Fanfic: O lado bom da vida - vondy
Cometem e favoritem....... ai gente o que tão achando da Fic?
Que mulher poderia amá-lo? Ele pisca para mim. Encaro isso como um adeus e boa sorte, então pisco de volta com os dois olhos
— o que significa boa sorte em dose dupla para você, Jackie, o que eu acho que ele entende, já que grunhe e bate a cabeça contra o ombro, como
sempre faz quando entende o que alguém está tentando lhe dizer. Meus outros amigos estão na aula de relaxamento musical, à qual não compareço porque o jazz suave me faz ficar muito bravo às vezes. Pensando que talvez eu devesse me despedir dos sujeitos que me protegeram enquanto estive internado, olho pela janela da sala de música e vejo meus colegas sentados como indianos em tapetes roxos de ioga, cotovelos apoiados nos joelhos, palmas das mãos unidas à frente de seus rostos, olhos fechados. Por sorte, o vidro da janela impede que o jazz suave penetre em meus ouvidos. Meus amigos parecem realmente relaxados
— em paz —, então decido não interromper a sessão. Odeio despedidas. Trajando jaleco branco, o Dr. Timbers está esperando por mim quando encontro com minha mãe no saguão, onde se erguem três palmeiras em meio a sofás e poltronas reclináveis, como se o lugar ruim estivesse em Orlando e não em Baltimore. — Aproveite a vida — diz ele com aquela sua expressão de sobriedade; e aperta minha mão. — Assim que acabar o tempo separados — digo, e sua expressão fica taciturna, como se eu tivesse dito que ia matar a mulher dele, Natalie, e suas três filhas louras, Kristen, Jenny e Becky, porque ele não acredita nem um pouco no lado bom da vida, ocupando-se incessantemente em pregar a apatia, a negatividade e o pessimismo. Mas faço questão de que ele compreenda que não conseguiu me infectar com suas deprimentes filosofias de vida — e que estarei esperando ansiosamente pelo fim do tempo separados. Assim, digo para o Dr. Timbers: — Vou deitar e rolar. Isso é exatamente o que Danny, meu único amigo negro no lugar ruim, me disse que falaria para o Dr. Timbers quando saísse. Eu me sinto um pouco culpado por roubar a frase de despedida de Danny, mas funciona. Sei disso porque o Dr. Timbers faz uma careta como se eu tivesse dado um soco na boca do estômago dele. Enquanto minha mãe dirige, deixando Maryland e atravessando Delaware, passando por todas aquelas lanchonetes
e centros comerciais, ela explica que o Dr. Timbers não queria me deixar sair do lugar ruim, mas que, com a ajuda de alguns advogados e do terapeuta de sua amiga
— o homem que será o meu novo terapeuta —, ela deu início a uma batalha judicial e conseguiu convencer algum juiz de que podia cuidar de mim em casa, então eu lhe agradeço. Na ponte Delaware Memorial, ela olha para mim e pergunta se eu quero melhorar, dizendo: — Você quer melhorar, Ucker. Não é? Eu concordo com a cabeça e digo: — Quero. Então voltamos para Nova Jersey, voando pela 295. Enquanto descemos a Haddon Avenue em direção ao coração de Collingswood — minha cidade natal —, vejo que a rua principal está diferente. Tantas butiques novas, novos restaurantes caros e estranhos bem-vestidos caminhando pelas calçadas que eu me pergunto se essa é mesmo a minha cidade natal. Começo a me sentir ansioso, respirando com dificuldade, como às vezes me sinto. Mamãe me pergunta o que eu tenho, e, quando digo, ela volta a prometer que meu novo terapeuta, o Dr. Patel, vai fazer com que eu me sinta normal rapidinho. Quando chegamos em casa, desço imediatamente até o porão e parece que é Natal. Encontro o banco supino que minha mãe havia me prometido tantas vezes, uma estante com os pesos, a bicicleta ergométrica, os halteres e o Stomach Master 6000, que eu tinha visto na televisão de madrugada e cobiçado durante todo o tempo, não sei quanto, em que estive no lugar ruim. — Obrigado, obrigado, obrigado! — digo para mamãe, e lhe dou um enorme abraço, erguendo-a e dando um giro no ar. Quando a ponho no chão, ela sorri e diz: — Bem-vindo ao lar, Ucker. Começo a malhar com avidez, alternando séries de supinos horizontais, flexões, abdominais no Stomach Master 6000, levantamentos com as pernas, polichinelos, horas na bicicleta, sessões de hidratação (tento beber quinze litros de água por dia, ingerindo séries intermináveis de porções de H2O em copos de doses, para hidratação intensiva), e há também meus escritos,que são em sua maioria anotações diárias como esta, para que Belinda possa ler sobre a minha vida e saber exatamente o que eu andei fazendo desde que começou o tempo separados. (Minha memória começou a falhar no lugar ruim, por causa dos remédios, de modo que comecei a escrever tudo que acontece comigo, registrando o que vou precisar dizer a Selena quando terminar o tempo separados, para atualizá-la sobre minha vida. Mas os médicos no lugar ruim confiscaram tudo que eu escrevi antes de voltar para casa, então tive que recomeçar.) Quando finalmente saio do porão, percebo que todas as minhas fotos com Selena foram retiradas das paredes e do consolo da lareira. Pergunto à minha mãe onde foram parar as fotos. Ela me diz que nossa casa foi assaltada algumas semanas antes de eu voltar e que as fotos foram roubadas. Pergunto por que um ladrão iria querer fotos minhas com Selena, e minha mãe diz que sempre coloca suas fotos em porta-retratos muito caros.
— Por que o ladrão não levou o restante das fotos da família? — pergunto. Mamãe diz que o ladrão roubou todos os porta-retratos caros, mas que ela tinha negativos das fotos de família e as substituiu. — Por que você também não substituiu minhas fotos com Selena? — pergunto. Mamãe diz que não tem os negativos daquelas fotos, sobretudo porque foram os pais de Belinda que pagaram as fotos do casamento e só lhe deram cópias das que ela mais gostou. Belinda dera para mamãe as outras fotos de nós dois que não eram do casamento e, bem, no momento não estamos em contato nem com Belinda nem com a família dela porque estamos no tempo separados. Digo para minha mãe que, se aquele ladrão voltar, vou quebrar as rótulas dele e espancá-lo até ele ficar a um fio da morte, e ela diz: — Acredito que você faria isso mesmo. Meu pai e eu não nos falamos nenhuma vez durante a primeira semana que estive em casa, o que não é assim tão surpreendente, visto que ele está sempre trabalhando. Ele é gerente distrital de todos os Big Foods de South Jersey.
Continua...
Autor(a): robertinha12
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Gente esse é o final do primeiro capitulo...... Cometarios se não tiver vou ter que cancela a Fic Bjs Quando papai não está trabalhando, ele está em seu escritório, com a porta fechada, lendo ficção histórica, geralmente romances sobre a Guerra Civil. Mamãe diz que ele precisa de tempo p ...
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