Fanfic: Irresistível | Tema: Light

Ucker olhou para o guardanapo dobrado ao lado do garfo e balançou a cabeça.

Não sabia dizer se era um chapéu, um barco ou a tampa de algum recipiente

Mas, como Dulce dissera que arrumaria a mesa com o tema "o norte se encontra com o sul", poderia ser um chapéu.

Do longo gargalo de duas garrafas vazias brotavam flores do campo. No meio da mesa, tinha uma linha fina de areia e conchas partidas que foram combinadas com as quatro ferraduras da sorte que ficavam na sala, penduradas na lareira de Ucker.

Ucker não achava que Luis se importaria com o uso das ferraduras, mas porque diabos Dulce arrastaria aquelas coisas para a mesa estava além de sua compreensão.

-Quer manteiga? - (Dul perguntou tirando Ucker de sua viagem sobre a "paisagem" da mesa)

Ucker fitou aqueles olhos sedutores e se perdeu, colocou um pedaço de biscuit ainda morno com molho de linguiça na boca.

Dulce Saviñón podia ser uma sedutora, mas também era uma maldita grande cozinheira. Mais um ponto pra ela.

-Não - (Ucker respondeu simples)

-Como estava o chuveiro? - (Dul perguntou e deu um sorrisinho tão suave quanto seus biscuits)

Desde que Ucker se sentara na mesa, havia dez minutos, Dulce vinha tentando arduamente engajá-lo em uma conversa, mas Ucker não estava com um humor muito amável.

Tinha tomado um banho frio para baixar a excitação provocada na cozinha e ainda sentia-se frustrado e tenso e aquele falatório não o ajudava com seu ânimo. Queria extravazar toda aquela energia em alguma coisa, ou numa certa boca falante.

-Bom - (Ucker conseguiu responder, mas com vontade de esnagá-la, bem, não era bem isso...)

-Seus pais vivem em Seatlle? (Dul quis saber)

-Não - (Ucker tava tentando ser educado)

- Canadá? (Dul não entendia as cortadas de Ucker)

-Somente minha mãe - (Ucker falou respirando fundo)

-Seus pais são divorciados? - (Dul continuou)

-Não - (ucker quase berrou)

O decote profundo levou o olhar dele para o robe preto que ela vestia.

-Onde está seu pai? - (Dul perguntou enquanto  pegava  o copo de suco de laranja)

A parte da frente do robe abriu-se um pouco, expondo um pouco o sutiã vermelho e o volume da pele branca e macia, com pontinhos de sardas.

-Morreu quando eu tinha cinco anos - (Ucker respondeu mas sem desviar o olhar dos seios e da pele exposta)

-Sinto muito. Sei como é perder um pai. Perdi os dois quando era muito jovem (Dul falava com pesar)

Imóvel, Ucker olhou de volta para o rosto de Dulce. Ela era linda. Curvilínea e deliciosa de uma maneira meio exagerada, de tirar o fôlego. Ele quase ficara sem ar naquele pequeno amasso na cozinha.

As pernas eram lindamente moldadas, ela tinha coxas grossas e uma pele bronzeada, exatamente o tipo de mulher que ele preferia nua na cama.

Momentos antes, ele não deixara o desejo de tê-la o dominar, foi prudente, aceitara o fato de que não poderia levá-la pra cama.

Mas ele sentiu-se frustrado, quando disse que não rolaria sexo entre eles, e vira nascer um sorriso de alívio nela, isso deixou-o bastante intrigado.

Ucker espetou um pedaço de presunto e serviu-se de café. As mulheres colocavam seus números de telefone e suas calcinhas nos bolsos dele. 

Não o olhavam como se sexo com ele fosse um tratamento de canal.

-Foi um milagre  eu não estar com eles. Meus pais odiavam me deixar, é claro, mas eu estava com catapora. Então, contra a vontade deles, me deixaram com minha avó, Clarissa. Me lembro que... (Dul continuava a falar)

Desligando-se do falatório de Dulce, Ucker baixou o olhar para as suaves linhas do pescoço, para o decote do robe, o pouco que aparecia da renda vermelha do sutiã, a pele branca, ela tinha um colo de babar.

Não era um homem convencido, ou ao menos não achava que fosse. Mas o fato de ela tê-lo achado resístível o irritava mais do que gostaria de admitir.

Colocou a caneca de café de volta  na mesa e cruzou os braços no peito. Depois do chuveiro FRIO, vestira jeans limpo e uma camiseta branca lisa. Ainda planejava sair. Quem sabe não conheceria uma mulher para extravazar suas "energias".

-Mas a Sra. Lovett  era fria como uma geladeira - (Dul continuava a falar, fazendo Ucker se perguntar como o assunto mudara de morte dos pais para geladeiras) -E brega...Meu Deus, como ela era brega. Quando LouAnn White se casou, deu-lhe... - (Dul parou os olhos sonhadora) - Uma máquina de fazer cachorro-quente. Acredita nisso? (Dul continuava)

Ucker inclinou a cadeira para trás, sustentando-a apenas nas pernas traseiras. Lembrou da conversa que tivera com Dulce sobre falar demais. Achou que simplesmente Dulce não conseguia evitar, era natural dela. Concluiu seus pensamentos, ela era provocante e tagarela.

Dulce empurrou o prato para o lado e inclinou para frente. O robe abriu-se de leve enquanto confidenciava:

-Minha avó costumava dizer que Margaret Lovett era muito brega para aparecer em fotografias - (Dul)

-Está fazendo isso de propósito, Dul? - (Ucker a cortou)

Os olhos dela se arregalaram, com a repentina mudança de assunto.

-O que? (Dul confusa)

-Exibindo os seios - (Ucker mordeu o lábio inferior e a olhou)

Ela olhou para baixo, afastou-se da mesa e fechou o robe até o pescoço.

-Não - (Dul disse ficando corada)

As pernas dianteiras da cadeira bateram no chão e Ucker levantou-se. Olhou nos olhos espantados dela e deu vazão à insanidade.

-Venha aqui - (Ucker ordenou, segurando a mão de Dul)

Quando ela ficou diante dele, ele passou as mãos nas curvas macias do corpo dela, depois deslizou os braços em sua cintura e a puxou firme contra seu corpo.

-Estou saindo agora - (Ucker disse, descendo as mãos para os quadris) - Me dê um beijo de tchau

-Quanto tempo vai ficar fora? - (Dul quis saber)

-Algum tempo - (Ucker respondeu, sentindo seu corpo se excitar devido a proximidade do calor dela)

Como uma gata se espreguiçando, Dulce arqueou-se mais em direção ao corpo de Ucker, procurando mais contato e abraçou-lhe o pescoço.

-Eu poderia ir com você - (Dul ronronou)

Ucker balançou a cabeça negativamente.

-Me beija com vontade - (ucker pediu já entreabrindo os lábios e indo de encontro aos dela)