Fanfic: Irresistível | Tema: Light

 Música tema - Reik Yo Quisiera

Dulce desenrolou a toalha da cabeça e jogou-a na beira da cama. Foi pegar a escova, mas  a mão parou antes de pegar o cabo. Da sala de estar, as risadas infantis de Alex misturavam-se a voz de um homem. A preocupação superou o recato. Apanhou o robe de verão verde e enfiou rápido. Alex a conhecia muito bem para deixar um estranho entrar em casa. Elas tinham tido uma longa conversa sobre isso da última vez em que Dulce entrara na sala e encontrara três testemunhas de Jeová no seu sofá.

Amarrou o cinto e apressou-se pelo corredor estreito. A bronca que planejou morreu em sua garganta e Dulce parou no meio do caminho. O homem sentado ali ao lado da filha não fora oferecer salvação divina.

Ucker ergueu os olhos e ela viu naqueles olhos amendoados seu pior pesadelo.

Abriu a boca, mas não conseguiu falar, estava em choque. O mundo dela parou.

-O Sr. Paredão veio autografar minhas coisas - (Alex disse sorridente)

O tempo continuou parado enquanto Dulce encarava aqueles olhos amendoados que a fitavam de volta. sentiu-se desorientada e incapaz de compreender totalmente que Christopher Uckermann estava realmente sentado na sua sala, mais lindo e maior do que quando o conhecera, do que em todas as fotos das revistas em que o via, do que na noite anterior. Ucker estava sentado na casa dela, no sofá dela, ao lado da filha dela. Ela colocou a mão no pescoço e respirou fundo. Sob os dedos, sentia seu pulso rápido. Ele parecia sem graça na casa dela, como se não pertencesse áquele lugar. Ao qual não pertencia mesmo.

-Alexandra saviñón - (Dul finalmente conseguiu dizer, olhando nos olhos da filha) - Sabe muito bem que não é para deixar estranhos entrarem em casa

Os olhos de Alex se arregalaram. O uso de seu nome completo a alertara de que estava em apuros.

-Mas...mas...(Alex gaguejou enquanto ficava de pé) - Mas mãe, eu conheço o Sr. Paredão. Ele foi na minha escola, mas naquele dia eu não peguei autógrafo.

Dulce não fazia ideia do que a filha estava falando.

-O que está fazendo aqui? - (Dul disse olhando para Ucker)

Ucker levantou-se lentamente, levou a mão até o bolso traseiro da calça Jeans e tirou um talão.

-Você deixou cair isto na noite passada - (Ucker disse enquanto jogava o talão para ela)

Antes que Dulce pudesse pegar o talão ele bateu no peito dela e caiu no chão. Ela o deixou ali mesmo. CONTINUA O MESMO GROSSO!!!!!

-Não precisava trazer até aqui - (Dul disse seca)

Um pequeno alívio acalmou seus nervos. Ucker tinha ído ali para levar o talão dela, não porque descobrira sobre Alex.

-Não precisava mesmo - (Ucker disse)

A presença dele preenchia a sala e ela derepente se deu conta da própria nudez sob o robe. Olhou para baixo e ficou aliviada ao descobrir que estava completamente coberta.

-Bem, muito obrigada - (Dul disse enquanto caminhava para a porta de entrada) - Alex e eu estávamos de saída e tenho certeza de que você tem lugares importantes para ir

Agarrou a maçaneta e abriu a porta.

-Adeus, Ucker - (disse Dul)

-Ainda não - (os olhos de Ucker se estreitaram e a encararam) - Não até conversarmos

-Sobre o que? - (Dul disse confusa)

-Não sei - (Ucker inclinou a cabela para o lado de Alex) - Talvez possamo ter a conversa que deveríamos ter tido sete anos atrás

Dulce olhou para Ucker cautelosamente.

-Não sei do que está falando - (Dul ainda estava incerta)

Ucker olhou para Alex, que estava parada no meio da sala olhando de um adulto para o outro.

-Você sabe exatamente sobre QUEM estou falando - (Ucker enfatizou)

Por vários segundos os dois se encararam. Dois combatentes preparando-se para o confronto. Dulce não gostou do pensamento de estar sozinha com Ucker, mas o que quer que fosse dito entre eles, tinha certeza de que seria melhor se Alex não ouvisse. Quando falou voltou a falar com a filha.

-Alex, atravesse a rua e veja se Amy pode brincar - (Dul falou pra filha)

-Mas, mãe...não posso brincar com a Amy por uma semana, porque ela cortou o cabelo da Barbie do meu aniversário, Lembra? - (Alex argumentou)

-Mudei de opinião - (Dul contrapôs)

O solado das botas de caubói rosa arrastavam-se no carpete enquanto Alex caminhava para a porta.

-Acho que Amy está gripada - (Alex choramingou)

Dulce que tentava manter a filha longe de vírus ou doenças reconheceu a tática de Alex de ficar em casa e escutar a conversa dos adultos. Ela era uma danadinha!!

-Tudo bem, desta vez. Pode ir - (Dul disse pacientemente)

Quando Alex chegou até a porta, voltou seu olhar para Ucker.

-Tchau, Sr. Paredão - (Alex falou tristonha)

Ucker olhou para a garotinha por um longo momento antes de um leve sorriso curvar sua boca.

-Até mais, Alexandra - (disse Ucker)

Alex olhou para a mãe e, como de hábito enrugou os lábios.

Dulce beijou-a e ficou com sabor de batom de cereja.

-Volte pra casa em uma hora, combinado? - (Dul avisou)

Alex concordou coma cabeça, em seguida saiu pela porta. Dulce ficou observando-a cruzar a rua e entrar na casa do vizinho. Por alguns preciosos segundos, evitou o confronto diante dela, então respirou fundo, entrou e fechou a porta.

-Por que nunca me falou dela? - (Ucker foi direto)

Ucker não tinha como saber. Não com certeza.

-Dizer-lhe o que? - (Dul se fez de desententida)

-Não me enrole, Dulce - (Ucker a alertou com a expressão mais tempestuosa que uma nuvem carregada) - Por que não me falou sobre Alexandra há muito tempo?

Ela podia negar, é claro. Podia mentir e dizer-lhe que Alex não era filha dele. Ucker poderia acreditar nela e ir embora e deixá-las em paz. Mas a teimosia era visível no maxilar dele, e o fogo em seus olhos dizia a ela que não acreditaria.

Encostando-se na parede, Dulce cruzou os braços.

-Por que eu deveria? - (Dul perguntou, sem querer revelar tudo de uma vez)

Ele apontou um dedo para a casa do outro lado da rua.

-Aquela garotinha é minha - (Ucker disse firme) - Não tente negar. Não me force a provar a paternidade porque eu farei

Um teste de paternidade somente confirmaria sua reinvidicação. Dulce não via nenhum motivo para negar qualquer coisa. O melhor que ela podia fazer era responder às perguntas dele e tirá-lo de uma vez de sua casa e de sua vida.

-O que você quer? - (Dul disse séria)

-Diga a verdade. Quero ouvir você falar - (Ucker falava também sério)

-Certo - (Dul deu de ombros, tentando parecer controlada, como se a revelação não a abalasse) - Alexandra, a Alex, é sua filha biológica

Ucker fechou os olhos e respirou fundo.

- Mas como...- (Ucker sussurrou) - Como? - (abalado)

-Da maneira normal - (Dul respondeu secamente) - Achei que um homem com sua experiência saberia como os bebês são feitos

O olhar de Ucker captou o de Dulce.

-Você me disse que estava tomando anticoncepcional? - ( Ucker a olhava sério) 

-Estava - (Dul disse, "Só que  aparentemente não tempo o suficiente" pensou) - Nada é cem por cento

-Por que Dulce? - (Ucker estava inconformado)

-Por que  o que? - (Dul disse não querendo estender o assunto)

-Por que você não me contou sete anos atrás? - (Ucker estava se irritando)

-Não é da sua conta - (Dul queria finalizar aquela conversa)

-Não - (Ucker fechou os punhos e  caminhou até Dul) - Você tem uma filha MINHA e mesmo assim não acha que seja da MINHA conta? (sarcástico)

Ucker parou a menos de trinta centímetro de Dulce e olhou-a seriamente no rosto.

Embora Ucker fosse maior que Dulce, ela o encarava sem medo.