
com outros, lá bem longe, e ali estou beijando
flores,luzes,falo.
[...]
Que tem outra voz com a que eu digo coisas
ñ suspeitadas pelo meu grande silêncio;
e é que também me ama com a sua voz
[...]
Quando ela me fale de um céu escuro,de um paisagem
branco,
recordarei estrelas que ñ vi, que ela olhava,
e neve que nevava no seu céu.
Com a estranha delicia de me lembrar
de haver tocado o que eu ñ toquei
Senão com as suas mãos que eu ñ alcanço
a pegar com as minhas, tao distantes.
[...]
Morrer na alta confiança de que
este viver meu ñ era só meu viver: era o nosso.
E que me vive outro ser por atrás da ñ morte.
Se eu morresse, em realidade ñ morreria, eu viveria imortalmente em Damon, meu Damon Salvatore....Se ele me amasse talvez.
Autor(a): mmm123577
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