Fanfic: A Pérola das Arábias (Vondy) TERMINADA | Tema: Vondy

— Depois de gerações de autoridade absoluta, não acredita que ninguém possa ameaçar seu poder, mas eu conheço o mundo exterior. Há países aí fora, inclusive o seu, que podem nos causar muitos danos e nos vencer em uma guerra.

Considerando que a armada britânica era a melhor da terra, Christopher simplesmente assentiu.

— Vejo porque desejava me contar isto. Aceitarei seu pedido e farei os acertos imediatos para que ela retorne a Inglaterra.

— Não, não é tão simples assim. Ela é um presente, uma comemoração. — A expressão de Abdul era grave e séria. — Por isso, quis lhe falar cara a cara, para que não cometesse um tremendo erro neste assunto. Deve honrar o presente que lhe oferece, é um motivo de orgulho para o sultão que você desfrute dela durante sua visita.

— Desfrutar… dela?

Christopher sopesou as implicações do assunto. O ministro assentiu veemente.

— Está sendo oferecida para lhe agradar sexualmente, não importa quem diz que é, agora que está aqui não é mais que um corpo quente e um rosto bonito. Se não o agradar, será substituída por alguma outra, uma mais complacente. Disseram-me que não aceita o cativeiro e já foi cruelmente castigada, e será pior para a filha do Duque se não se submeter. Se for relegada ao harém, se perderá para sempre, e nem eu ou você vamos poder ajudá-la.

Só seu férreo controle evitou que Christopher respondesse sem rodeios que isso não só era bárbaro, mas também incompreensível. Catalogar uma mulher em uma categoria que a situava pouco cima de um animal. Por outro lado, criticar o modo de vida de uma civilização tão antiga não ajudaria a jovem que, de repente, estava envolvida neste problema.

Inclinando-se para frente, Abdul disse persuasivamente.

— Ajude-a! O que são duas semanas em sua cama, em comparação a vida inteira de submissão sexual? Ela é bela, com o cabelo da cor do brilhante sol. Agradará, deve agradá-lo. Não posso dizer mais. Alguém os observará secretamente, para ver se deita com ela, e julgar seu prazer e a docilidade da jovem. O sultão insiste que seu honrado hóspede tenha o melhor que possa receber e se assegurará de que ela atenda suas necessidades masculinas. Seria um grave insulto lhe oferecer uma mulher que não fosse apaixonada e obediente. Deve lhe dizer que não resista, e no fim de sua visita, e se Alá estiver do seu lado, os dois poderão retornar a Inglaterra. — Abdul se levantou e fez uma reverência. — Confio em sua honra para manter esta conversa entre nós.

***

A mulher chamada Lele deslizou silenciosamente através dos brilhantes azulejos do quarto como uma espécie de ave de rapina, suas roupas de seda realçavam as fileiras de pérolas que rodeavam seu pescoço. Os longos e brilhantes colares atraíam a luz que atravessava as altas e inalcançáveis janelas que estavam situadas no alto.

Um quarto de escravos, pensou Dulce Saviñon ressentida. Embora fosse luxuoso, uma cama repleta de travesseiros de seda, uma arca com um elaborado desenho esculpido, e o chão brilhante, era sem dúvida uma prisão, as janelas eram tão altas que mal podia ver a fraca luz do sol que iluminava o lugar.

— Levante-se — ordenou, lhe estendendo uma mão.

Dulce obedeceu, saindo da banheira, com a vivida lembrança de todas as repercussões de seu último desafio. A acorrentaram à cama, sem comida nem bebida durante dois dias, com a bexiga a ponto de arrebentar. Sua mente esteve próxima ao delírio antes que a libertassem. Lele pegou uma toalha e secou seu corpo nu enquanto Dulce se mantinha quieta e dócil, sem sobressaltar-se sequer quando a toalha esfregou seus expostos seios e entre suas pernas.