Fanfic: Irresistível | Tema: Light

Dulce olhou para Ucker. Ele segurava o presunto em uma mão, e na outra tinha uma faca que parecia bem perigosa.

-Quanto achar que vai comer - (Dul respondeu) - Vai responder à minha pergunta?

-Não (Ucker disse simples)

-Por quê? - (Dul insistiu)

Dulce colocou farinha, sal e fermento em pó em uma tigela, sem medir, fazia aquilo de olho, como dia sua avó.

Meu Deus!!! que homem difícil!!! o que tinha de gato, tinha de garras, pensou, ou melhor, patadas. O que custava responder uma mísera pergunta sem ser grosso???

-Porque - (Ucker começou, cortando um naco de presunto) - Não é da sua conta (e deu um sorrisinho cínico)

-Somos amigos lembra? (Dul não daria por vencida, estava louca pra saber detalhes da vida pessoal daquela gato) - Amigos contam coisas um ao outro - (acrescentou, colocando gordura vegetal na farinha)

Ucker parou de fatiar e olhou para ela. E pensou quem procura acha. CERTO????

-Respondo se responder a uma das minhas perguntas, direito de "amigos" iguais - (disse Ucker, fazendo aspas com dedo em amigos)

-Certo - (disse Dul, pensando se conseguiria contar uma mentirinha inofensiva se fosse necessário)

-Não, não tenho namorada. - (disse Ucker sério)

Por algum motivo, a confissão deixou Dulce pertubada, sentindo o estômago de novo. 

Teria que tomar cuidado com esse homem ele era contra indicado para mulheres indefesas, românticas e totalmente carente, como ela. FATO!!!!!!!!

Tudo nele fazia ela se arrepiar, a voz, o sorriso matador, os olhos, as mãos, o peito, os braços musculosos, EITA DULCE MARIA ATERRISA!!!! 

Sua tola, ele é um idiota, grosso, mas acho que isso faz o charme dele, lá vai a tola da DULCE VIAJAR!!!! Sempre a necessidade de querer agradar...CARÊNCIA É UMA DROGA!!!

-Dulce...Dulce... DULCE MARIA! - (Ucker berrou)

-Hã! que foi - (Dul saiu do transe)

-Sei lá! tá aí viajando! - (Ucker grosso)

-Desculpa, fala - (Dul tentando voltar ao assunto)

-Agora é sua vez. Há quanto tempo conhece Pablo Lyle? (Ucker perguntou)

Dulce ponderou enquanto passava por ele para pegar o leite da geladeira. Deveria mentir, contar a verdade ou um pouco de cada?

-Pouco mais de um mês - (Dul respondeu honestamente, derramando leite na tigela)

-Ah - (Ucker alargou um sorriso no rosto) - Amor à primeira vista

Ao ouvir a voz arrogante e macia, Dulce teve vontade de bater nele com a colher de pau, mas se conteve.

-Não acredita em amor à primeira vista? (Dul perguntou tentando controlar sua vontade de rachar a colher de pau na cara dele)

-Não - (Ucker colocou um pedaço de presunto na boca e começou a fatiá-lo de novo) - Especialmente entre uma mulher como você e um homem da idade de Pablo Lyle

-Uma mulher como eu? O que isso quer dizer? - (Dul tentando manter a voz em um tom baixo)

-Sabe o que quero dizer - (disse Ucker irônico)

-Não - (Dul disse, embora tivesse uma boa ideia do que aquele "filho de uma boa mãezinha" estava pensando) - Não sei do que está falando (igualmente irônica)

-Ah, qual é? - (Ucker franziu a testa) - Você é jovem e atraente, criada como uma noivi... como uma...uma... - (Ucker fez uma pausa e apontou a faca para ela) - Só há uma razão para uma garota como você casar com um homem que reparte o cabelo na altura da orelha e o penteia cobrindo o topo da cabeça (disse Ucker com sorriso irônico nos lábios)

-Eu tinha muita afeição por Pablo - (Dul defendeu-se e mexeu a massa na tijela até virar uma bola densa)

Ucker ergueu ceticamente uma sobrancelha e olhou para ela.

-Afeição pelo dinheiro dele, você quer dizer - (disse Ucker direto)

-Isso não é verdade. Pablo sabe ser bem charmoso. (disse Dul tentando convencê-lo de que ela não era o que ele pensava)

-Ele também sabe ser um grande filho da puta, mas como você só conhece há um mês, não deve ter visto isso - (disse Ucker sarcástico)

Dulce respirou fundo várias vezes, tomando cuidado para não perder a calma com aquele CRETINO  e jogar algo fervente na carinha de bebê dele, e assim prejudicando suas chances de receber um convite para ficar por mais alguns dias, ou pior, ser presa, o que pioraria sua já miserável situação.

Dulce colocou a tijela que estava na mão no balcão da cozinha, prudentemente.

Ela não estava em condições de brigar de igual com aquele convencido.

Ele tinha o poder de aflorar nela diversas emoções que nem ela sabia que tinha.

Variava entre babar por ele e querer que ele a desejasse com paixão, e matar ele lentamente. PERVERSA!!!

-O que a fez fugir do casamento? (Ucker continuou)

Dulce certamente não iria confessar suas razões.

- Simplesmente mudei de ideia - (disse Dul tentando mudar de assunto)

-Ou se deu conta de que pelo resto da vida dele teria que fazer sexo com um homem velho o bastante para ser o seu bisavô? - (disse Ucker com um sorriso no rosto)

Dulce cruzou os braços por baixo dos seios e encarou-o com raiva. Ele estava muito abusado.

-É a segunda vez que você traz esse assunto à tona. Por que está tão fascinado por meu relacionamento com Pablo? (disse Dul furiosa)

-Não estou fascinado. Apenas curioso - (Ucker a corrigiu e continuou a cortar mais fatias de presunto antes de deixar cair a faca no balcão, sem nem ao menos parecer alterado)

-Já pensou que posso não ter feito sexo com Pablo? - (Dul argumentou)

-Nunca - (disse Ucker de imediato)

-Bem não fiz - (Dul falou magoada)

-Porra nenhuma que não fez sexo com Pablo, conta outra - (disse Ucker certo do que falava)

As mãos de Dulce caíram ao lado do corpo e os punhos se fecharam.

-Você tem uma mente bem suja e uma maldita boca imunda - (disse Dul magoada)

Impassível, como se as palavras dela não o tivessem atingido, Ucker simplesmente encolheu os ombros e encostou-se na borda do balcão.

-Pablo Lyle não fez bilhões de dólares confiando na sorte. E não pagaria por uma doce e jovem parceira de cama sem testar o molejo (disse Ucker sem medir palavras)

Dulce queria gritar na cara de Ucker que Lyle não pagara por ela, mas na verdade pagara. Apenas não recebera retorno do investimento. Se ela tivesse seguido em frente com o casamento, ele teria recebido. 

Mas foda-se o que esse jogador de hóquei imbecil pensava, afinal!!!

Droga, não sentia-se bem.

-Não dormi com Pablo - (Dul insistiu, pois era verdade, mas ele não acreditava nela)

Dulce sentia-se como numa montanha russa de emoções, oscilava entre raiva e mágoa. Raiva por Ucker a estar julgando e mágoa por julgá-la tão baixo.

Ucker sorriu levemente e um cacho de cabelo loiro roçou a sobrancelha enquanto balançava a cabeça em negativa.

-Ouça, Docinho, não me importa se dormiu ou não com Pablo Lyle - (Ucker falou sincero)