Fanfic: Irresistível | Tema: Light

A água quente descia pelo corpo frio de Dulce enquanto ela passava xampu nos cabelos. Quinze minutos antes de entrar no chuveiro, Ucker lhe pedira que fosse rápida, pois queria tomar uma chuveirada.

Luis saíra e Ucker planejava fazer o mesmo, Dulce não conseguiria persuadi-lo a deixá-la ficar por alguns dias se nem ao  menos ía ficar em casa. Quando anunciara que seriam amigos, ela sentiu um momento de alívio para em seguida vê-lo se dissipar com o segundo anúncio, de que estava saindo.

Dulce tomou bastante cuidado para passar o condicionador no cabelo antes de voltar para baixo da água morna.

Por um breve momento, pensou em usar um apelo sexual para fazer com que Ucker ficasse em casa naquela noite, mas rapidamente desistiu da ideia. Não tanto porque achava a ideia moralmente repugnante, mas porque não gostava de sexo. As vezes que tivera intimidade com algum homem sentira-se extremamente constrangida.

Tão constrangida que não aproveitara.

Não se considerava uma mulher fria, mas achava que ainda nenhum homem a tinha despertado.

Quando saiu do chuveiro, a água esfriou em seu corpo, então secou-se rapidamente. Teve medo de ficar com o aroma do sabonete masculino em sua pele. Vestiu um conjunto de calcinha e sutiã vermelho, um dos que comprara para a lua de mel, mas não podia dizer que lamentava o fato de Lyle nunca poder vê-la usado-os.

O ventilador de teto dissipava o vapor do banheiro, mas o robe de seda que pegara emprestado de Ucker grudava na pele úmida enquanto amarrava a faixa na cintura. Apesar da textura suave do material, o modelo era muito masculino e cheirava a colônia.

A seda preta chegava bem abaixo dos joelhos.

Abrindo a sua valise procurou algo para usar em sua toalete. Colocou de lado duas cartelas de pílulas anticoncepcionais que começara a tomar três dias antes e retirou seus cosméticos. 

Achava extremamente injusto Ucker ser tão lindo sem o menor esforço, enquanto ela precisava investir centenas de dólares e muitas horas em sua aparência.

Erguendo a toalha, secou uma parte do espelho e olhou-se nele. Pelo círculo que secou no espelho, escovou os dentes, aplicou máscara nos cílios e blush nas bochechas. E um delineador básico. Afinal não custava provocar o mau humorado, né??????

Uma batida na porta assustou-a de tal maneira que ela quase riscou o rosto com batom Luscious Peach.

-Dulce? (era Ucker)

-Sim Ucker? (Dul)

-Preciso entrar, lembra? (Ucker perguntou)

Ela se lembrava muito bem.

-Ah, esqueci (Dul fazendo charme)

Ajeitou o cabelo ao redor do rosto com os dedos e olhou criticamente a própria aparência. Ela cheirava como um homem e estava menos arrumada que o normal.

-Vai sair daí em algum momento nesta noite? (Ucker)

-Só um momento - (Dul disse e jogou os cosméticos na valise que deixara sobre a tampa fechada do vaso sanitário) - Posso colocar as roupas molhadas no cabide da toalha? (perguntou enquanto juntava a roupa do chão)

-Sim, claro - (respondeu Ucker pela porta) - Vai demorar muito?

-Pronto - (disse Dul quando abriu a porta)

-O que aconteceu com ser rápida? - (ucker perguntou abrindo os braços, as palmas das mãos para cima)

-Não fui rápida? Achei que sim - (disse Dul com cara de inocente)

As mãos dele penderam ao lado do corpo.

-Você demorou. Estou surpreso que não tenha saído com a pele feito uma uva-passa (disse Ucker)

Então Ucker fez o que Dulce esperara que ele fizesse. Passou o olhar por todo o seu corpo, depois encarou-a de novo só que desta vez ela percebeu um brilho de interesse nos olhos dele e Dulce relaxou. Ele gostava dela.

-Usou toda água quente? - (Ucker parecia zangado)

Os olhos castanhos dela se arregalaram. Meu Deus que homem difícil de agradar. Tem um humor do cão.

Mas ela precisava dele, então, continuou seu teatro de boa garota.

-Acho que sim (Dul abaixou os olhos)

-Bem de qualquer forma, agora não tem mais importância. Merda!!! - (Ucker praguejava, enquanto olhava o relógio de pulso) - Mesmo que saísse agora, o bar não terá mais ostras até eu chegar lá - (virou-se e caminhou pelo corredor até a sala de estar) - Acho que vou comer amendoim e pipoca velha (acrescentou)

-Se estiver com fome, posso fazer algo para você comer - (Dul falava logo atrás dele)

-Acho que não - (disse Ucker sem dar muita atenção)

Dulce não podia perder a chance de impressioná-lo.

-Sou uma excelente cozinheira. Posso fazer um belo jantar antes de você sair (insistiu Dul)

Ele parou no meio da sala e voltou-se para encará-la.

-Não - (Ucker repetiu sério)

-Mas eu também estou com fome (Dul apelou para mentira)

-Não ficou satisfeita com a sopa, não é? (Ucker enterrou as mãos nos bolsos da calça) - Luis às vezes esquece que nem todos comem tão pouco quanto ele. Você deveria ter falado 

-Bem, eu não queria abusar mais do que já estou - (disse Dul docemente e sorriu-lhe. Podia ver a hesitação dele, então pressionou mais um pouco) - E não queria ferir os sentimentos do seu avô, mas não tinha comido o dia todo e estava faminta. Sei como são os mais velhos. Comem sopa ou salada e chamam de refeição, enquanto e resto de nós chama de primeiro prato - (Dul sorriu sedutora)

Os lábios dele curvaram-se levemente.

E Dulce soube com satisfação que tinha convencido o Senhor Mau Humorado. Ponto pra ela. É querido!!! é como dizia minha avó a gente pega o gato pelo estômago. E esse era um felino loiro e tanto.

"E a gata aqui precisa de um lugar pra ficar". Risos internos.

Para um atleta que dizia que não gostava de cozinhar, a cozinha era surpreendentemente moderna. Ela abriu a geladeira e mentalmente inventariou o conteúdo. Luis mencionara que a cozinha tinha um bom estoque e não estava brincando.

-Você sabe mesmo fazer ensopado de atum? - (perguntou Ucker da porta)

-Não me diga que quer creme de atum. Algumas pessoas gostam, mas se eu nunca mais tiver que vê-lo ou cheirá-lo, ficarei muito feliz. (disse Dul)

-Pode fazer um bom lanche, então? - (Ucker deu a ideia)

Dulce fechou o armário. A faixa preta de seda em sua cintura soltou-se um pouco.

-É claro - (disse Dul enquanto apertava o laço) - Mas por que você quer um lanche quando tem esses maravilhosos frutos do mar na geladeira?

-Posso comer frutos do mar a qualquer hora - (Ucker respondeu dando de ombros)

Dulce acumulara uma variedade de habilidades gastronômicas ao longo de anos de aula de culinária e estava ansiosa para impressioná-lo.

-Tem certeza que quer lanchar? Faço um pesto matador e meu linguine com molho de marisco é de comer rezando (disse Dul super empolgada)

-Prefiro um grande e gorduroso lanche. Daqueles do sul, de entupir as artérias. - (Ucker falou dando de ombros novamente)

Dulce balançou a cabeça concordando com Ucker e abriu a geladeira de novo.

Bem gato se você quer comer um lanchão não irei lhe desapontar. Desde que seu humor melhore. Eu faço até malabarismo com a comida. Dulce riu de seus próprios pensamentos.

O que não faz o desespero???

- Nós fritaremos toda a carne de porco que encontrarmos - (disse Dul)

-Nós - (Ucker a olhou) - Posso fazer isso (disse arriscando)

Ele deu um sorriso tão maravilhoso para ela, naquele rosto esculpido por anjos, quando ele saiu da porta, e foi pra junto dela pra ajudar, que ela viajou.

Maldita Romântica!!!

O prazer no sorriso dele fez o estomâgo de Dulce se alvoraçar. IDIOTA!!! CONTROLE SUAS MALDITAS EMOÇÕES!!!! pensou Dulce.

Ele é um imbecil!!!

Dulce colocou um pacote de linguiças na pia e deixou a água quente correr sobre elas, ficou imaginando que, com um sorriso daqueles, Ucker não teria nenhum problema em conseguir o que quisesse das mulheres, na hora em que quisesse.

Maldito Sorriso!!!!!

-Tem namorada? - (Dul perguntou, ocupada em fechar a torneira e tirar a farinha e os outros ingredientes dos armários)

-Quanto fatio disso? - (Ucker perguntou em vez de responder)