Fanfic: FatWilly, amor em triângulos | Tema: William Bonner e Fátima Bernardes

 Fátima entrou no avião e percebeu que sua poltrona era ao lado da de Carlos.

 - Que curioso, não é? - perguntou Carlos, com um leve sorriso no rosto, percebendo que Fátima iria sentar.

 - Pois é... - e Fátima sentou.

 A poltrona da jornalista era a do corredor, enquanto a de Carlos era a da janela. Ele quis fazer um agrado à Fátima.

 - Você quer trocar de poltrona?

 - Não, eu não.

 - Você não prefere ver o céu?

 - Não, obrigada!

 Fátima sorriu e virou. Carlos pôde perceber que Fátima tremia.

 - Está com medo?

 - Ah! - Fátima virou para Carlos e viu que suas mãos estavam trêmulas. - Um pouco.

 - Fique calma... O avião é o meio de transporte mais seguro que tem!

 - Não é por isso... É que eu e o William estávamos com um pressentimento ruim!

 - Pressentimento ruim?

 - Isso.

 - Fátima, não é por nada, mas pra mim isso é palhaçada do William. Ele deve estar com raiva porque não foi convidado para vir e agora quer fazer com que você desista! Vá por mim, Fátima. O William não quer o seu bem tanto assim!

 - É, vai ver é isso mesmo. - e Fátima virou o rosto novamente. Ela não estava acreditando no que Carlos havia falado, apenas não queria continuar a conversa.

 Fátima não viu, mas Carlos sorriu vitorioso. Ainda que ele fosse "maior" que William na empresa, ele estava aprendendo a gostar de Fátima e não gostava da ideia dela estar com ele.

 O avião já estava voando há um tempo e Fátima estava com medo, mas também estava cansada. Ajeitou-se no banco a fim de dormir melhor e fechou os olhos.

 Porém, teve que abrí-los novamente. Duas aeromoças entraram e ficaram pedindo calma e tranquilidade aos passageiros.

 - Nós iremos passar por uma zona de turbulência, mas ficará tudo bem. Fiquem tranquilos e calmos. Já, já chegaremos ao nosso destino. Por favor, apertem os cintos e continuem suas atividades.

 Fátima temia pelo pior. Começou a ficar nervosa e qualquer barulho a preocupava.

 - Carlos, o que vai acontecer?

 - Não vai acontecer nada, Fa. Apenas iremos passar uma zona de turbulência! Não há com o que se preocupar... - e Carlos segurou a mão de Fátima.

 Ela estava nervosa demais pra pensar nas reais intenções de Carlos, então apertou a mão do jornalista ainda mais forte.

 De repente, o avião começou a mover-se rapidamente. Todos os passageiros começarama gritar. Carlos se preocupou.

 - Fátima, venha para a janela, eu acho mais seguro.

 Fátima apenas mantia-se sem reação. Carlos levantou da poltrona e ficou em pé, encostado na poltrona da frente. Fátima seguia-o com os olhos, mas não fazia nem falava nada. O avião começou a mover-se bruscamente e todos sentiram a aeronave perder a força.

 - FÁTIMA, LEVANTE DAÍ E VENHA PARA A JANELA! - e Carlos a puxou.

 Assim que levantou, Fátima sentiu seu tornozelo virar e sua perna esquerda perder a força. Tentou se segurar na poltrona da frente, mas sentiu uma vertigem e não conseguiu levantar os braços. Fechou os olhos e parou de escutar. Sentiu o corpo, pela última vez, ao cair desacordada no chão do avião.

 - FÁTIMA! FÁTIMA! - gritava Carlos, com muito medo de ter acontecido o pior.

 Ele ainda esperava respostas de Fátima, mas ela permanecia quieta, imóvel. Ele ajoelhou-se ao seu lado e percebeu que ela ainda respirava, com leve dificuldade.

 Fátima já não sentia mais nada. Não era capaz de ouvir uma bozina de caminhão soando em sua volta. Não era capaz de enxergar uma mosca, uma jarra colorida ou até mesmo, uma pessoa. Ela não sentia suas pernas, seus braços, seu corpo... Ela simplesmente não sentia nada, em lugar nenhum.