Fanfic: FatWilly, amor em triângulos | Tema: William Bonner e Fátima Bernardes

 Fátima estava mais calma e Maria a avisou que deveriam ir até onde todos os outros estavam. 

 - Mas eu ainda não estou bem.

 - Eu sei disso, mas é preciso ir. Respire fundo!

 Fátima olhou em volta e imaginou a cena. 

 - Eu não consigo.

 Maria foi até ela e pegou suas duas mãos. A olhou fixamente, de maneira impactante. Ela sabia que Fátima estava mal, mas a jornalista precisaria ser mais forte.

 - Se você não consegue, é porque é fraca. E não só isso. Mas se não for, você sabe que vão desconfiar de alguma coisa! Além disso, você não quer que ninguém saiba.

 - Mas Maria... 

 - Fátima! Você precisa gravar matérias, editar notícias... Você escolheu ser jornalista e sabe que é preciso ter um pouco de sangue frio. Agora aguente, segura e aja normalmente. Até porque, se não fizer isso, o Carlos vai perceber que você já sabe de tudo!

 - Como eu vou olhar pra ele?

 - Com o mesmo olhar de sempre. Até porque você estava desacordada e não lembra de nada. A única que poderia ter visto era eu, mas eu não vi nada também.

 - Como ele pôde?

 - Ele vai pagar, Fátima. Um dia ele vai pagar!

 As duas se abraçaram novamente e pegaram suas bolsas. Ambas sabiam que seria difícil, mas tinham que continuar. O jeito era tirar força de um fio de cabelo quase caindo, de um sorriso forçado, de um tornozelo torcido.

 Assim que chegaram no hall de entrada do hotel, Fátima foi até Leandro.

 - O Carlos não vem?

 - Vem sim, Fa. Ele está no quarto, ainda.

 - Ah!

 - Por quê?

 - Eu quero lhe agradecer. Sei que foi ele quem me levou até o hotel.

 - Sim, é verdade... Assim que eu vê-lo, lhe chamo! Está bem?

 - Claro! Obrigada, Leandro...

 - Você merece! - e ambos sorriram.

 Fátima voltou a conversar com Maria e alguns outros jornalistas.

 Assim que viu Carlos, sentiu um frio gelar seu corpo todo. O que mais queria naquele momento era um par de braços fortes e um peito quente.

 - Ah! William, por que você não está aqui para me proteger? - sussurrou Fátima, quase chorando.

 - Fátima! - Maria tentou contê-la, assim que a viu lacrimejando.

 - Desculpe, Maria... Está doendo!

 - Eu sei que está, mas você terá que ser mais forte que isso. - e Maria sorriu.

 Fátima retribuiu o sorriso por educação, mas não com sinceridade. Sabia que aquilo enfrentar Carlos era necessário, mas não tinha capacidade.

 Sentiu fortes enjoos no estômago, até que vieram as náuseas. Saiu correndo do hall e começou a subir as escadas rapidamente. Uma mão sua estava na boca, e a outra no estômago.

 - Fátima! Fátima! - Maria estava indo atrás dela.

 Mal entrou no quarto e se trancou dentro do banheiro. Enquanto vomitava, chorava amargamente.

 Maria estava na porta do banheiro, ouvindo tudo.

 - Por que, Maria? Por quê? Por que comigo? Por que ele? Por quê? - lamentava-se Fátima. - Ele não precisava fazer isso comigo, não comigo. Eu nunca fiz nada pra ele! E como eu vou fazer? Como vou trabalhar, olhar pra ele, olhar o William, encarar todos? Como? Eu me sinto suja. Me sinto podre!

 Maria não conseguia dizer uma só palavra. Sabia que nada adiantaria, pois Fátima estava muito abatida e aquela não era uma situação comum. A jornalista não havia sido estuprada, mas havia sido tocada e beijada sem seu consentimento. Talvez se dissesse "fica calma", pioraria a situação.

 Esperou Fátima abrir a porta, para ver a reação situação da amiga.

 Fátima, de fato, estava suja. Seu rosto estava pálido, suas mãos vermelhas. A blusa branca de Fátima tinha alguns pingos pretos, devido ao lápis que Fátima havia passado nos olhos, que borrara com as lágrimas. O salto baixo do sapato de Fátima havia quebrado. Seu cabelo estava em completo desalinho.

 - Fátima?

 - Olha o que ele fez comigo, Maria. - Fátima já não chorava mais.

 - O que você pensa em fazer?

 - Bater nele. Apesar de saber que seria inútil!

 - Então...

 - Eu vou agir normalmente. Qual será o seu limite?

 - O dele eu não sei, mas e o seu?

 - Se eu chegar no meu limite, eu paro. Mas juro pra você, eu ainda aguento mais um pouco.

 Maria se aproximou de Fátima e brincou com seu cabelo. As duas riram e se distraíram por um momento. Maria a ajudou com a roupa, maquiagem e também com os cabelos. Trocou de sapatos e estava pronta, para mais uma batalha.