Fanfic: Irresistível | Tema: Light

Música Tema - Pink & NateRuess - Just Give Me A Reason

Dulce cobriu om ombros de Alex com o cobertor e olhou seus olhos sonolentos. O cabelo loiro espalhava-se sobre o travasseiro e as bochechas estavas pálidas devido ao cansaço. Alex sempre foi muito ativa desde bebê e quando vai para cama sempre dorme rápido, pois quando deita é porque o cansaço já a dominou.

-Amanhã teremos nosso chá depois de assistir ao General Hospital - (Dul disse à filha. Fazia mais de uma semana que elas tinham descoberto um horário para ver juntas a novela preferida da garota)

-Certo...- (Alex bocejou)

-Agora me dê um pouco de dengo - (Dul ordenou, e quando Alex franziu os lábios, inclinou-se para dar-lhe um beijo de boa noite) - Sou louca por seu rostinho lindo - (Dul disse e levantou-se da cama da filha)

-Eu também! Maite vem para o chá amanhã? - (Alex disse e virou de lado roçando o rosto no cobertor dos Muppets que tinha desde bebê)

-Vou convidá-la - (Dul disse e deu uns passos e pisou em um trailer de Barbie e em uma pilha de bonecas nuas) - Pelo amor de Deus, Alex, esse quarto está um chiqueiro - (Dul declarou enquanto passava por cima de uma bastão com fitas roxas penduradas na porta)

Dulce olhou para trás e viu  que os olhos de Alex estavam fechados. Apagou a luz e saiu pelo corredor.

Antes de Dulce chegar na sala, podia sentir Maite esperando impacientemente por ela. No início da noite, quando a amiga chegara para ficar com Alex, Dulce tinha lhe explicado rapidamente a situação com Uckermann. Enquanto estavam esperando que Alex fosse para cama, Maite parecia ansiosa para enchê-la de perguntas.

-Ela dormiu? - (May Perguntou quase num sussurro quando Dul entrou na sala)

Dulce confirmou com a cabeça e sentou-se na outra ponta do sofá. Pegou uma almofada e colocou no colo.

-Estive pensando sobre isso - (May começou) - E agora muitas coisas fazem sentido

-Que coisas? - (Dul olhava para May pensando que, com seu novo corte de cabelo, Maite ficara parecida com a Cléopatra)

-Por exemplo, odiamos homens atletas. Você sabe que eu odeio jogadores porque eles costumavam bater no meu irmão. E sempre deduzi que você não gostava deles por causa dos seus peitões - (May segurou os próprios seios como  se estivesse agarrando dois melões) - Imaginava que você devia ter sido apalpada pelo time de futebol ou algo tão terrível assim e nunca quis falar a respeito - (May deixou as mãos caírem sobre as coxas) - Nunca pensei que o pai de Alex fosse jogador. Mas agora isso também faz sentido, porque ela é muito mais ligada em esportes do que você

-Sim, é sim - (Dul confirmou) - Mas isso não quer dizer nada

-Lembra quando ela tinha quatro anos e tiramos as rodinhas da bicicleta dela? (May lembrou)

-Eu não tirei, você tirou - (Dul olhou para os olhos castanhos de May e continuou) -Eu queria deixar para o caso dela cair

-Eu sei, mas as rodinhas estavam para cima, nem mesmo tocavam o chão - (May descartou a preocupação de Dul com um gesto de mão) - Deixa pra lá. De qualquer forma, não íam ajudar mesmo. Na época, eu achava que Alex devia ter herdado a coordenação motora dos genes do pai, porque não herdou de você - (May disse olhando para Dul)

-Maite! Isso não foi legal - (Dul reagiu, mas não se ofendeu realmente, pois era uma verdade)

-Mas nunca, em um milhão de anos, eu teria pensado em Christopher Uckermann, o homem é um jogador de hóquei!!!! - (May falou "jogador de hóquei" como se estivesse se referindo a um serial killer)

-Sei disso - (Dul disse respirando profundamente)

-Você já viu o homem jogar? - (May arregalou os olhos)

-Não - (Dul olhou para a almofada no colo e franziu a testa para uma mancha marrom no canto) - Mas já o vi em alguns lances que aparecem nos noticiários esportivos 

-Bem, eu o vi jogar! Você se lembra de Don Rogers? - (May acrescentou)

-Claro - (Dul respondeu enquanto passava a mão na mancha da almofada) - Você namorou uns meses com ele no ano passado, como eu não ía me lembrar? -Mas terminou porque achava que ele tinha um carinho diferente pelo labrador dele - (Dul fez uma pausa e  falou de repente) - Você deixou a Alex comer chocolate na sala? -Acho que tem chocolate na almofada

-Esquece a almofada! - (May suspirou e passou as mãos nos cabelos) -Don era fanático pelos Chinooks, então fui a um jogo com ele. Não conseguia acreditar em como aqueles caras batiam forte uns nos outros. E nenhum batia mais forte do que Christopher Uckermannn. Ele fez um cara dar uma cambalhota no ar e, em seguida simplesmente patinou pra longe meio que dando de ombros - (May contava a história como se revesse a cena, indignada)

Dulce estava querendo entender aonde aquela história ía chegar.

-O que isso tem a ver comigo? - (Dul perguntou confusa)

-Você dormiu com o cara! Não acredito. Ele não só é um jogador desumano, como é um imbecil - (May concluiu)

Dulce concordou, mas secretamente tinha ficado aborrecida com o comentário da amiga.

-Foi muito tempo atrás. E, além disso, sendo que você tem teto de vidro, não joguemos pedras uma na outra, certo? - (Dul provocou)

-O que isso quer dizer? - (May perguntou invocada)

-Quer dizer que qualquer mulher que tenha dormido com Bruce Nelson não tem o direito de julgar nenhuma outra - (Dul contrapôs)

Maite cruzou os braços e afundou no sofá.

-Ele não era tão ruim assim - (May resmungou)

-Mesmo? -Ele era um filhinho de uma boa mãezinha pegajoso e você só saiu com ele porque conseguia manipulá-lo, como todos os caras com que você sai - (Dul disse firme)

-Ao menos era uma vida sexual normal - (May revidou)

Elas já tinham tido essa conversa muitas vezes. Maite não achava saudável a falta de sexo de Dulce, embora Dulce achava que May poderia abster-se um pouco mais.

-Sabe Dul, abstinência sexual não é normal, e qualquer dia você vai explodir - (May advertiu) - E Bruce não era pegajoso, era fofinho - (May disse fazendo bico)

-Fofinho, May? - Ele tinha trinta e oito anos e ainda morava com a mãe. Me lembrava meu primo Claudio em San Antonio. Claudio viveu com a mãe até morrer e, acredite, era mais enrolado que um pedaço de caramelo. Costumava roubar óculos de leitura para o caso de desenvolver astigmatismo. O que, obviamente, nunca teve, porque toda minha família tem visão perfeita. Minha avó costumava dizer que deveríamos orar por ele. Deveríamos rezar para ele nunca desenvolver uma fobia por cáries, ou as pessoas com dentaduras não estariam seguras perto de Claudio - (Dul, contava a história da sua família em meio a risadas dela e da May)

-Você está de brincadeira? - (May rindo)

Dulce ergueu a mão direita em sinal de juramento.

-Juro! -Claudio era louco - (Dul ainda rindo) - De qualquer forma, você obviamente gostava de Bruce, ou não teria dormido com ele. Às vezes nosso coração faz as escolhas erradas...

-Ei!!! - (May bateu a mão no encosto do sofá para chamar atençao de Dul) - Eu não gostava de Bruce - (May falou quando Dul a olhou) -Eu sentia pena dele e estava sem sexo fazia um bom tempo, o que é uma péssima razão para ir para cama com um homem. Não recomendo. Se pareci estar julgando você, pelo Uckermann, desculpe. Não quis fazer isso, Juro

-Eu sei, amiga - (Dul disse a tranquilizando)

-Ótimo. Agora me diga, como conheceu Christopher Uckermann? - (May com um olhar divertido)

-Quer saber toda a história? - (Dul fez uma careta)

-Lógico - (May disse como óbvio)

-Certo. Lembra de que quando a conheci, pedindo emprego, eu estava usando um vestido rosa? - (Dul fez uma cara engraçada)

-Sim! -Era para você se casar com um tal de Pablo Lyle naquele vestido - (May lembrava bem do dia em amiga apareceu no restaurante pedindo emprego)

-Isso mesmo - (Dul afirmou)

Sete anos atrás Dulce contará a Maite dos planos malsucedidos de casamento, mas deixara de fora a parte de Uckermann. E agora ela revelava para a amiga toda a história, exceto os detalhes íntimos. Nunca fora uma pessoa de falar abertamente e livremente de sexo, como Maite. E suas experiências com sexo não tinham sido prazerosas com seus parceiros, até conhecer Christopher Uckermann.

Com Ucker fez coisas que nunca pensou serem possíveis. Ele acendera nela uma chama com aquelas mãos quentes e a boca faminta. E ela tocara nele de maneiras que só ouvira falar. Ucker tinha feito com que ela o desejasse tanto que ela teria feito tudo o que ele sugerisse e muito mais.

Agora, Dulce não gosta nem de pensar naquela noite. Não reconhecia mais a jovem mulher que dera o corpo e o coração tão facilmente. Aquela mulher não existia mais. E Dulce não achava que havia motivo para questioná-la.

Dulce pulou os detalhes melodramáticos e contou a Maite a conversa que tivera com Ucker naquela manhã e o acordo a que haviam chegado na casa flutuante sobre Alex.

-Não sei como as coisas vão funcionar, apenas torço para que Alex não se machuque - (conclui Dul exausta de tanto falar e pensar no assunto)

-Você vai contar a Rodrigo? - (May questionou)

-Não sei - (Dul respondeu abraçando a almofada contra o peito) - Só saí com o Rodrigo duas vezes - (disse Dul pensativa)

-Vai vê-lo? - (May perguntou)

Dulce pensou no homem com que saíra no mês anterior. Conhecera-o quando ele contratou o seviço de bufê dela para o décimo aniversário da filha dele. Ele ligou para Dul no dia seguinte e encontraram-se para jantar. Dulce sorriu.

-Espero que sim - (Dul disse por fim)

-Então é melhor contar a verdade - (disse May certa)