Fanfic: FatWilly, amor em triângulos | Tema: William Bonner e Fátima Bernardes

 William só teve tempo de esperar pela hora do lanche. Ele contava os poucos segundos pra conseguir fazer as pazes com Fátima.

 Assim que teve seu tempo de "folga", saiu correndo até o estacionamento. Já havia pego as suas coisas no camarim e sem cruzar com nenhuma viva alma, William subiu no seu carro.

 - Então vamos, William... Chegou a hora! - e então virou a chave.

 Nada mais parecia fazer sentido. Ele sentia um medo enorme de não reencontrar a mesma Fátima que deixara ir, no mesmo tempo que sentia uma felicidade enorme em saber que voltariam a ser os mesmos amantes de sempre.

 Com os vidros do carro abaixados, um largo sorriso no rosto e os pés agitados seguiu até o hospital.

 Quando chegou no quarto da Fátima e entrou, viu que sua amada dormia feito um anjo. Diferente das outras vezes, a via serena, despreocupada e tranquila, como se esperasse o momento certo pra acordar.

 William não se controlou e se aproximou ainda mais de Fátima. Se aproximou bastante, o suficiente para encostar seus lábios nos lábios dela docemente.

 Fátima acordou com um sorriso no rosto, pois há muito queria acordar daquela forma.

 - Eu disse que viria!

 Fátima abriu os olhos e seu olhar cruzou com o de William. Grudou suas mãos na nuca do amado e sorriu por ter certeza de que não era sonho.

 - Eu esperei tanto, que acabei dormindo!

 - Tudo bem, eu entendo. Mas não pude vir mais cedo.

 - É, eu sei como é. Muito trabalho, não é mesmo?

 William baixou a cabeça por se sentir culpado e viu o que não deveria. A roupa de Fátima estava folgada em seu corpo e o ar que estava dentro dela dava a William, naquele momento, uma visão panorâmica. Somente naquela hora em que baixou a cabeça era possível ver todas as curvas daquela que um dia foi sua mulher.

 - Ual! - exclamou William.

 - O que foi? - e Fátima começou a acariciá-lo.

 - Tanto tempo sem, que eu tinha me esquecido que seu corpo era real!

 - William!

 - Desculpa, Fa... Juro que vou me controlar! - e os dois cruzaram os olhares novamente. - Você vai me perdoar um dia?

 - Eu já perdoei você há muito tempo. Depois daquela declaração eu jamais poderia duvidar do seu amor!

 - Declaração que você deu no dia do beijo?

 - Eu já disse que não teve beijo nenhum!

 - E eu acredito em você! Pelo menos, agora eu acredito.

 - Agora depois que o Fabiano falou com você! - e Fátima afastou William. - Eu não acredito nisso!

 - Fa, por favor...

 - Por favor? Eu que peço. Vá embora daqui!

 - Eu juro que não entendo você. Acabou de dizer que me perdoou e agora quer que eu vá embora!?

 - Você desconfiou de mim e acabou de dizer que só confia agora, porque o Fabiano falou com você.

 - Fátima, você entendeu tudo errado!

 - E quer dizer que além de não-confiável, eu também sou burra? Ah! Vá se ferrar, William!

 Ele sentiu a necessidade de argumentar mais alguma coisa, mas cedeu outra vez.

 - Se você acha melhor assim, tudo bem, eu entendo. Mas você entendeu tudo errado! - e então saiu do quarto.

 Enquanto Fátima sentia um misto de sensações enquanto ficava sozinha no quarto, William conversava com Fabiano, seu médico.

 - Se acertaram?

 - Na verdade, não. Eu acho que não temos mais jeito!

 - Como não? - e Fabiano começara se alegrar. - Vocês se amam!

 - Sim, mas isso não vem ao caso.

 - E o que vem ao caso, então?

 - O estado de saúde dela. Eu quero saber quando ela terá alta, porque eu a levarei de volta pra casa.

 - Semana que vem ela terá alta! Na verdade, já poderia ir hoje, mas eu prefiro deixá-la aqui por mais um tempo.

 - Até porquê será difícil para o senhor ficar distante da mulher que ama. Não é mesmo?

 - Não, William, não é. Estou pensando no melhor pra ela!

 - Tudo bem, isso não me diz mais respeito. Só peço ao senhor que não comente nada com ninguém, porque quero e preciso levá-la embora. Eu já errei não a trazendo e quero tentar reparar.

 - Mas ela vai pra sua casa ou pra dela?

 - Pra dela, afinal não estamos mais juntos. Eu a levarei como o chefe do trabalho, o amigo, o homem que a ama!

 - Não, tudo bem. Mas você terá que avisá-la. E eu só liberarei se ela deixar.

 William sorriu e voltou novamente ao quarto de Fátima.

 - Licença?

 - Pensei que já tivesse ido embora. - Fátima estava fria com ele.

 - Eu estava falando com o doutor Fabiano.

 - Você brigou com ele, William?

 - Não. Eu apenas queria saber sobre você! - e, calmamente, William puxou uma cadeira e sentou ao lado da beira da cama.

 - Sobre mim?

 - Sim, sua saúde.

 - E o que ele falou?

 - Que semana que vem você terá alta!

 - Que ótimo! E o que mais ele falou?

 - Nada. Ele disse que você já está completamente bem!

 - Então semana que vem eu vou embora daqui?

 - Vai, sim. - e então ambos fizeram uma pausa. William não sabia como, mas precisava informá-la que levaria para casa. - Ergh... Bem...

 - Fala logo, William!

 Respirou fundo e então disse antes que fosse tarde.

 - Quando você tiver alta eu quem levarei você pra casa!

 - Como é?

 - Eu não trouxe você e, pra ficar bem comigo mesmo, eu preciso levá-la pra casa. Por favor, só isso que lhe peço.

 - Mas e tem que ser até a minha casa? Me leve para a redação e pronto! - Fátima temia uma reaproximação, pois ainda queria se manter firme.

 - Não! Eu a levarei para a casa e ponto final. Acho que não terão grandes problemas, não é?

 - Se você não tentar nada... - apesar de não adimitir, aquilo era o que Fátima mais queria.

 - Não garanto nada! - e ambos sorriram maliciosos. - Até mais! Tenho que voltar para o trabalho...

 William se levantou, deu um beijo na testa de Fátima e antes que fosse embora, ela o fez uma pergunta de unir corações.

 - Você volta?

 - Eu não sei... Você quer que eu venha dormir com você?

 - Não precisa, eu fico bem sozinha. Só avise a minha mãe que ela não precisa vir.

 - De jeito nenhum! Sozinha você não fica.

 Em todo o tempo de "idas e vindas", Eunice cuidava da filha como ninguém. Alternava alguns horários com Amâncio e ambos cuidavam da filha como se ela fosse um bebê na encubadora.

 - Sua mãe e seu pai já sofreram o suficiente! Eu durmo com você hoje.

 - Mas eu não quero que durma aqui!

 - Então eu pago alguém pra cuidar de você. Seu pai e sua mãe precisam de descanso!

 - Eu não vou conseguir dormir com um estranho aqui do meu lado. - Fátima falou aquilo na intenção de convecer William a dormir com ela.

 - Eu volto pra cuidar de você. - e então William foi embora.

 Quando chegou na redação, William ligou para Eunice e avisou que passaria a noite com Fátima. Informou a Henrique que precisaria de uma folga na semana que se aproximava e foi para o camarim de Felipe e Márcia. Os três conversaram sobre tudo e ficaram decididos a atrapalhar os planos de Juliana e separá-la de Maurício, ajudando Camila.

 - O Pedro está apaixonado pela Daniela e o Maurício ainda deve amar a Camila! Tudo dará certo! - exclamou William.

 O resto do dia na redação continuou da mesma forma e quando o Jornal terminou, William foi para o hospital cuidar de Fátima.

 Dormiram com as mãos dadas; William sentado na cadeira e Fátima deitada. Ela abraçou o braço de William de uma forma, que parecia querer colocá-lo em cima da cama. Porém não conseguiu e William ficou do lado dela, de mãos dadas.