Fanfic: Irresistível | Tema: Light

Música tema- Reik - Te Fuiste de aqui

Na manhã seguinte, Alexandra terminou o cereal e colocou a tigela na pia. Dos fundos da casa podia ouvir o barulho do chuveiro sabia que teria que esperar sua mãe para irem ao Shopping. A mãe adorava tomar banhos longos.

A campainha tocou e ela caminhou pela sala e foi até a enorme janela da frente e mpurrou a cortina de renda para o lado. Tinha um homem de jeans e uma camisa listrada estava parado na varanda. Alexandra olhou para ele por um momento, em seguida colocou a cortina no lugar Enrolou sua estola rosa pink no pescoço e atravessou a sala até a entrada da frente.

Não deveria abrir a porta para estranhos, mas o homem na varanda embora usasse óculos escuros, não era um estranho. Sabia quem ele era. Vira-o na TV e, no ano anterior, o Sr. Paredão e seus amigos tinham ído na escola dela para autografar as camisetas de algumas crianças, os cadernos e outras coisas mais. Ela ficara bem no fundo do ginásio e não pegara o autógrafo de ninguém. O Paredão provavelmente tinha ído assinar as coisas dela agora, pensou enquanto abria a porta. Ela olhou para cima, bem para cima.

Ucker tirou os óculos e os colocou no bolso da camisa polo. A porta se abriu e ele olhou bem para baixo, bem para baixo. Quase tão chocante quanto encontrar uma criança na casa de Dulce era a garotinha que o encarava, usando botas de caubói de pele de cobra cor de  rosa, uma camiseta roxa e uma estola de plumas rosa pink ao redor do pescoço. Mas a roupa vibrante não era nada comparada com seu rosto.

-Hã...oi - (Ucker disse, embasbacado ante os olhos amendoados contornados pela sombra em pó, as bochechas rosa brilhantes e os lábios vermelhos reluzentes) - Estou procurando por Dulce Saviñón?!

-Minha mãe esta no banheiro, mas você pode entrar - (disse a garotinha)

A garotinha se virou  e entrou na sala.. Um longo e descabelado rabo de cavalo no alto da cabeça balançava a cada passo de suas botas.

-Tem certeza? - (disse Ucker ressabiado)

Ucker não entendia muito de crianças e absolutamente nada de garotinhas, mas sabia que não deveria convidar estranhos para entrar em casa.

-Dulce pode não gostar quando descobrir que você me deixou entrar - (Ucker disse, mas se deu conta de que talvez ela não gostaria de encontrá-lo na casa dela, estando no chuveiro ou não)

A garotinha olhou para trás.

-Minha mãe não vai se importar. Vou pegar minhas coisas - (A garotinha falou e desapareceu, provavelmente para pegar suas "coisas"  ou o que isso significasse)

Ucker retirou o talão de Dulce do bolso  da calça e entrou na casa. Depois de encontrar Dulce na festa, não conseguiu parar de pensar nela. Fechou a porta atrás de si e caminhou pela sala, sentindo-se desconfortável, como da primeira vez em que comprara lingerie para uma namorada na Victoria`s Secret.

A casa era decorada com cores pastel e outras bem espalhafatosas. O sofá era florido e tinha almofadas de rendas que combinavam com a cortina. Havia vasos de margaridas e rosas. Algumas das fotografias espalhadas traziam anjos nas molduras de prata. Ucker meio que gostou daquilo e ficou imaginando se deveria se preocupar com o gosto duvidoso.

-Tenho algumas coisas legais - (disse a garotinha enquanto empurrava uma miniatura de carrinho de supermercado de plástico rosa)

Ela se sentou no sofá e bateu de leve em uma almofada ao lado dela.

Sentindo-se ainda meio deslocado, Ucker acomodou-se ao lado da garotinha. Olhou bem para aquele rostinho e tentou imaginar a idade dela, mas não era bom em adivinhar idades de crianças. E a maquiagem dela não ajudava em nada.

-Aqui - (disse a garotinha, mostrando-lhe uma camiseta com o desenho de um dálmata)

-Para que isso? - (Ucker perguntou)

- Você precisa assinar - (disse a garotinha como sendo óbvio)

-Preciso? - (Ucker perguntou sentindo-se imenso perto dela)

A garotinha assentiu com a cabeça e deu a ele um pincel atômico rosa.

Ucker realmente não queria assinar a camiseta da garotinha.

-Sua mãe pode ficar braba - (Ucker disse pra garotinha)

-Não. É minha camiseta de sábado - (disse a garotinha)

-Tem certeza? - (Ucker ainda não tinha certeza)

-Sim - (insistiu a garotinha)

-Certo - (Ucker disse por fim)

A garotinha tava insistindo tanto para que assinasse a camiseta que ele deu de ombros e abriu o pincel atômico rosa.

- Qual é seu nome? - (Ucker perguntou)

As sombrancelhas dela baixaram-se sobre os olhos amendoados e ela olhou para ele como se ele não fosse muito esperto.

-Alexandra - (em seguida falou de novo, caso ele não tivesse entendido) - A-le-xan-dra  Sa-vi-ñón

Ucker pensou, Saviñón? Então, Dulce não se casara com o pai da garotinha. Tentou imaginar com que tipo de homem ela se envolvera. Que tipo de homem abandonava a filha? Ele virou a camiseta para escrever nas costas.

-Por que você quer que eu rabisque sua camiseta que está em ótimo estado, Alexandra Saviñón? - (Ucker Perguntou a garotinha)

-Porque as outras crianças tem coisas que você assinou e eu não - (disse Alex como óbvio)

Ucker não tinha certeza do que isso significava, mas achou melhor perguntar a Dulce antes de escrever na camiseta da filha dela.

-Thomás tem um monte de coisas. Ele me mostrou na escola o ano passado - (Alex suspirou profundamente e os ombros caíram) - Thomás também tem um gato. Você tem gatos? (Alex perguntou para Ucker)

-Bem...não. Sem gatos - (Ucker respondeu quase rindo)

-A Maite possui um gato - (Alex confidenciou como se Ucker conhecesse Maite) - O nome dele é Botinhas, porque ele possui  botas brancas nas patas. Ele se esconde de mim, mas a Maite disse que ele foge de mim porque é tímido - (Alex pegou a estola e ergueu para Ucker ver e sacudiu) - Mas é assim que eu pego ele. Ele vem atrás de mim e eu agarro ele bem forte

Se Ucker não soubesse antes que a garotinha fosse filha de Dulce, quanto mais a ouvisse falar, mais óbvio ficaria. Ela falou rapidamente sobre querer gatos. Em seguida, o assunto passou para cães e, sabe-se como, progrediu para picadas de mosquitos. Enquanto falava, Ucker a estudava. Achou que ela não parecia com Dulce, ela deveria se parecer com o pai.

- Alexandra - (Ucker a cortou, quando lhe ocorreu que ela poderia ser filha de Pablo Lyle)

Nunca imaginara que Pablo Lyle fosse o tipo de homem que abandonasse um filho. Então, Lyle, seria um verdadeiro canalha, como ele já achava, mas daí subíria de nível de canalhisse.

 - Qual a sua idade? (Ucker se interessou)