Fanfic: Irresistível | Tema: Light

Reik - Sabes

A porta se abriu  e a previsão de Ucker sobre o ventilador se realizou. Dulce olhou de Ucker para Alex e, então, para o cão trêmulo.

-O que é isso? - (Dul apontou)

Alex continuou quieta e deixou que Ucker falasse.

-Hã...nós fomos a uma loja de animais e... - (Ucker disse)

-Ah, não - (Dul lamuriou) - Você a levou a uma loja de animais? Ela não tem permissão para entrar em uma. Da última vez, chorou tanto que vomitou

-Bem , olhe pelo lado bom, ela não ficou enjoada desta vez - (Ucker deu um sorriso amarelo)

-Lado bom? Isso é um cão? - (Dul disse numa voz aguda, apontando para os braços de Alex)

-É o que a vendedora disse, mas ainda não estou convencido - (Ucker disse olhando para o cão)

-Leve de volta - (Dul disse firme)

-Não mamãe. O Pongo é meu - (Alex ficou alarmada)

-Pongo? Você já deu um nome a essa coisa? - (Dul disse)

Dul olhou para Ucker com os olhos estreitos.

-Certo. Pongo pode morar com Ucker - (Dul disse)

-Não tenho quintal - (Ucker respondeu)

-Tem um deque serve - (Dul revidou)

-Pongo não pode morar com o papai, porque só o verei nos fins de semana, então não vou poder treiná-lo para não fazer sujeira no carpete - (Alex explicou)

-Treinar quem? Pongo ou seu papai? - (Dul ironizou)

-Isso não tem graça, Dulce Maria - (Ucker defendeu-se)

-Não me interessa! -Devolva, Ucker - (Dul disse firme)

-Queria poder. Mas o cartaz no caixa dizia que todas as vendas são definitivas. Não posso levar Pongo de volta - (Ucker disse)

Ucker olhou Dulce ali parada, linda como sempre e furiosa como o diabo. Mas pela primeira vez, desde Cannon Beach, ele não queria brigar com ela. Não queria provocá-la mais do que já tinha feito.

-Sinto muito por isso, mas Alex começou a chorar e não consegui dizer não. Ela o batizou, chorou no meu pescoço, e eu entreguei o cartão de crédito para a vendedora - (Ucker disse num suspiro)

-Alexandra Saviñón, entre - (Dul mandou)

-Ai - (Alex disse, cobriu o cãozinho, abaixou a cabeça e passou pela mãe)

Ucker ía segui-la, mas Dulce bloqueou o caminho.

-Eu venho dizendo há cinco anos para essa criança que ela não pode ter um animal até ter dez anos. Você a pega por algumas horas e ela volta para a casa com um cachorro sem pelo - (Dul disse devagar mais possessa)

Ucker ergueu a mão direita.

-Eu sei desculpa. Prometo que comprarei toda a comida e Alex e eu vamos levá-lo a todas as aulas de adestramento - (Ucker disse)

-Eu posso pagar pela droga de comida! - (Dulce ergueu as mãos e pressionou as sobrancelhas com os dedos. Sentia  com se a cabeça fosse explodir) - Estou tão furiosa que não consigo pensar direito

-Ajudaria se eu dissesse que comprei um livro sobre animais de estimação para você ler? - (Ucker disse)

-Não Ucker - (Dul suspirou e deixou as mãos caírem) - Não ajudaria

-Trouxe alguns apetrechos também - (Ucker pegou no pulso de Dul e  puxou-a)

Dulce tentou ignorar o pulo de seu batimento enquanto era puxada.

-Que tipo de apetrechos? - (Dul perguntou)

Ucker abriu a porta do carona da Range Rover e entregou a Dulce uma cesta de cachorro do tamanho de uma gaveta funda de uma cômoda.

-Ele deve ficar aqui à noite, assim não suja o chão - (Ucker disse e virou-se para pegar mais coisas no carro) - Aqui está um livro sobre treinamento, outro sobre chihuahuas e mais um - (fez uma pausa para ler um título) - "Como criar um cão com quem possa viver".  Trouxe comida, biscoitos para os dentes, brinquedos de mastigar, coleira, uma guia e um pequeno suéter - (Ucker concluiu)

-Suéter? Você comprou a loja toda? - (Dul ironizou)

-Quase - (Ucker se virou e enfiou a cabeça no carro)

Dulce olhou para o traseiro de Ucker apontado para ela. A calça jeans estava desbotada em alguns lugares estratégicos. Ulalalalalala!!!!!!!!!!Ficou quente de repente...

-Sei que está aqui em algum lugar - (Ucker disse)

Dulce rapidamente mudou o olhar para a parte de trás do carro estava cheio de sacolas de lojas de brinquedos e havia uma grande caixa com a etiqueta Ultimate Hockey.

-O que é tudo isso? - (Dul perguntou)

Ucker olhou por cima do ombro.

-Apenas algumas coisas que Alex escolheu. Não tem nada pra ela fazer quando vai à minha casa, então compramos algumas coisas. Não acredita quanto custa as Barbies. Não tinha ideia de que era sessenta dólares cada uma (Ucker se endireitou e estendeu-lhe um tubo) - A pasta de dente do Pongo

Dulce estava escandalizada.

-Você pagou sessenta dólares por uma Barbie? - (Dul disse espantada)

Ucker deu de ombros.

-Bem, quando você calcula que uma veio com um poodle, a outra com uma jaqueta com estampa de zebra e outra com uma boina combinando, não acho que tenha sido tão explorado - (Ucker disse simples)

Ele fora um trouxa. Pensou Dulce. Depois de rasgar a caixa, Alex despiria as bonecas e pareceria que as pegara em uma venda de garagem. Dulce raramente comprava brinquedos caros para Alex. A filha não tratava melhor do que tratava as coisas de menor valor, mas principalmente, havia meses em que Dulce não podia gastar cento e vinte dólares em duas bonecas.

Dulce costumava enlouquecer e gastar muito no natal e nos aniversários, mas tinha um orçamento justo e guardava dinheiro para essas ocasiões. Ucker não. No mês anterior, enquanto os advogados elaboravam o acordo de custódia, ela descobrira que Ucker ganhava seis milhões ao ano jogando hóquei, mais metade disso em investimentos e endossos. Dulce nunca conseguiria competir com isso.

Dulce olhou para o rosto sorridente de Ucker e ficou imaginado qual seria a intenção. Se não tomasse cuidado, ele tiraria tudo dela e a deixaria com nada além de um cão careca.