Fanfic: FatWilly, amor em triângulos | Tema: William Bonner e Fátima Bernardes

 O dia já chegara na parte da tarde e Fátima e William teriam que trabalhar. Apesar de ainda não estar completamente bem e "curada", Fátima queria voltar ao trabalho. Como William não conseguiu a convencer do contrário, acabou indo com a namorada-quase-noiva até a redação.

 Assim que chegaram ao estacionamento, William perguntou à namorada se ela queria, realmente, voltar ao ritmo habitual de trabalho. Matérias, reportagens, confusões, críticas e apresentações...

 - É claro que eu quero, amor. - ela acariciava o rosto de William. - Estou completamente bem pra isso! - mentiu Fátima.

 - Você sabe bem que não precisa disso. Você pode ficar em casa, descansando...

 - William, eu não quero. Eu estou ótima e quero voltar ao trabalho!

 Os dois ficaram em silêncio por um momento dentro do carro, olhando para o nada. Ninguém falava nada, até que Fátima viu Juliana passar e preocupou-se.

 - Há alguma coisa que você não quer que eu saiba?

 - O quê? - William não entendera nem a pergunta, nem a quebra do silêncio.

 - Você entendeu! Há alguma coisa que você quer esconder de mim?

 Ainda que William não quisesse lhe contar nada sobre o "assédio" de Juliana, não conseguia mentir para Fátima. Seu olhar era tão sincero, seus lábios pareciam transmitir somente a verdade. Sabia que era exagero da namorada, até porquê ela se dava muito bem com o ex-marido, mas William precisava arrumar uma maneira de não mentir e nem ter que falar nada.

 - Ergh... Da onde você tirou isso?

 - Não tenta mudar o rumo da conversa. Eu lhe fiz uma pergunta.

 - Eu sei, Fátima. Acontece que você depois da ligação da Juliana você ficou estranha comigo!

 De fato, Fátima começara a tratar William de uma forma diferente. Quando o olhava, sabia que havia uma coisa mais séria a ser dita. "Mas o quê?", pensava ela. Queria confiar no namorado-quase-marido, mas isso era quase impossível, pois sabia que ele lhe escondia algo.

 Levou uma de suas mãos até o cabelo de William e começou a lhe massagear o couro cabeludo. William, imediatamente riu, pois sentia cócegas. Fátima riu junto e parou, apenas deixando sua mão ali.

 - Eu confiei em você quando lhe contei o que o Carlos havia feito comigo. Eu não sabia da sua reação, não sabia o que você faria nem o que acharia, mas ainda assim eu lhe contei. Se você acha que foi fácil, não, não foi. Eu tremia dos pés à cabeça, porque tinha medo de você não me entender. - William baixou a cabeça e se sentiu pressionado. - Eu tive medo de ser fraca, de nunca conseguir lhe contar a verdade e travar em algum momento.

 - Fátima, por favor... - William permanecia com a cabeça baixa, quase em lágrimas.

 - Seus olhos me confortaram, transmitiram confiança e eu consegui suportar a dor, engolir o orgulho e ser forte o bastante pra lhe contar a verdade. Olhe pra mim, - e Fátima ergueu o queixo de William. - confie em mim e seremos felizes!

 William foi até Fátima e lhe beijou com ardor. Pensava se seria melhor contar ou não, mas foram interrompidos por batidas no vidro.

 Era Márcia, fazendo uma brincadeira.

 - Aqui não é lugar, casal vinte! - brincou ela.

 O casal se divertiu com a brincadeira, mas Fátima ainda queria retomar a conversa.

 Saíram do carro e cumprimentaram a amiga. Todos juntos, entraram na redação.

 Fátima estava no seu camarim junto com Márcia, quando decidiram se encontrar com William e Felipe.

 Primeiro foram até o camarim de Felipe e o chamaram para encontrar William. Quando chegaram no camarim do amigo, bateram cinco vezes na porta, até Juliana atender.

 - Juliana? - perguntou Fátima surpresa, ao ver Juliana no camarim do namorado.

 - Olá Fátima! - Juliana estava sendo sínica, como se aquilo fosse normal.

 - O que você tá fazendo aqui?

 - Lembra que eu falei que tinha que conversar com o William? Pois é, isso que eu vim fazer.

 - Ah! - e Fátima entrou no camarim, quase sendo impedida por Juliana. - O William tá aí? - Fátima o procurava.

 - Ele foi no banheiro.

 Fátima sentou no sofá e Márcia e Felipe ficaram constrangidos quando entraram. Sabiam que Fátima se mordia de ciúmes por dentro e tal qual Juliana se divertia com a situação. Márcia não acreditava na "cara de pau" de William em levar Juliana ao seu camarim, depois de ter pedido Fátima em noivado. Além de muito ciumenta, Márcia costumava ver maldade em tudo.

 - Então, Márcia... É verdade que está esperando um baby? - Juliana parecia casada com William há um tempo, além de dona de seu camarim.

 - Será que dá pra não forçar uma amizade? Não está vendo que está sobrando? - Márcia era estúpida com Juliana.

 - Estou sendo gentil!

 - Cale a boca, Juliana. Além do quê, você não tem que "fazer sala" pra ninguém. Viemos aqui encontrar o William e não você.

 - Acontece que o William não está, somente eu. E eu não vou deixar o camarim sozinho, sendo que ele me pediu pra cuidar.

 - Aliás, onde ele foi? Que eu saiba tem banheiro nos camarins dos jornalistas principais...

 - Tem sim, mas ele não foi neste. Aí você já quer saber demais! Pergunte pra ele quando ele chegar.

 Fátima estava começando a se sentir enjoada. Ouvir a voz de Juliana como se fosse dona do camarim e de William a deixava nervosa e ela temia uma nova crise de anemia.

 Teria sido capaz de vomitar em Juliana, caso William não tivesse chego na hora que chegou.

 - Aonde você estava? - perguntou Fátima assim que William abriu a porta, não o deixando nem respirar, muito menos perceber quem estava em seu camarim.

 - Eu fui procurar você, mas acabei não te encontrando! - William falou pausadamente, percebendo as "visitas".

 - E deixou a Juliana cuidando do seu camarim?

 - Eu ia lhe chamar pra vir pra cá com nós.

 - Iam brincar de casinha? - Márcia estava impaciente.

 - Márcia, por favor, vamos embora. Não temos nada que fazer aqui! - Felipe tentou conter a namorada.

 - Tudo bem, vamos. - Márcia se dirigiu até Fátima e segurou firme suas mãos. - Não deixe-se enganar! Cuide do que é seu, do homem que você ama e que ama você. Seja firme. - dizendo isso, foi embora com Felipe.

 William e Fátima se encaravam profundamente. Ele sabia que teria uma briga séria com Fátima e que sua situação só pioraria caso contasse do episódio com Juliana; mas também sabia que se Fátima descobrisse depois, ficaria tudo muito pior. Olhava para Juliana como se pedisse uma ajuda, mas ela estava se divertindo com a situação.

 Fátima não acreditava no que via. A Juliana no camarim de William, ele olhando para ela como se fossem amantes e ela ali, sem entender nada, mais uma vez.

 - Você não vai falar nada? - perguntou Fátima, quebrando o silêncio.

 - Antes eu preciso entender sobre o que você quer saber.

 - Eu quero saber o que a Juliana está fazendo no seu camarim e porquê ela estava aqui sozinha! - e Fátima começou a se alterar.

 - Ela veio aqui conversar comigo. Eu já havia lhe comentado que ela estava editando umas matérias em casa, mas precisaria de ajuda com algumas. Como ela me pediu, não esitei em lhe ajudar. Tem problema nisso?

 - Eu não sei. - e Fátima olhou para Juliana. - Você ainda não foi embora?

 - Eu pensei que o William fosse voltar a conversar comigo.

 - Conversar ou ajudar você?

 - Ele só me ajuda conversando comigo! - provocava Juliana.

 - Será que você pode ir embora?

 - Só depois que ele pedir.

 Juliana foi até William e apertou suas mãos. Sorriu para ele e lhe jogou um beijo.

 - William! - Fátima não podia aceitar que ele ainda não havia pedido para ela ir embora e também não acreditava no que acabara de ver: ela lhe jogara um beijo e ele não fizera nada.

 - Ergh... Juliana, depois terminamos isso. Agora, por favor, vá embora.

 - Tudo bem, eu vou. Fiquem a vontade e não briguem, o amor é lindo! - caçoou Juliana.

 Antes de sair do camarim, deixou um papel escrito a mão em cima do sofá.

 - Eu não acredito que você fica sozinho com ela aqui no seu camarim, sabendo que ela é uma oferecida e o que ela mais quer e o que ela sempre quis foi ficar com você. Ou vai me dizer que não se lembra que antes de nós ficarmos juntos você se divertiu com os sentimentos dela?

 - Nunca me diverti com os sentimentos de ninguém! Eu só falei o nome dela porque foi o primeiro que venho à minha mente aquela vez. E além disso, nunca tive nada com ela.

 - Mas ela sempre quis ter!

 - Aí o problema é dela e não meu. Você sabe quem eu sempre quis, até porque quem sempre me encantou foi você!

 - Eu sei, William. Mas também sei que ela é muito bonita, além de muito atraente.

 - Nem tinha percebido! - brincou William.

 - Pois saiba que eu ainda não engoli essa história de ajuda com reportagens.

 - Fátima... - porém foi interrompido.

 - Deixe pra lá. Já vi que você não vai me contar nada, de jeito nenhum.

 - O que você quer saber?

 - Eu quero saber de tudo que aconteceu durante a viagem e o tempo que fiquei fora, internada com crises de anemia.

 William baixou a cabeça, foi até Fátima e segurou suas mãos. A conduziu até o sofá e sentou ao seu lado, desta vez a encarando.

 Respirou fundo e lhe contou tudo, em detalhes, incluindo o "assédio" de Juliana. Assim que terminou, respirou aliviado.

 - Eu não acredito que você continua se encontrando com a Juliana mesmo depois dela ter tentado agarrar você!

 - Ela me pediu desculpas, se mostrou arrependida pelo que fez. Fátima, por favor, tente a entender!

 - Eu não consigo nem entender você! Quanto mais ela...

 - Eu sou o mesmo William que ama você, que é seu colega de bancada e que pediu você em casamento informalmente.

 - Será mesmo, William? Será que você não é o jornalista que voltou a gostar de seus tempos de solteiro, quando era assediado por muitas mulheres?

 - Não, Fátima. - William foi firme. - Eu já falei que amo você e eu não quero e nem preciso de muitas mulheres aos meus pés. Tendo você ao meu lado, eu posso ser o homem mais feliz do mundo!

 - Então porquê continua se encontrando com a Juliana?

 William levantou do sofá e ficou de costas para ela, que permanecia sentada.

 - Eu não fico me encontrando com a Juliana! Ela estava editando umas reportagens e precisava de ajuda. Como ela não se dá muito bem com todos daqui, pediu ajuda a mim. Não me custava nada e eu decidi ajudar! - e William se virou, encarando Fátima. - Eu não me encontro com ela, apenas a ajudo quando é necessário. Além disso, ela nunca mais tentou nada comigo. É você que eu amo e é com você que eu quero me encontrar!

 Fátima levantou, abraçou William e logo depois o beijou. Segurou firme suas mãos e olhou nos seus olhos.

 - Uma relação não é só baseada em amor. Além de amar você, também confio e acredito. Mas, por favor, não ponha isso em prova; em teste.

 - Desculpe, Fátima. Prometo que vou me cuidar!

 - Vamos esquecer dos últimos episódios, está bem? Nos amamos e confiamos um no outro. Acho que isso basta! - e os dois se beijaram novamente. - O resto é resto!

 Sorriram, se abraçaram novamente e voltaram para a redação, onde tudo foi igual.