Fanfic: Irresistível | Tema: Light

RBD - Nuestro Amor

Maite caminhava pelo corredor sozinha com a cabeça erguida. Não convidara a família, porém enchera o lado da noiva com os amigos do trabalho. Dulce tentou persuadi-la a incluir os pais distantes, mas Maite era teimosa. Os pais não tinham ído ao funeral de Lucca e May não os queria no casamento Não queria que arruinassem o dia mais feliz de sua vida.

Enquanto todos os olhos estavam na noiva, Dulce aproveitou para olhar para o noivo. Vestindo um smoking preto, Christian estava muito lindo, mas Dulce não estava interessada no visual dele ou no corte de seu casaco. Dulce observou a reação dele a May e o que Dulce via aliviou algumas preocupações sobre o romance relâmpago e o casamento apressado.

Christian se iluminou tanto que Dulce ficou esperando-o abrir os braços para que Maite pudesse correr até eles. O rosto todo sorria e o olhos brilhavam, como se Christian tivesse acabado de ganhar na loteria. Parecia um homem desesperadamente apaixonado. Não era de estranhar que May tivesse se apaixonado tão rápido.

-Queridos irmãos...

Dulce baixou o olhar para os pés em suas sandálias prata de tiras. "Desesperadamente apaixonado", pensou. Na noite anterior, dissera a Rodrigo que não poderia se casar com ele. Não poderia se casar com um homem a quem não amava desesperadamente. O olhar de Dulce cruzou até os sapatos pretos de Ucker.

Várias vezes em sua vida Dulce vira Ucker olhar para ela com desejo naqueles olhos amendoados. Na verdade, na última vez em que ele fora buscar Alex, ela vira aquele olhar de "quero levar seu corpo para a cama". Mas desejo não era a mesma coisa que amor. O desejo não passava da manhã seguinte, especialmente com Ucker.

O olhar dela foi subindo pelas pernas dele, pelo paletó, até a gravata de seda vermelha. Depois seguiu até o rosto dele  e os olhos amendoados a encaravam de volta. Ucker sorriu. Apenas um leve sorriso agradável que enviava sinos de alerta para a mente de Dulce. Ela voltou a atenção à cerimônia. Ucker queria algo...

As mulheres sentadas nos bancos da frente começaram a chorar e Dulce olhou na direção delas. Mesmo sem conhecê-las antes do casamento, adivinhara que pertenciam à família de Christian. A família toda se parecia, da mãe e das três irmãs aos oito sobrinhos e sobrinhas.

Choraram por toda a curta cerimônia e, ao final, choraram enquanto acompanhavam o hino. Dulce e Alex caminharam ao lado de Ucker de volta pelo corredor e pelas portas duplas. Por diversas vezes, a manga do paletó marinho dele roçara o braço dela, causando um choque elétrico em seu corpo.

No hall da igreja, a mãe de Christian tirou o filho do caminho para chegar à noiva.

-Você é uma boneca - (declarou a mãe de Fercho, abraçando e passando-a para as irmãs dele)

Dulce, Ucker e Alex saíram para o lado, enquanto o grupo de amigos e familiar se reunia ao redor do casal para parabénizá-los.

-Acho que podemos sair para recepção - (Ucker disse movendo-se para ficar atrás de Dul) - Por que você e Alex não vem comigo? 

Dulce virou-se e olhou para Ucker. Ele parecia extremamente bem em seu traje de casamento, exceto pelo cravo caindo da lapela. Ele colocara o alfinete no caule em vez de no corpo da flor.

-Não podemos sair antes de Wendell tirar as fotos - (Dul sussurrou)

-Quem? - (Ucker disse)

-Wendell. Ele é fotográfo que May contratou e não podemos sair até que tire as fotos do casamento - (Dul explicou)

O sorriso de Ucker se transformou em uma careta.

-Tem certeza? - (Ucker disse)

Dulce fez que sim com a cabeça e apontou para o peito de Ucker.

-Seu cravo vai cair - (Dul disse)

Ucker olhou para baixo e deu de ombros.

-Não sou bom nisso. Pode arrumar? - (Ucker pediu)

Contra a vontade. Dulce deslizou os dedos sob a lapela do terno marinho. Com a cabeça dele inclinada sobre a sua, puxou o alfinete longo e reto. Estavam tão próximos que Dulce podia sentir a respiração de Ucker na sua testa. O cheiro de seu perfume a envolvia e, se ela virasse o rosto, sua boca tocaria a dele. Empurrou o alfinete através do tecido e do corpo do cravo branco.

-Não vá se machucar - (Ucker disse)

-Não vou. Faço isso todo tempo - (Dul disse concentrada no cravo)

A mão dela desceu pela lapela, tirando algumas rugas invisíveis, experimentando a textura do tecido caro.

-Você alfineta flores nos homens todo o tempo? - (Ucker provocou)

Dulce balançou a cabeça e a testa roçou no maxilar de Ucker.

-Não, queridinho, alfineto em mim  e em May. Para o trabalho - (Dul  disse)

Ucker colocou uma mão no braço nu de Dulce.

-Você tem certeza de que não quer ir comigo para a recepção? - Pablo Lyle vai estar lá e pensei que você, pode não querer chegar sozinha - (Ucker disse)

Com o caos do casamento, Dulce tinha conseguido evitar pensar no ex-noivo. Esse pensamento agora lhe embrulhou o estômago.

-Você contou a ele sobre Alex? - (Dul perguntou)

-Lyle sabe - (Ucker respondeu)

-Como Pablo recebeu isso? - (Dul deslizou os dedos sobre mais uma ruga invisível do paletó dele e baixou a mão)

Ucker balançou os ombros largos.

-Bem. Faz sete anos, então Lyle já superou - (Ucker disse)

Dulce estava aliviada.

-Então eu vou sozinha à recepção, mas obrigada pela oferta - (Dul disse)

-De nada - (Ucker deslizou a mão quente pelo ombro dela, descendo até o pulso. Os pelos do braço dela se arrepiaram ) - Tem certeza sobre as fotos?

-Como? - (Dul perguntou)

-Odeio ficar esperando para tirar fotos - (Ucker sussurrou próximo ao seu ouvido)

Ucker estava fazendo de novo. Preenchendo todo o espaço e comprometendo a habilidade dela de pensar. Tocá-lo era tanto um doce prazer como uma tortura completa.

-Eu pensei que já estaria acostumado com isso - (Dul disse)

-Não me importo com as fotos, é a espera. Não sou um homem paciente. Quando quero algo, gosto de dar prosseguimento - (Ucker respondeu)

Dulce tinha uma sensação de que Ucker não estava mais falando de fotos. Alguns minutos depois, quando o fotográfo os posicionou nos degraus da frente da igreja, Dulce foi forçada a passar por uma experiência de prazer e tortura novamente. 

Wendell colocou as mulheres diante dos homens, enquanto Alex ficava ao lado de Maite.

-Babys!!! - Quero ver muiitos sorrisos!!! - (pediu o fotográfo, a voz suave e exótica sugerindo que talvez estivesse em contato com seu lado feminino e fosse muito feliz. Quando olhou pela câmera no tripê, ele fez sinal com as mãos para que todos ficassem mais juntos) - Babys!!! - Vamos lá!!!, Quero ver sorrisinhos felizes em seus rostinhos felizes!!! - (Wendell disse)

-Esse cara está ligado áquele artista da PBS? - (Ucker sussurrou pelo canto da boca para Dul )

-O cara de cabelo afro que pinta a óleo? - (Dul sussurou de volta)

-Sim. O cara costumava pintar nuvenzinhas felizes e essas merdas - (Ucker sussurrou para Dul)

-Papai!!! - (sussurrou Alex) - Não fale palavrão

-Desculpe - (Ucker sussurrou)

-Babys!!! -Podem falar "FELICIDADE!!!" - (pediu Wendell abrindo os braços eufórico)

-FELICIDADE!!! - (gritou Alex abrindo os braços igual à Wendell)

-Muito bem!!! Garotinha da flor. Que tal todo mundo, junto? - (Wendell disse)

Dulce olhou para Maite e elas começaram a rir.

-Vamos lá!!! -Babys!!! - Se ale - ale - ale - alegrem - (Wendell cantarolou batendo palmas)

-Porra, May, onde você pegou esse cara? - (Christian quis saber)

-Eu o conheço há anos. Era amigo de Lucca - (May disse)

-Ahhh!! - Isso explica tudo - (Christian disse revirando os olhos)