Fanfic: Irresistível | Tema: Light

Música tema - Anahi - Dividida

-Mamãe, Amy possui uma boneca Pizza Hut Skipper igual à minha e brincamos como se elas trabalhassem no Pizza Hut e brigamos pelo Todd - (disse Alexandra empolgada)

-Hummmmmmm - (Dul não estava prestando atenção)

Dulce girava o garfo, enrolando o espaguete. Girava continuamente  a massa enquanto olhava para a cesta de pão no centro da mesa. Como uma sobrevivente de uma batalha sangrenta, estava exausta, perdida em seus próprios pensamentos.

-E fizemos roupas de lenço de papel para nossas bonecas e a minha era uma princesa, então coloquei ela na caixa vazia como se fosse um carro. Mas eu não deixei Todd dirigir porque ele possui uma multa e gosta mais da Skipper da Amy do que da minha - (Alex continuava sua história)

-Hummmmm - (Dul estava longe)

Dulce repassava repetidas vezes o que acontecera naquela manhã. Tentava se lembrar da sua própria resposta, mas não se lembrava de tudo. Estava cansada e confusa. E com medo.

-Barbie era nossa mãe e Ken nosso pai e fomos ao parque Fun Forest fazer um piquenique bem onde está a grande fonte. E eu tinha sapatos mágicos e podia voar mais alto que um prédio. Voei até o teto... (contava Alex)

Sete anos antes tomara a decisão certa. Dulce tinha certeza disso.

-...mas Ken ficou bêbado e a Barbie teve que lavá-lo para casa - (Alex contava sobre sua brincadeira)

Dulce olhou para filha, enquanto Alex sugava uma massa com molho entre os lábios. O rosto da menina estava sem maquiagem e os olhos amendoados brilhavam com a empolgação da história.

-O que? -Do que você está falando? - (Dul perguntou interessada)

Alex lambeu os cantos da boca e engoliu.

-Amy disse que o pai dela bebe no Seahawks e que a mãe dela leva ele para casa. Ele precisa de uma multa - (Disse Alex antes de enrolar mas espaguete no garfo) - Amy disse que ele anda pela casa de cueca e coça a bunda - (Alex riu)

Dulce franziu a testa e fez cara de nojo. Sua filha era uma figura.

-Você anda perguntando a Amy sobre o pai dela? - (Dul perguntou com cuidado)

-Não - (Alex respondeu com a boca cheia de espaguete) - A Amy apenas conta coisas - (disse a menina com cara de sapeca)

-Por favor, Alex, engula primeiro antes de falar - (Dul disse tentando passar etiquetas de como se comportar na mesa para sua filha)

Os olhos de Alex se estreitaram. Pegou o leite e levou -o aos lábios.

-Então não me faça perguntas quando estou mastigando - (Alex respondeu séria)

Dulce não conseguiu repreender a filha. Arregalou os olhos e a olhou pasma. Meu Deus será que humor negro e grosseria era génético?????

Dulce soltou o garfo no prato e colocou as mãos sobre a toalha. Os pensamentos voltaram-se para Ucker. Não mentira para ele sobre as razões de ter escondido o nascimento de Alex. Realmente não achava que ele se importaria ou estaria interessado. E além do mais estava com seu orgulho ferido.

Ela fora descartada por ele como uma mulher qualquer, depois de eles terem passado uma noite se amando loucamente. E o pior foi olhar nos olhos dele de manhã e ver o nada, nenhum sentimento, enquanto seu coração se repartia em mil pedaços. O que ele queria???

"Ah, Ucker!!!, tudo bem!!! Você lembra de mim??? vou ter um filho seu!!!!! Me poupe Uckermann!!!!

Sete anos atrás fora descartada sozinha, olhara para um futuro incerto. Não gostava de relembrar o passado. Era sócia de uma empresa de sucesso, pagava a hipoteca da casa própria e no mês anterior comprara um carro novo. Alex era saudável e feliz. Não precisava de um pai. Não precisava de Ucker. Ela não o queria na sua vida.

Dulce nunca conhecera o pai e sobrevivera. Nunca soubera o que era um colo de pai. Nunca conhecera a segurança dos braços de um pai ou o timbre de sua voz. Não tivera nada disso e se saíra bem.

Dulce olhou para o jardim pela janela acima da pia. Não tivera um pai, mas muitas vezes tentara imaginar.Ela costumava bisbilhotar pelas cercas para ver o churrasco dos vizinhos. Andava na bicicleta azul até o posto de Leonard para vê-lo trocar pneus, fascinada pelas mãos grandes e sujas que ele sempre limpava em uma toalha pendurada no bolso de trás do macacão cinza. Em diversas noites sentava na varanda da casa da avó, uma garotinha confusa e curiosa com rabo de cavalo e botas de caubói vermelhas, para ver os homens da vizinhança voltarem do trabalho e desejando ter um pai também.

Olhava e esperava. E se perguntava o que os pais faziam em casa quando chegavam.

A avó a amara, mas aquele amor não fora o suficiente para preencher os espaços vazios. NInguém conseguia preencher sua alma como Alex. Queria o melhor para filha, a amava mais que a própria vida.