Fanfic: Irresistível | Tema: Light

 Música Tema - Camila - Todo Cambio

-Sete anos atrás atrás tomei uma decisão que achei ser a melhor . E continuo achando. E, de qualquer maneira, nada pode ser feito a respeito - (Dul disse sem se abalar)

Uma sobracelha ergueu-se na testa de Ucker.

-Mesmo? - (Ucker disse sarcástico)

-Sim! Tarde demais. Alex não o conhece. Seria melhor se você fosse embora e nunca mais a visse - (Dul disse, decidida a colocar um ponto final no embate)

Ucker colocou as duas palmas das mãos na parede, bem ao lado da cabeça de Dulce, a cercando.

-Se você acredita que é isso que vai acontecer, então você não é uma garota muito brilhante - (Ucker falou, com um olhar fixo nela a ameaçador)

Dulce podia não ter medo de Ucker, mas estar tão perto dele era intimidador. O peito largo e os braços fortes a faziam sentir-se como se estivessem completamente cercada por testosterona e músculos rígidos. O cheiro do perfume dele e um leve aroma do pós-barba obstruíam seus sentidos. Ela se sentia zonza.

Ucker ainda mexia com ela. FATO!!!!!! Mas ela precisava pensar nela e na filha.

-Não sou uma garota, Ucker - (Dul disse, deixando os braços caírem ao longo do corpo) - Talvez sete anos atrás eu fosse muito imatura, mas não não é mais o caso. Mudei - (Dul disse séria)

O olhar de Ucker percorreu o corpo de Dulce deliberadamente e sua risada não foi muito agradável quando disse:

-Pelo que vejo, você não mudou tanto assim. Você ainda me parece em muito boa forma - (Ucker disse com aquele sorriso debochado)

Dulce lutou com contra a vontade de socá-lo. Então olhou para si mesma e sentiu um calor subir rapidamente para o rosto. O robe verde se abrira quase até a cintura, expondo uma boa parte de seus seios desnudos. Escandalizada, rempôs-se rapidamente ajeitando o robe.

-Oh, Dul, deixe assim - (Ucker disse) - Quem sabe fico mais propenso a te perdoar - (Ucker com seu humor mordaz)

-Não quero seu perdão - (Dul disse enquanto passava por baixo dos braços de Ucker) - Vou me vestir. Acho que você deveria ir embora seu tarado - (Dul disse indignada)

-Estarei bem aqui - (Ucker prometeu, rindo da situação que acabara de acontecer)

Enquanto Dulce se apressava pelo corredor, Ucker ficou observando o balanço dos quadris e a barra do robe flutuar ao redor dos tornozelos nus. Queria matá-la. Mas tinha que admitir que a mulher era pura dinamite. E fazia seu sangue esquentar de várias formas pervertidas.

Andou até a janela da sala, empurrou a cortina e ollhou para a rua. Então tinha uma filha. Uma filha que não conhecia e que não o conhecia. Até Dulce confirmar sua suspeita, não tinha certeza absoluta de que Alexandra era sua. Agora sabia e esse pensamento o consumia. E também ele se viu nela, os traços dela, eram muito fortes, ela era muito parecida com ele, não deixando dúvidas.

Sua filha.

Lutou contra o forte desejo de atravessar a rua e trazer Alexandra de volta. Queria apenas sentar e olhar para ela. Queria observá-la e ouvir sua vozinha infantil. Queria tocá-la, mas sabia que não o faria. Pouco antes, sentira-se grande perto dela e desconfortável, um homem enorme que arremessava discos de borracha vulcanizada a cento e cinquenta quilômetros por hora sobre o gelo e que usava o próprio corpo como rolo compressor, não sabia o que fazer diante de uma garotinha de seis anos de idade???????

Sua filha!!!

Ele tinha uma criança. Sua criança. Sentia raiva aumentar e estava tentando controlar sua ira.

Ucker virou-se e caminhou até a lareira de tijolos. Havia uma série de fotografias em diversos tipos de molduras. Na primeira, uma garotinha sentada em uma banco com a barra da camiseta presa sob o queixo, cutucando o próprio umbigo com um dedo indicador gorducho. Estudou a foto, em seguida observou outras que ilustravam vários estágios da vida de Alex.

Fascinado pela semelhança entre ele e a sua garotinha, pegou uma foto pequena de um bebê com olhos amendoados e bochechas grandes e rosadas. O cabelo claro arrepiava-se como um espanador no topo da cabeça e tinha os lábios pequenos enrugados como se estivesse prestes a dar um beijo no fotográfo.

Uma porta se abriu e fechou ao final do corredor. Ucker colocou a fotografia no bolso, virou-se e esperou que Dulce aparecesse. Quando ela entrou na sala Ucker notou que Dulce havia prendido o cabelo em uma rabo de cavalo alto e vestira um suéter branco. Uma saia leve que ía um pouco acima dos joelhos, mostrando suas belas pernas.

-Quer um chá gelado? - (Dul perguntou enquanto parava no meio da sala)

Pelas circunstâncias, a hospitalidade de Dulce o surpreendeu.

-Não. Nada de chá gelado - (Ucker disse, erguendo os olhos para o rosto de Dul. Ucker tinha perguntas que precisavam ser respondidas)

-Por que não se senta? - (Dul ofereceu e estendeu a mão em direção a uma cadeira de vime coberta por uma almofada)

-Prefiro ficar de pé - (Ucker respondeu)

-Bem, eu preferia não ter de olhar pra cima enquanto converso com você. Ou sentamos e discutimos isso ou não discutimos nada - (Dul disse decidida)

Dulce estava segura de si. Ucker não lembrava disse nela. A Dulce que ele conhecera gostava de provocar.

-Certo - (Ucker disse e sentou-se no sofá, com medo da frágil cadeira não suportar o seu peso) - O que você falou de mim para Alexandra?

Dulce se acomou na cadeira de vime

-Nada, por que? - (o sotaque arrastado do Texas não era tão marcante quanto ele lembrava)

-Alexandra nunca perguntou do pai? - (Ucker perguntou incrédulo)

-Ah, isso - (Dul encostou-se e cruzou as pernas) - Alex pensa que você morreu quando ela era um bebê - (Dul disse de forma simples)

Ucker ficou irritado com a resposta, mas não surpreso.

-Mesmo? E como eu morri? - (Ucker sarcástico)

-Seu F-16 foi abatido no Iraque - (Dul disse calmamente)

Ucker pensou, se a situação não fosse "trágica" e não envolvesse a sua filha, ele estaria estourando em gargalhadas agora mesmo.

-Durante a Guerra do Golfo? - (Ucker perguntou, achando aquilo surreal)

-Sim! - (Dul sorriu) - Você foi um soldado corajoso. Quando Tio Sam convocou os melhores pilotos de caça, ligou primeiro para você

Ucker não estava acreditando no que ouvia, aquela mulher não batia bem da cabeça, com certeza, era gostosa, mas os miolos, estavam danificados. Porém era a mãe de sua filha, então não podia mandá-la a merda com aquela história da carochinha.

Ele pensou, Deus só podia estar tirando uma com a cara dele. Pena que ele não podia contar aquela piada da sua vida pra ninguém, pois o assunto envolvia a mãe pirada da sua filha, e a sua filha.

-Sou canadense - (Ucker disse por fim)

Dulce deu de ombros.

-Anthony era texano - (Dul falou)

-Anthony? Quem é Anthony? - (Ucker confuso, eita história louca)

-Você. Eu inventei. Sempre gostei do nome Tony para um homem - (Dul disse de maneira natural)

Ucker abriu a boca pasmo. Não apenas o matara com uma história drámatica e histórica, como também mentira sobre sua profissão, que Deus sabe lá onde essa mulher achou tanta criatividade...,e para completar, também mudara seu nome. Ucker sentia-se inflar de raiva. Inclinou-se para a frente e apoiou os braços no joelho pedindo a Deus paciência divina.

-E as fotos desse homem inexistente? Alex não pediu para ver as fotos? - (ucker quis saber até onde ía aquela história mirabolante)

-É claro. Mas todas as suas fotos foram queimadas em um incêndio na casa - (Dul falou calmamente)

-Que infeliz o coitado - (Ucker disse revirando os olhos, a loucura daquela mulher era sem limites...)

O sorriso de Dulce brilhava.

-Não foi assim? - (Dul disse com uma certa ironia na voz)

Ver o sorriso de Dulce deixou-o ainda mais irritado.

-O que vai acontecer quando Alex descobrir que não tem o nome do pai? - Que Saviñón é o nome de solteira da mãe? - saberá que você mentiu - (ucker a inquiriu)

-Até lá, provavelmente será uma adolescente. Confesso a ela que Tony e eu nunca realmente nos casamos, embora ele estivesse muito apaixonado - (Dul disse como se fosse o plano perfeito)

-Você terá que inventar essa também - (Ucker impaciente com toda aquela ladainha sem noção)

-Sim! - (Dul afirmou, achando aquilo divertido...)

-Por que as mentiras? - Não achou que eu a ajudaria? - (Ucker queria ter uma conversa que fizesse lógica para seu cérebro)

Dulce encarou-o Ucker por alguns momentos.

-Francamente, Ucker, não achei que você estaria a fim de saber ou se importaria. Eu não conhecia você, e você tinha um conceito de mim muito baixo devido Lyle. E além do mais, você,  deixou seus sentimentos bem claros na manhã em que me largou no aeroporto sem olhar para trás - (Dul disse séria, com vontade de chorar, mas não daria esse gosto a Ucker)